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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Nando Reis e Cássia Eller: Relicário

betomelodia.blogspot.com


Nando Reis. Natural de São Paulo, é tido como um dos maiores compositores
de sua geração. Autor de muitos sucessos tais como Diariamente,
 O segundo Sol e a que é tema desta postagem e minha preferida, Relicário.
Suas composições foram gravadas por grandes nomes de nossa música.


cassia eller e nando reis

Relicário, em meu ponto de vista, por entre suas palavras revela nas
entrelinhas a história  de um relacionamento, onde o início de um
sonhar à dois aos poucos revela a verdadeira realidade dos envolvidos,
com seus desejos e afinidades tomando rumos diferentes. 

Ilustrando a postagem, um vídeo em que Nando Reis interpreta
Relicário com Cássia Eller, faixa título de seu último álbum. 

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


É uma índia com colar
A tarde linda que não quer se pôr
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o a de que cor

O que está acontecendo
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo
Eu estava em paz quando você chegou

E são dois cílios em pleno ar
Atrás do filho vem o pai e o avô
Como um gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não vou

O que você está fazendo
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo
Um relicário imenso deste amor

Corre a lua porque longe vai
Sobe o dia tão vertical
O horizonte anuncia com o seu vitral
Que eu trocaria a eternidade por esta noite

Por que está amanhecendo
Peço o contrario ver o sol se por
Por que está amanhecendo
Se não vou beijar seus lábios quando você se for

Quem nesse mundo faz o que há durar
Pura semente dura o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido das suas asas você me falou

O que você está dizendo
Milhões de frases sem nenhuma cor ôôôô
O que você está dizendo
Um relicário imenso deste amor

O que você está dizendo
O que você está fazendo
Por que que está fazendo assim
Por que que está fazendo assim

nando reis


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Gilberto Gil e Toquinho: Tarde Em Itapuã



Vinicius de Moraes. Carioca, cronista, poeta, dramaturgo e diplomata,
que além l de cursar a Faculdade de Direito no Rio de Janeiro, estudou
língua e literatura inglesa na Universidade de Oxford. Mas a Música,
ao conhecer Jobim e sua obra, fez dele um apaixonado e como resultado,
tornou-se uma de seus maiores letristas.

Ah, a Música. Palavra de origem grega, significando "A Arte das Musas",
está enraizada em todas as civilizações conhecidas, com manifestações
próprias à cultura de seus povos e, o que eu considero o mais
importante, a perfeita aliada da Poesia, que é uma das belas facetas da
personalidade de Vinicius, "O Poetinha", como a seguir exemplifico
no texto que abaixo reproduzo.

" Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas
as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos
que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas
de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido...
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu
lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida,
talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão
passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais
raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são
aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!!
Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir
aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos
reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua
vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe
em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os
meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!! "
 

vinicius de moraes

toquinho e gilberto gil

O vídeo que ilustra esta postagem, é do final da década de sessenta,
em que Toquinho e Gil interpretam um clássico composto por Vinicius,
com a parceria de Chico Buarque, Tarde em Itapuã. Gravado no programa
de TV "Ensaio Geral", que tinha Gilberto Gil como apresentador.


carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )



Um velho calção de banho um dia pra vadiar
O mar que não tem tamanho e um arco-íris no ar
Depois na Praça Caymmi sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime beber uma água de coco é bom

Passar uma tarde em Itapuã ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã falar de amor em Itapuã

Enquanto o mar inaugura um verde novinho em folha
Argumentar com doçura com uma cachaça de rolha
E com olhar esquecido no encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo a terra toda rodar é bom

Passar uma tarde em Itapuã ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã falar de amor em Itapuã

Depois sentir o arrepio do vento que a noite traz
E o diz-que-diz-que macio que brota dos coqueirais
E nos espaços serenos sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos da lua de Itapuã é bom

Passar uma tarde em Itapuã ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã falar de amor em Itapuã

chico buarque / vinícius de moraes



fontes:
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 7 de dezembro de 2013

Manoel Costa e o Desafio das Cores

betomelodia.blogspot.com


Era uma vez um menino nascido na pequena cidade de Gurupá, lá no Pará.
Filho de pai canoeiro, já nasceu artista sempre a olhar com admiração
as paisagens, aprendendo sobre os perigos da selva e dos igarapés,
em sua precoce luta pela sobrevivência ao lado da família.

