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sexta-feira, 17 de maio de 2019

Meus Escritos - Ilusões



( trecho de "o verbo no infinito", de vinícius de moraes )





E ali, de olhar perdido na imaginação, olhando para um
longínquo ponto no céu, ele sonha.


Em sua mente, os sonhos que povoam o universo
são realidades e as realidades do universo, são apenas
sonhos, realizados ou não, nascidos de sua imaginação.

Ele, um entre incontáveis, soberano em seu próprio
universo entre incontáveis universos, é o
supremo sonhador entre bilhões de sonhadores,
aquele que cria e destrói realidades.
Imaginação, sonho, realidade, universo. Caos.

Deus onipotente, Deus onipresente,
aquele que com a força de apenas seu pensamento
faz nascerem e morrerem aspirações.


Então, de um longínquo ponto no céu,
ao olhar para si,sente a angústia
da busca, do desejo de conhecimento e entendimento,
pois apesar da imaginação, sonhos, realidades e
poder do pensamento, não consegue
compreender o sentido de seu próprio universo e
a razão, aos poucos lhe escapa.

Ao escapar a razão, restam ilusões, apenas ilusões
sem sentido, sem lógica, sem propósito definido
em seu universo. Vida inspirada apenas em
meros sonhos, em bilhões de... ilusões.

carlos miranda (betomelodia) 

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Meus Escritos - Saudade

pablo picasso
"le vieux guitarriste aveugle", barcelona, outono de 1903

A primeira vez que vi esta tela de Picasso,
um sentimento de tristeza e abandono assolou-me.
Profundamente.

Pensamentos sobre meu futuro não foram felizes.

Por muitas e muitas manhãs, acordei lembrando de
um sonho, um pesadelo em que eu estava estendido
em uma sarjeta,  mãos erguidas pedindo auxílio aos que
passavam mas, só olhares vazios, nenhuma ajuda.
Isso deixou-me inquieto por muitos anos.

Os sonhos e esta bela obra de Picasso, motivaram-me

a escrever este texto que, embora triste, é a realidade
de muitos  de nós, Músicos.

carlos miranda (betomelodia) 




Eu fui um cantador. É isso mesmo que vocês leram,
um cantador, não um cantor, que a muitos encantava.
Desde cedo aprendera que a vida é Música,
é a beleza de um acorde, o som do mar,
do vento nas folhas da vegetação,
e é também o som do silêncio.

Assim, regido por acordes de inúmeras canções,
dediquei-me à tarefa de difundir o Amor e a Vida nas
muitas melodias que entoava por esse mundo afora.

Em o fazer, retirava dos sons que no ar pairavam,
o sustento material, o sustento emocional e espiritual.
Eram os alimentos que necessitava para viver,
para sonhar e para cantar.

Décadas passaram. As canções entoadas
em inúmeros palcos das cidades e países por onde vaguei,
perderam-se no tempo e no espaço, restando apenas
recordações queridas mas, dolorosas.

Ocaso de uma vida de sonhares, realizados ou não,
ocaso de ilusões desfeitas. Mas cedi à realidade.

Meu corpo agora tão frágil, cansado, meu olhar,
revelam a certeza do abandono e do esquecimento.

Assim hoje me vejo só e sem um palco, um microfone,

platéia, com meu olhar perdido nas brumas do passado,
saudoso, buscando sons esquecidos e aguardando.
Mas aguardando o que, com minhas mãos e voz trêmulas?
Me vejo sem esperança, ouvindo apenas a Música da vida,

suave, não suportando ter sido abandonado por meus acordes,
por minha voz outrora forte e bela. Triste e solitário
eu um Velho Cantador, sonho apenas ser lembrado
por minha platéia, pedindo apenas para ser
amado como outrora o foi ao cantar o Amor,
sonha apenas ser lembrado quando

nos palcos era ouvido...

carlos miranda (betomelodia) 




imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base da pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos

domingo, 17 de março de 2019

Meus Escritos - O Amor



" Não, não é um anjo diabólico. "

" Mesmo ? "

" Ele foi torturado pela vida, sofreu muito e teve a visão
do mundo e de seus deveres,
tolhida pela venda que nele foi colocada "

" Para mim ele é diabólico !
Ele nunca deve ter encontrado alguém como eu ! "

" Calma, não o julgues. Ele apenas precisa de alguém que
remova essa venda, cure as feridas de suas asas,
de sua alma, alguém que o ensine a voar novamente.
Seja tolerante com ele.
Precisa de esperança, de amor, pois é um banido e os
banidos, acabam por se tornarem fracos, indefesos "

" Tá bem, vou cuidar dele, mas
daqui de longe, claro.
Mas responda, quem lhe fez tanto mal,
quem colocou em seus olhos essa venda ? "

" O amor, foi o amor. "

( diálogo com ivanete souza pelo antigo msn de carlos miranda (betomelodia),
sobre a imagem de perfil que na época ele utilizava )




Sim, seus olhos eu vendei
Para não mais ver seu olhar.
Assim em meu abrigo sentirei,
Seu corpo ferido apenas repousar.

