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quinta-feira, 25 de maio de 2017

José Maria de Medeiros, o Academismo Neoclássico em Sua Expressão Romântica

iracema - 1884


" Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel,  que tinha os cabelos mais negros que
a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.  O favo da jati
não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque
como seu hálito perfumado."

" Inquieta  Iracema  pela ausência do esposo,  sai em busca dele e chega à beira do lago,  já quando as
doces sombras da tarde vestiam os campos. Encontrando ali fincada na areia da praia, a flecha do
guerreiro transpassando um guaiamum, de que pende um ramo de maracujá, enchem-se-lhe
os olhos de lágrimas, interpretando as ordens que aquele símbolo lhe revela: como o
guaiamum  deve ela andar para trás,  e como o  maracujá,  que guarda a flor até
morrer, conservar a lembrança do esposo."


Trechos de Iracema, José de Alencar, 1865


josé maria de medeiros


José Maria de Medeiros

Era uma vez um jovem nascido na  Ilha Faial,  Açores,  em 1849.  Saindo em busca de novas aventuras,
inspirações e sonhares, chegou ao Brasil no ano de 1865. Encantado com o que aqui viu, com a
beleza natural e com os que aqui habitavam, em meados do mesmo ano ingressa no Liceu
de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Três anos depois, vai para a Academia Imperial
de Belas Artes,  tendo como um de seus  professores  "Victor Meirelles",  entre
renomados outros mestres e  como colegas,  "Almeida Júnior",  "Estevão
Silva
",  "Firmino Monteiro" e outros  mais.  Foi um  bom aprendizado.

Em 1871, participando da  Exposição Geral de Belas Artes recebeu
a Medalha de Prata,  e na mostra de 1876, a Grande Medalha de Ouro. No
ano de 1878,  ocupou por concurso o cargo de professor de desenho figurado
na Academia Imperial e quatro anos mais tarde, naturalizando-se brasileiro passou a
catedrático. Dois anos depois, 1884, no certame expõe as telas Morte de Sócrates e a que
rendeu-lhe o título de Oficial da Ordem da Rosa: a sua obra prima, Iracema.  Entre os discípulos
que formou, destaco "Eliseu Visconti", que aqui no Blog em 05/09/2014, teve sua bela obra em destaque.

O amor de José Maria de Medeiros ao Brasil era tão intenso,  que jamais saiu daqui,  abdicando
as tão sonhadas viagens à Europa por todos os Artistas. Em 1891, sai da Academia e passa
a exercer o  magistério no ensino público  de segundo grau e,  seis anos mais tarde
ocupa um cargo no Instituto Profissional João Alfredo. O seu talento, aliado ao
nosso excelente ensino acadêmico,  é o motivo de o  neoclassicismo nas
Artes Brasileiras,  ter adquirido contornos voltados ao romantismo.
Veio a falecer na cidade do  Rio de Janeiro,  no ano de 1925. 

carlos miranda (betomelodia) 




colonia de pescadores

sem título disponível

sem título disponível

sem título disponível

sem título disponível

sem título disponível

sem título disponível

destaco: a morte de sócrates -1878

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google
( tamanho das telas adaptados à diagramação )

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Rubel e Nina Oliveira: Quando Vier a Primavera

nina oliveira e rubel


Trago na publicação de hoje, o encontro musical entre uma paulista e um carioca, em uma composição
que nos leva em um passeio pela imorredoura Bossa Nova. E um encontro que muito me orgulha.
Nina Oliveira, paulista; compositora, cantora e violonista,  Nina e suas interpretações revela
em sua Música que não são apenas boas mas,  com letras de posicionamento político e
social relevantes, que nos levam à profundas reflexões quanto aos temas raciais e
existenciais.  A crítica cita que seu instrumento mais potente, é o seu coração.
Rubel Brisolla, carioca; estudante de cinema, violonista desde os 8 anos,
aos 15 anos fundou uma banda de rock com amigos, "Os Corleones",
que durou pouco, pois Rubel foi para a PUC do Rio de Janeiro,
de onde partiu em um intercâmbio para a cidade de Austin,
Estados Unidos.  Hoje dedica-se a um  trabalho  mais
autoral em suas composições influenciadas por
estilos vários, tais como o  "Folk"  e a MPB.

