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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Alfredo Volpi, Além de Bandeiras e Mastros

músicos


Última postagem da série A Arte deste ano de 2008.
Vamos falar sobre um pintor muito conhecido
por suas bandeiras e casarios, vamos conhecer um
pouco da Arte de Alfredo Volpi.

Nascido em Lucca, Itália, no dia 14 de abril de 1896,
Volpi morreu na cidade de São Paulo, em 28 de
maio de l988, sendo considerado o pintor ítalo-brasileiro
mais importante da segunda geração do modernismo.


alfredo volpi

Autodidata, veio para o Brasil com a idade de um ano
começando a criar suas obras em 1911, pintando murais
decorativos. Em seguida, trabalhou com óleo sobre
madeira, consagrando-se como mestre utilizador
de têmpera sobre tela. Utilizava suas próprias tintas,
pigmentos naturais diluídos em uma emulsão de verniz
e clara de ôvo. A fase das bandeirinhas, sua maior
contribuição para a arte brasileira moderna, está expressa
em seu trabalho Bandeiras e Mastros.

Na pequena mostra a seguir, algumas de suas criações
nas diversas fases de seu trabalho, um grande legado 
para a Arte e a Cultura Brasileira.

carlos miranda (betomelodia) 




casario

bandeirinhas

marinha com pescadores

sem titulo

mulata

minha irmã costurando

mogi das cruzes

feira do cambuci

nu deitado


destaco: esquina no centro de são paulo

fontes
imagens: arquivo pessoa - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Alceu Valença, Solidão



Esta composição de Alceu Valença,

já foi por mim destacada no dia vinte e um
de julho desse ano que ora termina. Vocês devem
estar perguntando qual o motivo que me levou
a repetir a postagem, que é a última sobre música
de 2008. Vou explicar.

Além de ser uma das composições de Alceu
que mais gosto de interpretar, foi a maneira que
encontrei para homenagear a artista,
autora de mais de 500 edições de vídeos,
excelentes edições, das quais muitas
foram colocadas em meus blogs.

Em nossos contatos pela internet, o respeito
e a admiração por ela cresceram tanto que hoje
é por mim considerada uma amiga pessoal,
confidente e conselheira, e de certa forma, uma
também editora de meus post's por atender
meus pedidos de edições de vídeos.

Estou falando de Ivanete, aquela que consegue
tornar desejos realidades e músicas em
imagens de sonhos e fantasias. Abaixo mais
um de seus trabalhos, encerrando 2008
com Solidão, de Alceu Valença.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


A solidão é fera, a solidão devora
É amiga das horas prima irmã do tempo
E faz nossos relógios caminharem lentos
Causando um descompasso no meu coração

A solidão é fera
É amiga das horas
É prima-irmã do tempo
E faz nossos relógios caminharem lentos
Causando um descompasso no meu coração

A solidão dos astros
A solidão da lua
A solidão da noite
A solidão da rua


alceu valença



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base da pesquisa: aequivo pessoal / google

sábado, 27 de dezembro de 2008

Meus Escritos - Delírio




Domingo. Uma fria tarde. Ele sentia-se só,
muito só. Não existe nada pior que a
solidão e a tristeza, juntas em um dia frio.

Uma vontade imensa de abraçar sua Mãe,
já frágil pelo peso da idade. Ouvir sua voz, sentir
seu cheiro. Mas não mais podia, pois o
tempo e a distância que os separava era grande.
Sua Mãe partiu, acolhida nos braços de
sua mulher há anos, longos anos.

Então, dirigiu seus pensamentos e a vontade de
abraçá-la para seu Pai, amargurado pela morte da
esposa, amargurado pela solidão após décadas
de viver à dois e com a alma perturbada
por muitas desavenças familiares pelas filhas causadas.
Abraçando-o, conversando com ele,
talvez abrandasse sua grande saudade.
Mas já era tarde também. Seu Pai partiu dois anos
após amorte de sua Mãe.

Solidão, frio e tristeza. Mas tinha ainda
irmãs, cunhados, sobrinhos e sobrinhas,
tinha ainda sua família. Iria visitá-los,
esquecer a solidão que o afligia,
matar a imensa saudade dos almoços e dos
churrascos aos domingos, jogando conversa fora.

Primogênito. Sempre teve amor por
eles. talvez não soubesse demonstrar,
talvez não tivesse sido um bom filho, um bom irmão.
Mas eles eram sua família e as recordações eram
muitas, boas e más. Mas também era tarde.
Intrigas de suas irmãs (?), tornaram-no um banido .
Apenas divagava, delirava e
aos poucos, à realidade voltou. A verdade
aflorou em seu olhar entre lágrimas silenciosas
e cruéis. Estava só, não mais tinha ninguém
que o acolhesse, que lhe transmitisse o calor de uma
palavra em uma simples e banal conversa. Idiota.
O que o levava a continuar sonhando? A iludir-se
com a volta de um passado perdido, morto,
repleto de hipocrisia, se agora o sentimento que
por eles nutria era o mais puro asco.