Prometi, daria minha paz
E junto, minhas emoções.
Ia torná-lo então capaz,
De entender todos os corações.

Demais para todos sua luz o era.
Ofuscava, sem ser compreendido.
E aos poucos em sua espera,
Frustração, jamais era entendido.

Em seus olhos, fundo eu olhava.
Via grandeza, sentia a tristeza,
Porque em sua dor apenas desejava,
Partilhar da vida a beleza.

Asas flageladas eu deixei,
Com sua imensa ruína, desesperei,
Ao ver sua alma perdida,
Em meio a emoções, tão ferida.

Não mais voltarás a voar.
Porque enquanto vida existir,
Somente lhe poderei libertar
Quando o último alento partir.

Em troca da essência de seu ser,
Prometo, gozará com meu prazer,
E prisioneiro será em sua dor,
Apenas por ter conhecido o Amor.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Meus Escritos - Talvez...




Mesmo estando certo, acho que estou errado.
Ou estou errado por achar que estou certo?
Talvez, tudo seja certo ou tudo seja errado.

Levanto, ando. Até onde? Qualquer lugar?
Canso, volto. Até onde? Onde estava antes?
Talvez, onde ainda não estive seja meu lugar.

Busco o peso exato entre o bem e o mal, o equilíbrio.
Sempre muito atento, mas também, disperso.
Talvez, buscando entre a vida real e o sonho eu esteja.

Por vezes triste, mas alegre ao mesmo tempo.
Procuro entender o não, o sim já entendo.
Talvez, esse seja meu fim, a descoberta do não.

Amo o que é inexato, em busca da exatidão.
Idolatro a beleza em si, mesmo que horrível seja à todos.
Talvez, seja eu um tolo, por ser sincero mentindo.

Medo, sinto medo. Choro e rio em minha solidão.
Mas sorrio ao lembrar minha vontade de seguir em frente.
Talvez, temeroso me arrisque por impulso e dor.

Amigo sem amigos. Um poeta sem rimas e palavras.
Despido de falsa modéstia, egoísta eu sou.
Talvez, vivendo sem que esteja vivo.

Vou brincando de amar, embora receando o amor.
Mas seguir amando sem ser aceito pela vida?
Talvez, tenha que partir odiado para que seja lembrado.

Olho para cima, vejo o azul. Vejo o branco também.
Por vezes sinto gostar da vida. Contente fico. Alegre?
Talvez não mais seja alguém, não mais exista então.

Vim de longe, muito longe no tempo e na busca.
Descobri aos poucos que sou aquele que ama seguir.
Talvez apenas adie o momento de partir.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: google - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Meus Escritos - Então me Saberá



Uma vida de busca e espera onde sua imagem
então indistinta, fugidia e inalcançável,
em sonhos sempre desvanecia.
Em meu cansaço, desilusão.
Em meu coração, desesperança.

Aguardei você, desejei você em meus sonhar,
realidade enevoada repleta de uma luz
estranhamente bela e surreal, destruindo escuridão,
vazio de meu coração preenchido,
mesmo que tarde, com amor e graça constantes.

Mas, se um dia você chegar e não souber tão logo
quem sou, não se preocupe, espere.
Rapidamente lhe encontrarei, irei lhe abraçar,
beijar e trarei em meus braços você, de meus sonhos
para a realidade, onde então me saberá.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base da pesquisa: arquivo pessoal / meus escritos

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Meus Escritos - Meu Papai Noel



Vou contar um segredo.
Completo 75 anos em 2019 e acredito em Papai Noel.
Porque a surpresa? Até hoje o Bom Velhinho
atende aos meus pedidos. Bem, no começo de
nosso relacionamento, não era bem assim. Muito jovem,
fazia meus pedidos de forma errada.

Pedia coisas pessoais tais como brinquedos, roupas
novas, esses tipos de presentes quando apenas a
satisfação por  ter ganho isso ou aquilo, me enchiam
de orgulho. Puxa, na quase totalidade das vezes
não era atendido. Cheguei ao ponto de não
acreditar Nele. Cresci. Os adultos me disseram que
eu estava certo, por não acreditar. Confiei nas
palavras dos adultos. Papai Noel? Não existia!

