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sábado, 31 de agosto de 2013

Gabi da Pele Preta, Mané João

gabriella freitas, a gabi da pele preta

Pois é, pessoal. No dia quinze de  agosto passado,
fiz uma publicação sobre uma cantora e um grupo
de músicos lá de Caruaru, uma cidade do estado de
Pernambuco. Gabi da Pele Preta, interpretando um grande
sucesso da época da Jovem Guarda, de Roberto e Erasmo Carlos,
Vem Quente Que Estou Fervendo. A postagem ficou em
primeiro lugar em visualizações desde então.

Isto, confirma o que penso. Quando a juventude tem boa
formação cultural, não perde tempo com modismos, com
verdadeiras "coisas" rotuladas como música, sem conteúdo.

Mas vamos escrever agora sobre um grande projeto, o Crivo.
E para isso, uma rápida entrevista com a Gabriella, que
teve a ideia e deu nome ao grupo.

carlos miranda (betomelodia) 




Gabi, como nasceu o Projeto Crivo, de quem partiu a idéia?

" No dia quinze de julho deste ano, em um show programado
para o Palco Alternativo do São João de Caruaru, eu tinha
um grande desejo de gravar as músicas da apresentação. O tempo
era pouco e a estrutura, não muito adequada para isso.
Assim, na montagem do projeto, eu decidi ouvir e seguir a
sugestão de dois amigos, Thera Blue e Almério, cantores que
seguiam meu trabalho, que era a de fazer releituras de
clássicos, o que eu já fazia com as obra de Roberto Carlos
e Erasmo Carlos. 
Convidei Fernando Bezerra com seu violão doze cordas,
Tony Venâncio no baixo acústico e trombone,  Wagner Santos
na bateria e André Gomes no teclado. Expliquei a minha proposta
que aceitaram de imediato. Eles nunca haviam tocado juntos
mas, logo no primeiro ensaio tudo deu certo.Tenho muito
orgulho pela GIG que consegui montar pois o show  que tinha
meu nome, Gabriella, foi realizado com grande sucesso.
Na sequencia, André Gomes, nosso tecladista e produtor musical,
montou em Santa Cruz do Capibaribe, aqui em Pernambuco,
uma estrutura adequada para uma gravação ao vivo no estúdio
SDMA, que contou com a presença do guitarrista Junior Xanfer e do
baterista Jenerson Marcos, hoje partes integrantes do grupo.
Com o compromisso assumido de dar continuidade ao projeto,
nesta noite eu nos batizei de Crivo. Começava assim a realização
do sonho de uma vida. "

E Gabi, porque esta iniciativa?

" Discípula de Divas intérpretes por natureza, tais como Elis Regina,
Elza Soares, Cássia Eller, Gal Costa, Maria Bethânia e muitas outra eu
sempre quis dar voz às poesias e canções que tiram os meus
pés do chão, que me dizem algo, que acrescentam algo a minha postura
como cidadã. Não sou compositora,  escrevo textos que nunca foram
musicados mas, viraram poesias depois de serem publicados no
espaço Libertária, do Facebook.
Apaixonada pelas composições da década de setenta, para mim não
houve época mais rica para a música mundial, pensava em um
projeto no qual pudesse “apropriar-me” das canções que eu admiro, 
que fazem parte da minha história, com arranjos nos quais eu me
identifico. Fiz parte de outros grupos, depois dediquei-me a tornar meus
planos realidade mas, sempre com músicos free lancers. O que sempre
esperei foi desejo comum, parceria, afinidade. E meu desejo se tornou real
ao encontrar Fernando, André, Jenerson e Tony.
Nós temos como objetivo inicial os clássicos, que serão rearranjados
com a minha cara e a dos meninos, um resgate da música
dos anos em que ela era tratada com um critério muito maior.
É esse traquejo e respeito que queremos ter para com ela, a Música."


gabriella freitas e a equipe do projeto crivo

Para encerrarmos Gabi, em que fase o Projeto Crivo está?