Só, ele iria continuar, pois fora covardemente
banido do seio da família quando mais dela precisou.
Até as lágrimas que corriam por sua face, rolando
em direção ao seu peito vazio não o consolavam,
pois eram frias como a solidão em um frio dia,
frias como o aço, como o desprezo que
agora por eles nutre.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base da pesquisa: arquivo pessoal / meus escritos

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Milton Nascimento, Travessia



" Sou fascinado pela minha família,
acho que eu não poderia ter tido mais amor,
educação e liberdade em nenhuma outra família no mundo.
Eles moldaram a minha vida. "
milton nascimento



Milton Nascimento. Na cidade de Rio de Janeiro,
em 26 de outubro de 1942, nasceu aquele que
é reconhecido mundialmente como um dos mais
influentes, talentosos cantores e compositores
da Música Popular Brasileira.

Conhecido também pelo apelido de Bituca,

filho de Maria do Carmo Nascimento, uma empregada
doméstica, foi adotado por um casal cuja esposa,
Lília Silva Campos, era professora de música e
o marido, Josino Campos, proprietário de
uma estação de rádio.



milton nascimento

Mudando para Três Pontas, em Minas Gerais, Milton

que aos treze anos já cantava em festas e em
bailes da cidade, tem seu estilo musical influenciado
por um desdobramento da Bossa Nova, a MPB,
associado a fortes tendências ao jazz e a grandes
nomes do rock, como Beatles e Bob Dylan, com
toques, tanto da música hispano-americana de
Mercedes Sosa, Violeta Parra e Victor Jara, quanto
dos sons caribenhos de Pablo Milanes e Silvio Rodrigues.

Nunca deixando de lado as suas origens, busca

inspiração nas fontes regionais brasileiras, nos cantos
folclóricos de Minas Gerais e de outros estados, o
que comprovamos no vídeo a seguir.

carlos miranda (betomelodia) 



( vídeo em 360p )



Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto muito tenho pra contar

Solto a voz nas estradas já não quero parar
Meu caminho é de pedras como posso sonhar
Sonho feito de brisa vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto vou querer me matar

Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho hoje faço com meu braço o meu viver

Solto a voz nas estradas já não quero parar
Meu caminho é de pedras como posso sonhar
Sonho feito de brisa vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto vou querer me matar

milton nascimento / fernando brant




fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Meus Escritos - Véspera de Natal




Não consigo entender o porque de
sempre para mim, esta ser uma época triste.
Aos sessenta e quatro anos, muito creio em Papai Noel
mas Dele, não recebo os presentes que peço
em todos os Natais, ano após ano.

Sim, eu sei que difíceis de serem encontrados o são.
Penso que talvez não os mereça, ou sejam eles
muito grandes para caberem em meu pequeno mundo.
E olhe, talvez eu até já os tenha recebido
sem ter notado, sem ter reconhecido e dado valor,
e por isso continuo aqui, esperando.

Meu pedido Papai Noel, é simples e dizem que
sim, ele pode ser atendido pelo Senhor.
Preciso ao meu lado, um Amigo ou uma Amiga,
sempre presente em meus dias para me
fazer sorrir com alegria sempre que lágrimas tristes
meus olhos verterem, para confortar
meu velho e cansado coração com suas palavras e
conselhos, sempre que deles eu precisar.

E por favor, abusando eu sei, só mais um pedido:
Paz para meu restante viver,
Paz para todos os habitantes deste mundo
belo e generoso. Que apenas o Amor e a
Fraternidade reinem soberanos em todos os momentos,
em todas as ações pelos homens praticadas.

E agora Papai Noel, como uma oração eu peço
que o dia de amanhã, Natal, seja lembrado o ano todo
e que a humanidade se volte para o Amor,
não esquecendo que os votos de ventura e de
felicidades trocados nesta noite, devem ser
postos em prática por todos, sempre,
a não apenas nos finais de ano.
Assim, quem sabe eu afinal receba meu presente.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base da pesquisa: arquivo pessoal / meus escritos

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Minha Cidade Natal - Forte de Copacabana


Sempre tive vontade de divulgar,
mostrar os espaços nos quais passei minha infância
e adolescência em minha cidade natal,
Rio de Janeiro.
Nunca fiquei satisfeito com o que escrevi,
com minhas descrições, pois não conseguia
dar a impressão exata da enorme importância
que esses lugares possuem, não só em beleza
ou tradição, mas em termos históricos, muitas vezes
desconhecidos da quase totalidade dos cariocas.
Sempre me faltavam dados confiáveis
em minhas pesquisas, em minhas memórias.
Navegando pela web encontro o que tentei fazer,
da maneira que sempre desejei mostrar
minha maravilhosa cidade e assim,
vou transcrever para vocês esses bonitos trabalhos
de pesquisas e divulgação, que revelaram
alguns fatos, também por mim desconhecidos.