Cresci muito mais. Bem, não tanto.
Só até um metro e setenta e dois. Meu coração, meus sonhos,
eram ainda os de uma criança. Mas uma criança com
mais maturidade, tá? Aos poucos fui aprendendo
a fazer meus pedidos. Papai Noel então, começou aos
poucos a atender, deixando meu coração ainda infantil
surpreso. Hum... Será? Ele existe?

Então,  apesar de já adulto e com muitas dúvidas, recomecei
meus pedidos de Natal. Sentia vergonha, medo mesmo, que
outros adultos soubessem que eu voltara a acreditar no
Bom Velhinho. Fui em frente. Pedia. E Ele por vezes me dava o
que era por mim pedido. Só não pedia por escrito. Pedia
em oração. Olhando o brilho das estrelas. Sonhando.
Então notei que quando era atendido, eu fizera por merecer.

Descobri assim, como ganhar presentes de Papai Noel.
Simples. Era só fazer por merecer. Tipo semear
Amor, Bondade, Felicidade, praticar o Bem. Ah, e
também conversar com Ele todos os dias do ano, não
só no Natal. Resultado, hoje sou um cara feliz.

Tenho Amor, Paz, Felicidade. Atendido, tenho o necessário
para um viver simples e tranquilo. Feliz por fazer o melhor
possível para todos. Feliz por acreditar Nele. Recebo meus
presentes se merecedor for. Não só no Natal. Sempre na hora
certa Ele me atende. Não falha, embora eu por muitas vezes falhe em
meus propósitos durante o ano. O nome de meu Papai Noel?
Deus. E Ele tem um "braço direito" que me ajuda e protege,
com Seu exemplo de Vida e Fé: Jesus.

carlos miranda (betomelodia) 






" O Brasil está em nossas mãos.
Que tenhamos a coragem e a determinação para
transformar difíceis momentos em grandes desafios,
sempre voltados à dias melhores. Fé.

Neste final de 2018, que o Natal seja repleto de
Paz e muito Amor, fazendo com que o ano que em
seguida virá, seja um ano de prosperidade."

carlos miranda (betomelodia) 



e ao bater o sino, um bem brasileiro natal para todos nós


Bate o sino pequenino sino de Belém já nasceu Deus Menino para o nosso bem
Paz na Terra bate o sino vamos festejar abençoe Deus Menino esse nosso lar

Hoje a noite é bela flores na janela juntos eu e ela felizes a cantar
Ao soar o sino sino pequenino vem o Deus Menino nos abençoar

Bate o sino pequenino sino de Belém já nasceu Deus Menino para o nosso bem
Paz na Terra bate o sino vamos festejar abençoe Deus Menino esse nosso lar

Hoje a noite é bela flores na janela juntos eu e ela felizes a cantar
"Assuar u" sino sino pequenino vem o Deus Menino nos abençoar

Bate o sino pequenino sino de Belém já nasceu Deus Menino para o nosso bem
Paz na Terra bate o sino vamos festejar abençoe Deus Menino esse nosso lar

Merry Christmas, Harry Funny, Happy Jesus
Ah, sei lá... Feliz Natal !!!


( adaptação regional de cat stevens )



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - textos: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Meus Escritos - Mal Ditas Palavras



Com palavras, tudo aprendemos.
Passamos a entender e explicar o que nos rodeia,
mas... sempre sob nosso ponto de vista.

As palavras. As usamos para implorar aos
céus e pedir aos homens todo o saber,
mesmo sem ter um propósito definido.

É com palavras que cantamos a vida, contamos
segredos, pecados e nossas aspirações,
mas... não queremos ser julgados por elas.

E com palavras fazemos nossas juras de amor,
nossas preces ao sempre presente vento,
Sem a certeza de que seremos atendidos.

carlos miranda (betomelodia) 




Palavras movem o mundo, ditam costumes
regras, proibições, permissões, sentenças e perdões.
Narram verdades, mentiras e enganos,
provocam mil atrocidades, geram ódio,
rancor, sede de vingança e guerras, 
trazem-nos falsas esperanças.

Mal ditas,  as  palavras levam a humanidade a cometer
toda uma série de pecados, crimes e injustiças,
corrompendo amores, sonhos e vitórias.

Palavras que constroem impérios,
são  as mesmas que os destroem, sim ou não
ao destino dos homens, à existência, à vida enfim.

Malditas sejam as mal ditas palavras que,
fazem com que sejamos interpretados erroneamente,
sejamos mal queridos e mal amados, ao não
as dizermos da forma que à todos agradariam.