O vídeo, por mim selecionado para ilustrar
a postagem,  com a dupla interpretando em duo
a composição "Quando Vier a Primavera",  autoria de
Nina Oliveira, contendo a inserção de trechos de "Samba
da Benção",  um clássico composto por Vinícius de Moraes em
parceria com Baden Powell.  Tenho certeza que apreciarão o vídeo.

carlos miranda (betomelodia) 




Se eu soubesse que amanhã morria e a primavera é depois de amanhã
Se eu soubesse que amanhã morria e a primavera é depois de amanhã
Morreria contente porque ela era depois de amanhã
Se esse é seu tempo quando havia ela de vir senão no seu tempo
Se esse é seu tempo quando havia ela de vir senão no seu tempo
Se esse é seu tempo quando havia ela de vir senão no seu tempo

A realidade não precisa de mim a realidade não precisa de mim
A realidade não precisa de mim a realidade não precisa de mim



" É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Põe um pouco de amor numa cadência e vai ver que ninguém no mundo vence
O poder que tem um "sambar" não porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança a tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser tão triste não tão triste não

Fazer samba não é contar piada e quem faz samba sim não é de nada
Um bom samba é uma forma de oração porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia se hoje ele é branco na poesia
Ele é preto demais no coração no coração no coração no coração "


trechos de 'samba da benção' - vinicius de moraes / baden powell



Se eu soubesse que amanhã morria e a primavera é depois de amanhã
Se eu soubesse que amanhã morria e a primavera é depois de amanhã
Se eu soubesse que amanhã morria e a primavera é depois de amanhã
Morreria contente porque ela era depois de amanhã
Se esse é seu tempo quando havia ela de vir senão no seu tempo
Se esse é seu tempo quando havia ela de vir senão no seu tempo

A realidade não precisa de mim a realidade não precisa de mim
A realidade não precisa de mim a realidade não precisa de mim


nina oliveira



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Quarteto do Rio e João Bosco: Linha de Passe



A publicação de hoje traz um rol de grandes nomes da Música Brasileira, que dispensam apresentações,
pois já aqui no Blog foram destaques.  A composição,  "Linha de Passe",  interpretada por seu autor,
João Bosco,  com a participação de Hamilton de Holanda e Ney Conceição, por mim publicada
em 10/03/2010, revelou um belo duelo entre banjo, guitarra e um contrabaixo. Agora trago
"Linha de Passe" na execução do Quarteto do Rio, com participação de João Bosco.
O quarteto que esteve aqui no Blog em 12/10/2016, com a composição de Chico
Buarque,   "Homenagem ao Malandro",   foi o escolhido  para ilustrar  essa
mesma composição, "Linha de Passe", com participação especial de
um de seus autores, João Bosco. Um show, o mais puro Samba
e suas muitas cadências, um Patrimônio Cultural do Brasil.

carlos miranda (betomelodia) 




Toca de tatu linguiça e paio e boi zebu rabada com angu rabo de saia
Naco de peru lombo de porco com tutu e bolo de fubá barriga d'água
Há um diz que tem e no balaio tem também um som bordão bordando o som dedão violação
Diz um diz que viu e no balaio viu também um pega lá no toma lá dá cá do samba
Caldo de feijão um vatapá e coração boca de siri um namorado e um mexilhão
Água de benzê linha de passe chimarrão babaluaê rabo de arraia e confusão

Cana cafuné fandango cassulê sereno e pé no chão
Bala candomblé e meu café cadê não tem vai pão com pão