Foi assim que o menino Manoel desenvolveu o amor pela Natureza.
Ouvindo a voz do coração, desenvolveu a vontade de registrar em seus
desenhos as miríades de cores e os mágicos momentos da incrível
Natureza de sua terra natal. O ano era 1958, foi quando ele começou
a desenhar, ficando fascinado ao descobrir que podia colocar alma,
luz e cor em seus desenhos. A pintura estava latente em sua vida.




Não parou mais de pintar. A dura vida exigiu que ele trabalhase em várias
atividades mas, sempre em seu tempo livre pintando, pois essa era e ainda
o é, a maior paixão de seu viver. Autodidata, conseguindo superar as
muitas dificuldades, o talento nato levou-o aos mais altos patamares das
Artes Plásticas no Brasil.

Desde o final da década de setenta, dedica-se exclusivamente à pintura.
Residindo na cidade de Rio de Janeiro, Manoel Costa participou de
muitas exposições coletivas e individuais, tendo no ano de 1987, lançado
um livro sobre sua vida e sua obra que, como verão à seguir, é magnífica.

carlos miranda (betomelodia) 




" Tentei excluir da minha cabeça todos os ismos, tendências, segmentos
e passei a trabalhar com o elemento mágico da pintura: a cor.
Tudo o mais para mim é secundário, a cor é que é importante.
Procuro explorar toda a magia da cor, é um desafio."
manoel costa













meu destaque

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google 

( imagens sem títulos disponíveis )

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Cartola, Sim



Cartola.
Tardiamente reconhecido, grande compositor, muito já se comentou
sobre sua obra, um pouco eu também o fiz. Então nesta postagem, farei
apenas uma pequena e modesta síntese desta sua composição
em parceria com Oswaldo Martins, Sim.

Cartola sempre foi um compositor que interpretava suas músicas
maravilhosamente, com sentimento poético claro e preciso. A vida sofrida
que teve, serviu de base para grande parte de suas composições. Era
maravilhoso ver este grande Mestre cantar. As canções por ele entoadas
retratavam com muita fidelidade as muitas e variadas situações do dia-a-dia
dos que o ouviam e à sua maneira interpretavam. Foi genial e sua obra, eterna.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Sim deve haver o perdão para mim
Senão nem sei qual será o meu fim

Para ter uma companheira até promessas fiz
Consegui um grande amor mas eu não fui feliz
E com raiva para os céus os braços levantei
Blasfemei hoje todos são contra mim

Todos erram neste mundo não há exceção
Quando voltam a realidade conseguem perdão
Porque é que eu Senhor que errei pela vez primeira
Passo tantos dissabores e luto contra a humanidade inteira


cartola / oswaldo martins


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Marisa Monte e Zeca Pagodinho: Preciso Me Encontrar



A postagem de hoje é uma homenagem à Antônio Candeia Filho,
mais conhecido como Candeia. Autêntico sambista de morro, nasceu
e morreu na cidade de Rio de Janeiro, deixando uma grandiosa obra.

Com o passar dos anos, aprendeu a tocar violão e cavaquinho e
frequentando as rodas de  capoeira e terreiros de candomblé,
tornou-se um dos maiores defensores da cultura afro-brasileira, o que
é notório em algumas letras de seus sambas.



zeca pagodinho e marisa monte

Candeia começou a compor ainda na adolescência. Aos 17 anos criou
seu primeiro enredo, Seis Datas Magnas, com Altair Prego. Foi quando a
Portela realizou um feito inédito, obtendo nota máxima em todos os quesitos
no desfile, sendo até hoje um dos grandes nomes no panteão da Portela.

Zeca Pagodinho e Marisa Monte interpretam no vídeo abaixo, uma música
que considero uma das mais belas composições de Candeia nesta segunda
fase de sua vida, Preciso Me Encontrar, homenageando este que muito
enriqueceu a  Cultura e a Música Popular Brasileira.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer quero viver

Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer quero viver

Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

candeia



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google