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sábado, 19 de abril de 2008

Minha Cidade Natal - Morro da Conceição



Sempre tive vontade de divulgar,
mostrar os espaços nos quais passei minha infância
e adolescência em minha cidade natal,
Rio de Janeiro.

 
Nunca fiquei satisfeito com o que escrevi,
com minhas descrições, pois não conseguia
dar a impressão exata da enorme importância
que esses lugares, muitas vezes
desconhecidos da quase totalidade dos cariocas,
possuem, não só em beleza ou tradição,
mas em termos históricos. Sempre me faltavam dados
confiáveis em minhas rápidas pesquisas.
Navegando pela web encontrei o que tentei fazer,
da maneira que sempre desejei mostrar
minha maravilhosa cidade e assim,
vou transcrever para vocês esse bonito trabalho
de pesquisa e divulgação que revelou
a mim alguns lugares que, também eu desconhecia.


carlos miranda (betomelodia) 




Engraçado como poucos cariocas conhecem
realmente sua cidade. O fato é que o Rio,
essa cidade tão famosa e desejada, guarda alguns
segredos bem escondidos, . Poucos são aqueles que,
num golpe de sorte ou numa procura curiosa
e incessante por sua própria identidade,
descobrem áreas "nunca dantes navegadas".


uma rua do morro da conceição

Antes chamado Morro dos Caieiros (caiadores),
o Morro da Conceição situa-se na área da Praça Mauá,
no Centro do Rio de Janeiro.
Sua história começa quando Manoel de Brito,
sesmeiro da área do atual morro de São Bento,
permite que um parente seu, chamado Aleixo Manoel,
construa, naquela área, uma pequena ermida
dedicada a Nossa Senhora da Conceição,
padroeira de Portugal, lá pelos idos de 1582.

Quando, pouco mais tarde, em 1590, Manoel de Brito
doa o morro para os Beneditinos, a capela era um
obstáculo para o início da construção do
Mosteiro de São Bento. Como naquela época
uma igreja não podia ser simplesmente derrubada,
a ermida é transferida para o morro em frente,
que passa a se chamar Morro da Conceição.


ladeira joão homem

A Ladeira do João Homem, apelido do
Capitão de Milícia João Homem da Costa,
ganhou esse nome quando ele foi
punido em 1763 pelo Vice-Rei Conde da Cunha,
por apresentar-se no regimento, em uma
manhã, vestido apenas com um camisolão. Ele teve
como punição, trabalhar assim vestido por
todo o dia na ladeira.
No Morro da Conceição são encontradas ruas
com nomes bem interessantes:
Rua do Jogo da Bola, Ladeira do Escorrega
e Travessa do Sereno, nomes históricos
mas estranhos aos nossos dias.

É um morro bem atípico do Rio de Janeiro, pois não
há favela e sim um bairro residencial estando
localizado bem no centro da cidade.
Lá moram até hoje, em sua maioria, os descendentes
dos seus primeiros ocupantes portugueses.

As casas mostram ainda nas fachadas, as seguintes
incrições: "Vila, Miguel", "Vila, Francisco" ou "Vila, Paulo".
A palavra "Vila" era usada para informar que
naquela casa morava toda uma família, formada pelos
pais, filhos, netos, tios, sobrinhos e etc., servindo o nome
depois da vírgula para indicar o
santo padroeiro dos que ali residiam.


o palácio episcopal, hoje museu cartográfico do exército

O antigo Palácio Episcopal situa-se bem no alto do morro.
Construído para abrigar um convento dos
Capuchinhos franceses expulsos do Brasil, por
questões políticas em 1701, foi reformado pelo bispo
D. Francisco de São Jerônimo, que gostava
do local por sua linda vista da baía e para lá se mudou.
Ao seu lado ergueu-se a Fortaleza da Conceição,
após as invasões de Duclerc em 1710 e de Dugay-Trouin,
que "sequestrou" a cidade em 1711.


detalhe da fortaleza da conceição, erguida em 1713

A Fortaleza da Conceição estava situada em
local estratégico, em terras da Igreja
e tinha por finalidade defender a cidade de
futuras invasões. Mas os primeiros exercícios de tiros
da fortaleza fizeram quebrar alguns cristais
na casa de seu ilustre vizinho. Então, o bispo proibiu
a fortaleza de disparar seus canhões...
Em suas escuras masmorras estiveram presos
Thomás Antônio Gonzaga, José Alves Maciel
e Domingos Vidal, inconfidentes degredados para a África.


a pedra do sal e sua escadaria 

Entre os locais que contam um pouco da
história da Cidade, há, aqui, um bem especial:
a Pedra do Sal, situada no final da rua do Jogo da Bola.
O mar vinha até ali e junto aos degraus cavados
em uma grande pedra, era descarregado o sal
que vinha da Europa, na época colonial.

Hoje, ponto de encontro de sambistas e boêmios,
era o local onde se reuniam Heitor dos Prazeres,
João da Baiana e Donga, entre outros, nas rodas
de samba tão famosas até os dias atuais.


igreja de são francisco da prainha, erguida em 1696

Mas a joia mais preciosa encravada neste morro,
é sem dúvida a Igreja de São Francisco da Prainha,
que tem esse nome porque o mar vinha até o pé do morro
e em frente à igreja, havia uma pequena praia.
Pertence à Ordem Terceira de São Francisco da Penitência,
tendo sido construída no início de 1600. Foi incendiada
pelo governador da cidade na invasão de
Dugay-Trouin para evitar que os franceses tomassem
o estratégico morro. Reconstruída em 1738,
é raramente aberta à visitas.

carlos miranda (betomelodia) 




fontes
imagens: arquivo pessoal - textos carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google


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