Já era a Tirolesa o Garrincha a Galeria a Mayrink Veiga o Vai-da-Valsa e hoje em dia
Rola a bola é sola esfola cola é pau a pau e lá vem Portellas que nem Marquês de Pombal
Mas isso aqui vai mal mas viva o carnaval lights e sarongs bondes louras king-kongs
Meu pirão primeiro é muita marmelada puxa-saco cata-resto pato jogo-de-cabresto
E a pedalada quebra outro nariz na cara do juiz aí há quem faça uma cachorrada
E fique na banheira ou jogue pra torcida feliz da vida


joão bosco / paulo emílio / aldir blanc



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 16 de maio de 2017

Lasar Segall, Precursor do Expressionismo no Brasil

a família enferma - 1920


Moderado em suas representações na pintura, em suas cores e traços.  Assim procedia em suas telas
o pintor que foi predecessor expressionista nas Artes Plásticas Brasileiras, Lasar Segall. Nascido
em Vilna, capital da República da Lituânia em 21 de Julho de 1891, já demonstrava interesse e
muita aptidão para desenho,  tendo ingressado na Academia de Desenho de Vilna em 1905.
Um ano depois foi estudar na  Academia Imperial de Berlim,  Alemanha, aperfeiçoando
seus estudos por cinco anos. Ao término do curso mudou-se para Dresden onde
matriculou-se na Academia de Belas Artes no ano de 1911. A Arte o esperava.


lasar segall - autorretrato


Mas,  a Arte não estava preparada para as revolucionárias e completamente
fora das então existentes ideias sobre, e as lutas iniciais de Lasar sendo fartas e
colidentes,  tornaram-no conhecido e admirado  por seus conceitos.  No ano seguinte
veio  conhecer o Brasil,  onde estavam seus irmãos,  preparando duas nostras individuais,
uma em São Paulo, capital, outra na cidade de  Campinas,  interior do Estado, ficando aqui até
1918, quando voltou à Europa.  Cinco anos depois retorna ao Brasil  dedicando-se à pintura,  mas
em 1927, mais uma vez retornou à Europa indo morar em Paris, França, até 1932,  quando retornou ao
nosso País definitivamente.  Foi na cidade de  São Paulo  que Lasar morreu no dia  02 de Agosto de 1957.

carlos miranda (betomelodia) 




vaquinhas

duas figuras

menina

kaddish

mãe preta


emigrantes

navio de emigrantes

bananal

maternidade

maternidade II

natureza morta com violão



meu destaque: guerra

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imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal  / google
( tamanho das telas adaptados à diagramação )

sábado, 13 de maio de 2017

Celito Medeiros e Sua Arte



O destaque de hoje nas Artes Plásticas Brasileiras, é Celito Medeiros, multitalentoso Artista nascido na
cidade de Meleiro, localizado ao Sul do Estado de Santa Catarina. Como curiosidade, a origem do
nome "Meleiro" deve-se ao fato da grande quantidade de mel silvestre que os pioneiros na
exploração do Brasil ali encontraram em abundância, e creio ser causa da doçura que
nos é revelada por este Artista fora do comum, em sua extensa obra. Nasceu em
30 de Junho de 1951, seus trabalhos são conhecidos no Brasil e em muitos
Países por sua genialidade e talento impar na poesia, pintura, música,
por suas crônicas e por seus livros sobre  filosofia e autoajuda.


celito medeiros


É pouco?  Então vou adicionar mais algumas suas versatilidades:
também graduado e pós graduado em algumas outras "Artes", que tais
como  Comunicação, Engenharia, Topografia, Perito Agrícola,  e em mais de
cem cursos paralelos em diversas especialidades, além de claro,  Artes Plásticas,
tema por mim escolhido para essa postagem, nos revelando parte de inegável mestria.

carlos miranda (betomelodia) 
















meu destaque, sem título disponível

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google
( tamanho das telas adaptados à diagramação / telas sem títulos disponíveis )