" Estamos redigindo projetos para inserção no circuito dos festivais
ao longo do país e talvez, fora dele, registrando tudo para termos
material que possibilite as pessoas nos conhecer. Para isso,
contamos com o apoio de Paulinho Barros que, além de cantor e de
pertencer a um projeto chamado Black Bird, no Crivo tornou-se
o braço direito, registrando tudo em fotografia e vídeo. Estamos na
fase de firmação das nossas bases enquanto grupo, na fase
de termos material à ser encaminhado às gravadoras.
Estamos na fase de engordar o pássaro para que ele tenha um
voo seguro, longo e estável. É isso! "

gabriella freitas


( vídeo em 360p )


Lá na gafieira de Mané João
Toda brincadeira acabou no chão
Tinha inimigo dentro do salão
Zé da Capoeira fazendo exibição

Tinha cabelo grande mas não tinha molho Mané ficou de olho


Escondeu Margarida na cortina e gritou ninguém dança com a menina
E só terminou a brincadeira com o sangue escorrendo na ladeira
E era muito sangue pra pouca ladeira lá na gafieira


erasmo carlos / roberto carlos



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Maria Gadú e Chitãozinho e Xororó: Rancho Fundo



A página de hoje traz uma composição do ano de 1931.
A música tinha como título "Na Grota Funda", tendo sido
composta para um musical intitulado "É do balacobaco".
Os seus autores foram Ary Barroso e J. Carlos.

Aconteceu que certa feita, Lamartine Babo foi assistir a peça
e ficou tão impressionado com a  música que, decidiu fazer
outros versos e dar-lhe novo título, Rancho Fundo, a qual
teve sua primeira gravação com a cantora Elisa Coelho,
acompanhada por um piano e dois violões. O resultado de tudo
o que acima escrevi, é que daí nasceu a parceria de
dois grandes compositores, Ary Barroso e Lamartine Babo.


maria gadú com chitãozinho e xororó

Rancho Fundo é um clássico da Música Popular Brasileira.
Desde criança eu a ouvia, nos rádios, nas rodas de seresteiros
e mais tarde, em muitas e muitas gravações por grandes
intérpretes. Sempre fez parte de meu repertório, com seus
versos de extrema beleza a nos contar uma história de Amor.

Os intérpretes no vídeo que ilustra esta página, dispensam
apresentações e o resultado quando reunidos estão,
acompanhados por uma orquestra é um deleite para os
nossos ouvidos. Assim, Maria Gadú, Chitãozinho e Xororó,
interpretam Rancho Fundo.

carlos miranda (betomelodia) 




No rancho fundo bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade contam coisas da cidade
No rancho fundo de olhar triste e profundo
Um moreno canta as magoas tendo os olhos rasos d'água

Pobre moreno que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro tendo um cigarro por companheiro
Sem um aceno ele pega na viola e a lua por esmola
Vem pro quintal desse moreno

No rancho fundo bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria nem de noite nem de dia
Os arvoredos já não contam mais segredos
E a última palmeira já morreu na cordilheira

Os passarinhos internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza enche de trevas a natureza
Tudo porque só por causa do moreno
Que era grande hoje é pequeno pra uma casa de sapê

Se Deus soubesse da tristeza lá serra
Mandaria lá pra cima todo o amor que há na terra
Porque o moreno vive louco de saudade
Só por causa do veneno das mulheres da cidade

Ele que era o cantor da primavera e que fez do rancho fundo
O céu melhor que tem no mundo
Se uma flor desabrocha e o sol queima
A montanha vai gelando lembra o cheiro... da morena

ary barroso / lamartine babo



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 24 de agosto de 2013

Roberta Sá e Pedro Luis: Girando na Renda



Na capital do Rio Grande do Norte, Natal, em dezembro
de 1980, nasceu Roberta Sá. Sua cultura musical vem desde
a infância, com seus pais apresentando-lhe as músicas da
época da Jovem Guarda, Beatles, regionais e a popular do Brasil.

Com o segundo casamento de sua mãe, Roberta aos nove anos
mudou-se para o Rio de Janeiro e em um intercâmbio, foi
para a cidade de Missouri nos Estados Unidos, onde estudou
canto. Quando voltou para o Rio de Janeiro, continuou
com as aulas de canto, para nossa sorte. 

Realizou um show de abertura em 2001, no planetário da Gávea,
mas o impulso para profissionalização deu-se no ano
seguinte, quando sua professora de canto instruiu-a  a fazer
sua inscrição no programa Fama que buscava novos talentos.
Como os participantes eram moldados em um estilo que
não a agradava, americanizado, Roberta, em minha opinião
pois assisti o programa, deixou-se ser eliminada na
quarta semana. Ela, já naquela época, tinha talento de sobra
para continuar participando, tinha sim.