carlos miranda (betomelodia) 




nossa senhora de copacabana

Bolívia. Na cidade de Copacabana, às margens
do Lago Titicaca, outrora existia a capela de
Nossa Senhora de Copacabana, construída pelos
Incas no período pré-colombiano.
De lá, no século XIX, os espanhóis trouxeram
uma réplica da imagem da santa e no rochedo à
entrada da Baía de Guanabara,  e edificaram
uma igreja para abriga-la.
Eis a origem dos nomes da praia, de uma de suas
avenidas e do bairro do qual é padroeira, Copacabana.



igrejinha de nossa senhora de copacabana

Mas, a igrejinha foi demolida em 1908. O rochedo,
com sua localização privilegiada, com ampla vista para
a baía, era estratégico para a defesa de nossa costa
contra invasores estrangeiros. Então, teve início
a construção do forte que hoje conhecemos,
batizado de Forte de Copacabana.



vista aérea do forte

Concluído no ano de 1914, com o objetivo de reforçar
a defesa da Baía de Guanabara, o Forte é aberto
à visitação pública sendo um passeio agradável e muito
atraente, com uma das vistas mais bonitas e menos
conhecidas da Cidade de Rio de Janeiro.



pátio interno

O Forte preserva a memória de algumas passagens
da história da Cidade do Rio de Janeiro, desde
o Plano de defesa da Baía de Guanabara,
(período que vai de 1763 à 1908), por conta da
transferência da capital do Brasil para a Cidade de
São Sebastião do Rio de Janeiro, no ano de 1763, o que
criou a necessidade de serem reforçadas as defesas
da Baía da Guanabara, através de Fortificações de Artilharia.



os canhões do forte

E tem mais um dos marcos da Cultura Carioca
está instalado nas dependências do Forte e esse marco é o
Café da Confeitaria Colombo. Com dois ambientes,
interno e externo, é o lugar ideal para se ver a noite chegando
sobre a praia de Copacabana, com a brisa marinha trazendo
uma sensação maravilhosa, sensação de paz e magia.


pátio externo do café do forte


fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquiuvo pessoal / google

domingo, 21 de dezembro de 2008

Lenine, É o Que me Interessa



“Quando vejo um artista como o Lenine
e sua banda sendo aplaudidos, voltando para o
palco várias vezes em shows fora do Brasil,
vejo que a boa música não tem fronteiras.”

andrea comodo


Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, conhecido
apenas como Lenine, nasceu no dia 2 de fevereiro
de 1959, em Recife, Pernambuco.


lenine

Compositor, arranjador e cantor, Lenine é
por muitos considerado um músico completo e
hoje, mais de 500 músicas levam sua assinatura, sendo
que cerca de cem delas já foram gravadas por ele
ou outros artistas. Esta rica obra inclui até mesmo oito
sambas-enredo campeões do carnaval de rua carioca.

No vídeo abaixo, uma de suas composições que
interpreto, dentre muitas de sua autoria que
fazem parte de meu repertório.

carlos miranda (betomelodia) 




Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto
E é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Por trás do seu sossego
Atraso o meu relógio
Acalmo a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

lenine



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 20 de dezembro de 2008

Djanira e o Milagre da Pintura



Nesta nova postagem da série A Arte,
vamos falar sobre um milagre atribuído à pintura e fé.
Djanira da Motta e Silva, nascida em Avaré, no interior do
estado de São Paulo em 20 de junho de 1914, pintora,
desenhista, ilustradora, cartazista, cenógrafa e gravadora,
legou ao mundo das artes plásticas, belas criações.

Trabalhou muito desde criança e quando morava em
São Paulo, foi vendedora ambulante para se sustentar.
Não pensava e sequer imaginava um dia ser uma artista
plástica. Ganhava pouco, morava e comia mal e trabalhava
muito além de suas forças.


djanira

O resultado foi que contraiu tuberculose, sendo então
internada no pavilhão de pacientes terminais do Sanatório
Dória, na cidade de São José dos Campos, em 1930.
No hospital foi que teve acesso pela primeira vez a pincéis
e telas. Djanira passou a pintar a figura de um Cristo,
contorcido em dores, como os pacientes do pavilhão dos
desenganados. Para espanto dos médicos que previam
de dois a três meses de vida para ela, recuperou-se
e recebeu alta, quase que completamente curada.

A partir de então, começou a produzir muitas obras de arte
e em 1952, viajou pelo Brasil para colher imagens do cotidiano
e de festas religiosas, sendo essa a fase mais expressiva
de sua carreira. Representou pescadores, trabalhadores do
campo, da cidade, assim como o místico sincretismo do
catolicismo e cultos afro-brasileiros.

Em 1979, com a saúde novamente debilitada, entrou para
a Ordem Terceira do Carmo e mudando o seu nome
para Teresa do Amor Divino. Djanira, morreu no convento,
na cidade de Rio de Janeiro, pouco tempo depois.

carlos miranda (betomelodia)




cena de mercado, 1960

casa de farinha, 1963

cafezal, 1952

estação de belo horizonte, 1948

trabalhador de cal, 1974

vista de santa tereza, 1979

igreja de santo antonio dias, 1955

o circo, 1944


destaco: três orixás, 1966

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google