google-site-verification: google8d3ab5b91199ab17.html

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Mayra Andrade, Lamento Sertanejo

da esquerda para a direita: hamilton de holanda, mayra andrade e yamandu costa


A publicação de hoje sobre a Música Popular Brasileira, leva-nos ao sertão nordestino contando parte
da saga desse valente povo em sua fuga da seca, buscando a sorte nas grandes cidades. Clássico
da Música regional, "Lamento Sertanejo" tem uma história interessante à nos contar. A melodia
estava pronta desde meados dos anos sessenta mas,  ainda sem  letra seu autor deu-lhe o
título de Forró de Dominguinhos. Sim, escrevo sobre um dos maiores ícones regionais
desse nosso  Brasil,  José Domingos de Morais, o eterno  Dominguinhos,  autor da
Música em destaque, à qual  décadas depois foi adicionada a letra por Gilberto
Gil,  recebendo o atual título.  Sobre a dupla acima, bem conhecida por nós
não é necessário mais nada acrescentar, mas sobre a intérprete o que
sinto é orgulho.  Orgulho por ouvir a bela voz cabo-verdiana que
em Cuba nasceu, e é tida como uma das mais promissoras de
seu País, cantando um clássico Regional Nordestino com
maestria e sentimento. Bela interpretação.  Confiram.

No vídeo, uma homenagem à Dominguinhos, que presente na gravação fica visivelmente emocionado,
Mayra  está ladeada por dois Mestres instrumentistas bastante conhecidos no Brasil e em vários Países.  

carlos miranda (betomelodia) 




Por ser de lá do Sertão lá do Cerrado
Lá do interior do mato da Caatinga do roçado
Eu quase não saio eu quase não tenho amigos
Eu quase que não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado

Por ser de lá na certa por isso mesmo
Não gosto de cama mole não sei comer sem torresmo
Eu quase não falo eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão boiada caminhando a esmo


 dominguinhos / gilberto gil



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquiuvo pessoal / google

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Gilberto Gil e Celso Fonseca: Palco

..." minha alma clara, só quem é clarividente pode ver "...


Na publicação de hoje sobre a Música Popular Brasileira, ilustro a mesma com uma composição que, de
autoria de Gilberto Gil,  foi um de meus grandes sucessos de interpretação quando nos palcos eu
ainda atuava. Ela fez parte de um "medley" ou "pout pourri", que geralmente eu usava para a
abertura do segundo ou terceiro blocos em minhas apresentações; abria com Andar com
, depois a transição para Palco e encerrando, Toda Menina Baiana, todas autoria
de Gil. Escolhi "Palco" por trazer uma energia toda especial que na magia dos
palcos, ao ser entoada retorna amplificada ao intérprete. Boa recordação.

O vídeo é com uma dupla de Músicos que dispensam apresentação:  Celso Fonseca e Gilberto Gil, que
dão um ótimo show no palco distribuindo muita energia ao público presente.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )




 Subo nesse palco minha alma cheira a talco como bumbum de bebê de bebê
Minha aura clara só quem é clarividente pode ver pode ver
Trago a minha banda só quem sabe onde é Luanda saberá lhe dar valor dar valor
Vale quanto pesa pra quem preza o louco bumbum do tambor do tambor

Fogo eterno pra afugentar o inferno prá outro lugar
Fogo eterno pra consumir o inferno fora daqui fora daqui

Venho para a festa sei que muitos têm na testa o Deus-Sol como um sinal um sinal
Eu como devoto trago um cesto de alegrias de quintal de quintal
Há também um cântaro quem manda é Deus a música pedindo pra deixar pra deixar
Derramar o bálsamo fazer o canto cantar o cantar

Fogo eterno pra afugentar o inferno prá outro lugar
Fogo eterno pra consumir o inferno fora daqui fora daqui


gilberto gil



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Osvaldo Ribeiro, o Primitivismo Expressionista

trio nordestino


Foi na cidade de Braúna, interior do Estado de São Paulo que, em 23 de abril de 1950, nasceu Osvaldo
Ribeiro dos Santos, nas Artes Plásticas conhecido por Osvaldo Ribeiro. Em 1957 mudou-se para a
cidade de Penápolis e em 1981,  foi residir na cidade de Jundiaí,  e lá cursou Artes Plásticas
na cidade próxima, Itu, onde formou-se em Educação Artística como professor. Mas sua
técnica só começou a ser moldada ao frequentar o ateliê do artista  Elvio Santiago
à princípio em um estilo surrealista. No começo usava tinta à óleo, não tendo
o resultado que esperava por falta de  conhecimento técnico  quanto ao
uso da tinta, o que resultou em estudos com outros materiais como
lápis, guache, carvão, nanquim e muitos outros métodos até o
seu retorno ao óleo com excelentes resultados. E assim
surgiu sua  Arte Naif, primitiva e expressionista que
em seus temas é repleta de poesia e fantasia.


osvaldo ribeiro


Com as cores quentes e fortes em suas telas,
uma das  características expressionista, Osvaldo é
dotado de grande sensibilidade  ao retratar em sua obra
o Brasil  de uma maneira intrínseca e mágica. Temas ligados a
crianças, danças, folclore, festas e futebol,  são dotados de grande
intensidade visual com seus vermelhos, laranjas e amarelos, estilizados
e peculiarmente vinculados  à Arte Naif primitiva, criando uma atmosfera que
em sua mescla de estilos, encanta os apreciadores das Artes em toda sua temática.

