" O próprio Caetano disse que a música fora feita para a imprensa,
sobre a relação que Caetano tem com ela."
carolina
sobre a relação que Caetano tem com ela."
carolina
" Acredito que toda musica tem o seu sentido fundamental
no intimo de quem a aprecia. Qualquer inspiração que
o autor possa utilizar não tem significado fechado
nem para ele próprio. Portanto, a musica vem como
um instrumento/fonte pelo qual podemos dar sentido
às nossas vivencias. Assim cada um interpreta da forma
que pode ou quer."
ton
caetano veloso |
Eu, como intérprete, canto esta composição do
Caetano tal como ela por ele é interpretada. Nunca procurei
aprofundar-me em seu hipotético sentido oculto em sua letra e apenas
levo-a aos ouvidos de meu público que a entende de acordo com
seus sentimentos próprios, válidos ou não.
Gostei muito das duas análises acima onde seus autores Carolina e Ton,
expressam a opinião que faço minhas. Aproveito também para
publicar a análise de Leonardo Da Vino, que interessante achei.
" Certa vez, Caetano (um velho baiano) disse:
'As minhas letras são todas autobiográficas. Até as que
não são, são.' Deixando de lado o jogo estético,
esta afirmação ajuda-nos a entender o sujeito de 'Não enche',
quando este argumenta 'o que eu herdei de minha gente
e nunca posso perder', para logo adiante começar
uma estrofe com a deliciosa expressão nordestina 'Oxente'.
Aliás, a própria melodia samba-rock-axé intensifica isso.
O sujeito faz de seu canto um desconjuro: vai elencando,
em capcioso caos, muito pela ira que lhe move, fragmentos
de momentos e sentimentos. Ele desconstrói a relação dual:
'eu vou viver sem você', arremata. E faz tudo isso com
'ludicidade' e ênfase sensorial, envolvendo e tornando
o ouvinte cúmplice. O sujeito usa as torções semânticas
e a mistura melódica para a estesia do ouvinte.
Ao final, estamos (nós: ouvintes) prontos para também odiar
e deslindar-se desta "senhora": dona do dom do sujeito cantor.
Vamos percebendo a mulher cantada por partes.
Tonta pela profusão de 'eus' desenhados no canto do sujeito,
afinal ela 'nunca quis ver, não vai querer, não quer ver',
a musa-trepadeira parece desabar do salto: unhas negras
quebradas e os castanhos lábios borrados de 'carmin'.
Mas tudo não passa de sugestão, ameaça. Ou não? Seja como
for, o sujeito assume o risco de enfrentar a musa - voz
clarificada, 'gritando: nada mais de nós!'. Um gesto
vertiginoso e de alto risco, pois, como Clarice Lispector
escreveu: 'Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro'.
carlos miranda (betomelodia) ™
( vídeo em 360p )
Me encara de frente é que você nunca quis ver não vai querer não quer ver
Meu lado meu jeito o que eu herdei de minha gente e nunca posso perder
Me larga não enche me deixa viver me deixa viver me deixa viver me deixa viver
Cuidado 'ô xente 'está no meu querer poder fazer você desabar
Do salto nem tente manter as coisas como estão porque não dá não vai dar
Quadrada demente a melodia do meu samba põe você no lugar
Me larga não enche me deixa cantar me deixa cantar me deixa cantar me deixa cantar
Eu vou clarificar a minha voz
Gritando nada mais de nós
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você
Harpia aranha sabedoria de rapina e de enredar de enredar
Perua piranha minha energia é que mantém você suspensa no ar
Pra rua se manda sai do meu sangue sanguessuga que só sabe sugar
Pirata malandra me deixa gozar me deixa gozar me deixa gozar me deixa gozar
'Vagaba' vampira o velho esquema desmorona desta vez pra valer
Tarada mesquinha pensa que é a dona e eu lhe pergunto quem lhe deu tanto axé
À-toa vadia começa uma outra história aqui na luz deste dia D
Na boa na minha eu vou viver dez eu vou viver cem eu vou viver mil eu vou viver sem você
Meu lado meu jeito o que eu herdei de minha gente e nunca posso perder
Me larga não enche me deixa viver me deixa viver me deixa viver me deixa viver
Cuidado 'ô xente 'está no meu querer poder fazer você desabar
Do salto nem tente manter as coisas como estão porque não dá não vai dar
Quadrada demente a melodia do meu samba põe você no lugar
Me larga não enche me deixa cantar me deixa cantar me deixa cantar me deixa cantar
Eu vou clarificar a minha voz
Gritando nada mais de nós
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você
Harpia aranha sabedoria de rapina e de enredar de enredar
Perua piranha minha energia é que mantém você suspensa no ar
Pra rua se manda sai do meu sangue sanguessuga que só sabe sugar
Pirata malandra me deixa gozar me deixa gozar me deixa gozar me deixa gozar
'Vagaba' vampira o velho esquema desmorona desta vez pra valer
Tarada mesquinha pensa que é a dona e eu lhe pergunto quem lhe deu tanto axé
À-toa vadia começa uma outra história aqui na luz deste dia D
Na boa na minha eu vou viver dez eu vou viver cem eu vou viver mil eu vou viver sem você
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