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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Roberta Sá, Samba de Um Minuto



O primeiro contato que tive sobre a obra de Roberta Sá foi em 2005. Um frequentador de uma casa
noturna onde eu atuava no palco, me presenteou com a cópia de um CD Demo lançado em
2004 por uma nova cantora.  Naquela madrugada fui para meu estúdio e ouvi o CD.
Não errei em minha primeira impressão:  nascia uma Sambista na MPB.

Ela, já foi destaque em várias páginas do Blog,  o que podem conferir ao
clicar em seu nome  ao final da publicação de hoje,  que nos traz a  composição de
Rodrigo Maranhão  "Samba de Um Minuto", vídeo que faz parte do show Delírio no Circo, o
segundo álbum ao vivo da Artista que foi gravado no  "Circo Voador"  em maio de 2016, lançado em
novembro do mesmo ano, com  participações  da dupla  Martinho da Vila e Moreno Veloso.
Sempre que escrevo ou comento "Circo Voador", noto que muitos o desconhecem.

Então vamos lá. O Circo Voador teve seu primeiro endereço na praia do  Arpoador, Ipanema, onde a
sua lona azul e branca  foi levantada pela primeira vez.  Um tradicional  espaço cultural  da cidade do
Rio de Janeiro, localizado no bairro da Lapa, inaugurado em Outubro de 1982. Mas (e como sempre
neste nosso amado Brasil sempre há um "mas"), a notória política brasileira  que  avessa à Cultura e
Educação,  sob ordens do então Prefeito   César Maia, revogou o alvará de funcionamento em 1996,
o que foi  mantido por seu sucessor até o ano de 2002. Foi o ano em que "Maria Juçá" resolveu agir.

Por meio de uma ação popular o Circo Voador teve seus direitos reconquistados judicialmente após
seis anos.  O espaço que havia sido demolido pela Prefeitura do Rio de Janeiro,  por determinação
judicial foi reconstruído por ela e devolvido em 2004  aos produtores e funcionários que lá estavam no
ano de 1996. Hoje administrada pela  "Associação Circo Voador" (organização não governamental),
com recursos próprios de forma independente. Quando há união,  objetivos sempre são alcançados.
Agora, assistam ao vídeo, tá?

carlos miranda (betomelodia) 




  
Devagar esquece o tempo lá de fora
Devagar esqueça a rima que for cara.

Escute o que vou lhe dizer um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca já disse que não
Com minha dor não se brinca já disse que não devagar

Devagar com o andor teu santo e a fonte secou
Já não tens tantas verdades pra dizer nem tampouco mais maldades pra fazer
E se a dor é de saudade  e a saudade é de matar
Em meu peito a novidade vai enfim me libertar

rodrigo maranhão



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Roberto Magalhães e Suas Obras

animal, 1982


" As máscaras rituais, as figuras totêmicas das tribos primitivas são expressões da insegurança
 do homem em face de um universo que ele não domina. A insegurança é de cada um mas,
assimilada à  mitologia  e às práticas mágicas da comunidade, ela se objetiva, como a
expressão cultural que não leva ninguém ao hospício, instituição, aliás, inexistente,
 por desnecessária, em tal tipo de comunidade. "
ferreira gullar

( para ver a publicação original, clique aqui )

carlos miranda (betomelodia) 


roberto magalhães, 1940 / active
oil on canvas - dimensions: 41cm X 33cm - private collection
governor island - rio de janeiro state - brazil

fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 22 de junho de 2019

Fernanda Takai, Estrada do Sol



Memórias É o que este clipe, com Fernanda Takai, Marcos Valle e Roberto Menescal me traz. Em uma
publicação em que Fernanda e banda foi destacada, ela interpreta a mesma composição de Tom e
Dolores Duran em um arranjo bem ao seu estilo e canção é a mesma que hoje está em destaque.
Levou-me de volta ao início de minha vida adulta, meu Rio de Janeiro que jamais esqueço, ao
convívio com hoje ícones de nossa  cultura musical,  e aos muitos planos para o meu futuro.

Emoções. Décadas se passaram  mas hoje ao cerrar meu olhar,  ouvindo, sentindo toda a
a energia que do palco emanava,  retornando a mim como uma dádiva,  é impossível conter o
calor de pequenos riachos que de meus olhos passeiam por muitos sulcos minha face. Lágrimas
que nasciam de felizes recordações, lágrimas que  também me levavam ao choro intenso por ter o
curso da vida enfraquecido minha voz, antes forte, rica, em suaves notas, me lembrando antigos palcos.