carlos miranda (betomelodia) 




sossego

segredos da natureza

nudista

vendendo melancia
sanfoneiro



jogadores de cartas

pescador

sertão sêco

jogadores de damas

surfista

garoto com pipa


destaco: herdeiros da alegria

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google
( tamanho das telas adaptados à diagramação )

terça-feira, 3 de maio de 2016

Inimá de Paula, um Mestre do Fauvismo

paisagem, 1981


Nesta publicação sobre as Artes Plásticas Brasileiras, vamos voltar um pouquinho no tempo. Todos os
amantes das Artes já ouviram falar do Fauvismo, termo que deriva da França, "les fauves", traduzindo,
"as feras",  pois assim eram chamados os Artistas que não seguiam o Impressionismo que à época era
a corrente artística predominante no início do século vinte. Embora desenvolvida entre 1905 e 1907, o
estilo e seu nome apenas foram reconhecidos quatro anos depois,  tendo sido criado como a Arte que
era a busca da serenidade, da pureza e do equilíbrio,  baseada em temas simples, alegres e coloridos.

Mas voltemos ao Brasil para uma pequena cidade do Estado de Minas Gerais, mais precisamente para
Vale do Aço em sete de Dezembro de 1918, quando e onde nasceu Inimá de Paula, Mestre mineiro nas
Artes Plásticas.  Autodidata, em sua adolescência trabalhava em retoques de fotografias mas foi no em
1938. quando residia em Juiz de Fora que a  Arte chamou sua atenção. Lá começou a participar com os
seus  desenhos  no núcleo do pintor  Antônio Parreiras,  reconhecido como um dos principais  Artistas
do paisagismo entre os séculos dezenove e vinte.  Ainda sem pintar Inimá muda para o Rio de Janeiro
em 1940,  onde dotado de grande obstinação pela pintura  torna-se o principal expoente das Artes por
seus temas impressionistas  com foco nas paisagens urbanas e belas naturezas mortas, conquistando
seu lugar ao lado de grandes nomes como  Pancetti  e  Guignard.  Mas não parou aí, ele foi mais longe.


inimá de paula


Em 1952, ganhou o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, quando foi para Paris aperfeiçoar sua técnica, e
de volta ao Brasil mantendo convivência com grandes nomes de nossa Arte criou seu estilo próprio e
inconfundível,  sendo consagrado como um dos mais expressivos, autênticos e significativos autores
dos temas tropicais de nossa cultura.  Suas telas possuem tanto lirismo que foi-lhe concedido o título
merecido de  "Artesão das Cores", sendo também considerado como o nosso  Mestre Fauvista.  Seus
trabalhos muito bem estruturados revelam características pessoais e bem definidas, fazendo parte de
muitos museus e coleções com grande conceito no Brasil e ao redor do mundo,  pois suas pinceladas
fortes e generosas que repletas de intensas cores,  encantam à todos os que seus trabalhos admiram.

carlos miranda (betomelodia) 




recanto com casas

paisagem de diamantina
nu recostado
paisagem
forte de salvador

panorama de santa tereza
paisagem urbana de santa tereza

paisagem com casa e árvores

natureza morta com jarro azul
pequeno porto

paisagem urbana







destaco: abstração, 1960

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google
( tamanho das telas adaptados à diagramação )

sábado, 30 de abril de 2016

João Bosco e Zizi Possi: O Bêbado e a Equilibrista

joão bosco e zizi possi


João Bosco. Não tenho muito mais a falar sobre este grande fenômeno do Universo Musical Brasileiro.
Levando ao mais alto nível suas interpretações, superando em muito o que os grandes mestres
consideram louvavel, hipnotiza seus ouvintes com arranjos primorosos, harmonizações
em ritmos contagiantes.  Acham estas palavras exageradas?  É só ouvir o toque
eletrizante de seu violão em incríveis  "levadas"  inovadoras e inéditas,
ricas e surpreendentes, tudo isso aliado à sua voz inigualável.


Maria Izildinha Possi, natural da cidade de São Paulo, nasceu em 28 de Março de 1956, é conhecida por
Zizi Possi. Cantora, de formação musical erudita, estudou piano e canto dos cinco aos dezessete
anos de idade, quando mudou-se para Salvador, Capital do Estado da Bahia. Lá, cursou por
dois anos  Composição e Regência.  E não para por aí, pois  Zizi  cursou teatro tendo
participado da da montagem do musical  "Marilyn Miranda".  Trabalhou também
como professora de Música para crianças,  antes de voltar para sua terra
natal, o Rio de Janeiro. E essa é a dupla de geniais Artistas que hoje
ilustra a publicação, com a canção  "O Bêbado e a Equilibrista".

carlos miranda (betomelodia) 




Caía a tarde feito um viaduto e um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua tal qual a dona do bordel pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céu chupavam manchas torturadas que sufoco
Louco o bêbado com chapéu-coco fazia irreverências mil pra noite do Brasil

Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete
Chora a nossa Pátria Mãe gentil
Choram Marias e Clarices no solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente

Não há de ser inutilmente a esperança dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar azar a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista tem que continuar


joão bosco / aldir blanc



fontes
imagem e vídeo: arquivo poessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google