Mas, segundo ela, o grande legado da experiência foi a
chance de conhecer o irmão da cantora Fernanda Abreu,
o Felipe, que a incentivou a fazer uma apresentação no palco
do Mistura Fina. Foi, eu creio, o ponto de partida para sua
carreira profissional.

Hoje, ela mantém-se firme no cenário da autêntica
Música Popular Brasileira, com sua voz e carisma no palco,
encantando a todos em seus shows. Nesta postagem,
ela interpreta "Girando na Renda", provando que é
detentora de uma inclinação natural  para o sucesso.
Com a participação de Pedro Luis e seu cavaquinho, um
dos autores da música, em um duo, é só conferir no vídeo.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


É no samba de roda eu vou
No babado da saia eu vejo
A morena girando a renda
É prenda pro seu orixá

Todo fim de semana tem
Gente dos quatro cantos vem
Diz na palma e no verso histórias
De tempos imemoriais

Roda que eu quero ver que é bonito
Canta que eu quero ouvir
Bate o tambor na força do rito
Tudo pra se divertir

Reza quem é de rezar
Brinca aquele que é de brincadeira
Quem é de paz pode se aproximar
Hoje é festa pr'uma noite inteira

pedro luis / sérgio paes / fi 



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Zélia Duncan, Benditas



" Quando parei pra pensar de onde eu vim,
me veio à cabeça aquele livrinho que atormenta
um pouco nossa pré-adolescência, aquele com uma cegonha
desenhada, ela tem um ar orgulhoso e carrega no bico
uma trouxa gordinha. Logo abaixo se lê aquela pergunta fatal,
em letras garrafais: DE ONDE VÊM OS BEBÊS?
Acho que a cegonha que me trouxe, certamente reclamava
do excesso de peso, pois éramos eu, um CD player e um violão. "


zélia duncan


Zélia dispensa apresentações. Uma Artista completa.
Suas composições, interpretações e o enorme
carisma no palco, falam por si. Considerada como
uma das melhores no universo da Música Brasileira, a página
de hoje destaca uma de suas belas letras que, entregue à Mart'nália,
filha de Martinho da Vila, foi musicada de forma magistral.
No vídeo a seguir, Zélia canta Benditas.

carlos miranda (betomelodia) 




Benditas coisas que eu não sei
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas

A vida é curta
Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre o amor não mente
Não mente jamais

E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma

mart'nália / zélia duncan



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Raul Seixas, Metamorfose Ambulante



" Eu já entrei vinte vezes no escritório do psicanalista.
Depois paguei ao médico e depois fui ao dentista,
para ver o que eu tenho e não consigo dizer.
Perguntei a toda gente que passava na rua,
ao patrão, à minha sogra, à São Jorge na lua.
Mas nenhuma dessa gente conseguiu me responder.
Por causa disso eu fui pra casa e fiquei pensando,
se era eu que estava errado com as minhas maluquices,
ou se era o mundo todo que estava me enganando. 
Arrumei as malas, deixei as perguntas na gaveta e
procurei saber o horário do próximo cometa. Me agarrei em
sua cauda e fui morar noutro planeta."
raul seixas


A postagem de hoje foi-me pedida por um grande e querido amigo,
Césinha, percussionista e baterista que, por um acaso do destino 
reconheceu-me ao ver uma de minhas edições de vídeo, com
minha cara de muitos e muitos "outroras" lá na Argentina.
Um grande parceiro, companheiro mesmo que surpreendia-me
com seu talento à cada nossa apresentação.

César afirmou que esta composição do Rauzito não podia faltar no blog:
Metamorfose Ambulante, composta por Raul quando tinha doze anos, e que é
um clássico da obra de Raul Seixas. Então, está aí e à ti eu dedico,
grande amigo, brindando aos tempos que hoje guardamos na memória.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Eu quero dizer
Agora o oposto
Do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor lhe tenho horror
Lhe faço amor eu sou um ator

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor lhe tenho horror
Lhe faço amor eu sou um ator

Eu vou desdizer
Aquilo tudo que eu
Lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Do que ter aquela velha velha
Velha velha velha
Opinião formada sobre tudo

raul seixas




fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google