Tristezas. São pequenas  mas,  não deixam de terem sido, tristes.  Tem uma, que me acompanhou  em
minha carreira na Música como intérprete, foi a falta de amor à Arte de Cantar, substituída por amor
aos ganhos financeiros sem o devido merecimento por pseudos músicos. Colegas que traíam os
parceiros por  migalhas  a mais em seus ganhos, traíam em busca de novo palco, traíam seus
colegas de palco ao se  apresentarem  tendo ingerido  álcool.  Traíam o cantor ao errarem.

Alegrias. Uau, me são muito caras, me mantendo aos setenta e cinco anos de idade, dono
de minhas faculdades em afirmar que tive um viver pleno de alegrias mas, deixando de lado o
viver em família que só decepções me trouxe. Faria tudo novamente. Repetiria meus passos, que
me levaram ao que hoje sou, um ser grato à  Vida,  um ser amante da pura beleza que é o lugar em
que resido atualmente, orgulhoso de meus atos, orgulhoso por ter sido apenas um  "Cantador do Amor".


( assistam a interpretação desta mesma composição, em março de 2015 por Fernanda Takai, clicando aqui )
 





A postagem de hoje é sobre uma voz meiga, suave e afinada que muito me encanta. A dona dessa voz,
é Fernanda Takai, mais uma vez presente aqui no Blog com a composição  de meu Mestre Tom Jobim
em parceria com Dolores Duran, "Estrada do Sol", acompanhada por um trio da pesada:  João Cortez
na bateria,  Adriano Giffoni no baixo e Adriano Souza  no piano, vibrafone e órgão. No clipe, aparecem
é claro, o meu amigo Menescal na guitarra e o Valle em seu Rhodes, na gravação de "O Tom da Takai"
e lógico, a encantadora  Fernanda.  Creio que asim como eu,  os amantes da  boa Música  apreciarão.

carlos miranda (betomelodia) 





É de manhã vem o sol mas os pingos da chuva que ontem caiu
Ainda estão a brilhar ainda estão a dançar
Ao vento alegre que me traz esta canção

Quero que você me dê a mão vamos sair por aí
Sem pensar no que foi que sonhei que chorei que sofri
Pois a nossa manhã já me fez esquecer
Me dê a mão vamos sair pra ver o sol

antonio carlos jobim / dolores duran



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal  / google

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Gabi da Pele Preta, Meu Bamba



Gabriella... ops, me desculpem, mas é melhor apresentar corretamente  aquela que mais uma vez é o
destaque nesta postagem: Gabi da Pele Preta,  que já marcou presença por aqui em Agosto de
2013 em duas publicações,  e é com grande satisfação que a encontrei revelando mais um
pouco do nosso Universo Musical. Gabi interpreta em diferentes arranjos os clássicos
da nossa  Música,  mas sem esquecer sua origem ao revelar compositores que
deste nosso país continental,  traduzem em poesia e ritmo  as suas obras.

E como Músico que sou, sempre afirmei que para uma boa interpretação
ao cantar, não é preciso um palco, pois nós devemos ir onde está o povo, o que
Gabi confirma no vídeo por mim escolhido, onde canta em um terraço para um público
privilegiado por uma  interpretação intimista,  uma Música que parece ter sido feita para ela.


carlos miranda (betomelodia) 





Deixa de bossa enfim vem cá e samba pra mim
Chega mais cedo jantar tá na mesa
Você é mais forte que eu mas não abuse de mim
Não sambe pra mais ninguém
Minha pele preta é teu ponto final

Não sou dessas levianas pra brincar com seu coração
Não sou do tipo bacana e nem abro mão
Chega mais perto vem pro meu Samba
Vem cá meu bamba vem pra perto de mim
Chega mais perto vem pro meu Samba
Vem cá meu bamba que o balanço é assim


gean ramos / camila yasmin

( e não deixem de assistir a primeira publicação sobre Gabi clicando aqui



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Portinari, de Brodoswski para o Mundo

retirantes, 1944


Candido Portinari. Após passar por um período na Europa volta ao Brasil com a firme decisão de,
conforme suas palavras, “Vou pintar aquela gente com aquela roupa e com aquela cor.” E
mantendo sua decisão,  sua obra foi focada na temática social retratando em suas
telas as desigualdades de nosso tão sofrido povo, um tema que permanece
atual, enraizado.  Por suas medidas contraditórias e soluções que são
reveladas em suas pinturas, ele se destaca dos demais Artistas.

( para ver a publicação original, clique aqui )

carlos miranda (betomelodia) 


candido portinari, 1903 / 1962
oil on canvas - dimensions 190 cm x 180 cm - sao paulo art museum
sao paulo city - sao paulo state - brazil

fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google