Sim, são malditas as mal ditas palavras, responsáveis
pelo que acontece a nós e  ao mundo em que
a maioria tenta viver,  impedidas de sair de uma vida sem metas,
sem lugar  e sem tempo para esperança.

Mal ditas, as palavras são a ruína da humanidade
por seu poder de persuadir, ocultar a verdade,
mover exércitos , nações, em defesa de obscuros ideais que,
além de quimeras ou dogmas, nada mais o são.

Verdadeiras armas de destruição,  as palavras
deveriam ser banidas de nossa vidas e,
até mesmo as bem ditas palavras deveriam  inexistir.

Para que usar palavras se um gesto, uma imagem
revela a verdade, sem subterfúgios,
um olhar, em seu silêncio, sempre diz o que
realmente queremos, sem enganos ou mentiras.
Como mentir sobre um gesto, uma imagem,
um olhar, se  são realidades?

Um ato, ao gerar um acontecimento,
não pode ser esquecido, alterado, mas 
já as palavras, por mais belas e puras que sejam,
palavras podem tornar-se um mal.

Creio que viveríamos melhor sem elas, pois
nossos gestos, carinhos e exemplos, seriam
as melhores maneiras de aprender, ensinar,
entender e explicar a vida em sua plenitude.

Não precisamos de palavras,
precisamos apenas e simplesmente de... Amor.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo pessoal - textos: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Meus Escritos - Cafifas

betomelodia.blogspot.com


" Se eu fosse uma pipa eu queria ser cortada.
Assim, ficaria livre pra voar, voar pra onde eu quisesse ir
e ainda que uma hora eu tivesse que cair, aqueles
segundos de liberdade já me teriam valido a pena. "
jessica freire


Teve um dos melhores anos de sua infância ao morar no Engenho de Dentro, bairro
do Rio de Janeiro. Lá, nos altos da rua Mário Calderaro num terreno em
aclive, onde havia a bonita casa de seus tios e primos. Na parte alta do terreno, bem
ao fundo, em uma edícula "asso(m)bradada", "seu" José e "dona" Palmira, 
um simpático casal de portugueses moravam.

A edícula rodeada de muitas folhagens, flores e com seus "estranhos" moradores,
parecia saída de um conto de fadas pois o sotaque, o modo de vestirem-se e as
mágicas que faziam para ele eram diferentes e divertidas, impressionando-o muito.

Ele, que na maior parte de sua infância sempre morou com parentes, afastado do
convívio dos pais e irmãs, sentia-se um banido, um proscrito. Mas lá na casa de
seus tios, lá nos altos de um outeiro, viveu um ano em que soube o que era
ser amado, ser querido, fazer parte de uma família. Um ano.




Suas primas. A primogênita, sua parceira em aborrecer a menor. Planos bem
bolados e que quase sempre davam errado, pois com o choro da menina,
traziam broncas e castigos aos dois. Seu primo, o mais novo membro da família
e hoje piloto de caça da FAB, era de colo e por isso intocável. Sorte dele.

O relógio. Tem que falar dele. Um carrilhão de mesa que além de soar as horas
e os quarto de horas, fazia um tic-tac terrivelmente alto. Era movido à corda
e ficava sobre um móvel ao canto da sala de estar, onde ele dormia em um sofá.
Bem, ele só dormia depois de abafar os sons com almofadas e cobertores.

Sua Tia. Irmã mais nova de sua Mãe, era sua preferida. Fala rápida e sempre de
bom humor, tratava-o como um filho até mesmo quando ele fazia algo errado.
Ajudou-o a entender sua vida explicando-lhe os "porquês" e os "senões".
Sábia, mostrou a ele como viver bem, aceitando os revezes apenas como simples
obstáculos a serem superados. Ele guardou como herança, seus ensinamentos.

Seu Tio. Todos adorariam ter um Tio como aquele. Justo, alegre, bom ouvinte
e conselheiro, um verdadeiro Pai para um menino banido, companheiro nas
brincadeiras e mestre na arte de construir e empinar as, quadradas, pandorgas,
papagaios, pipas ou também conhecidas por um nome que o fazia rir muito: cafifa.
E foi assim que seu tio passou a chama-lo quando iam soltar ao vento as pipas
no terraço sobre a garagem:
"Vamos, Cafifa! Vamos aproveitar o vento! Vamos ver se essa vai voar! "
E saía correndo pela casa em direção ao terraço, com ele pulando de alegria à
sua volta. E todas as pipas voaram longe e alto.

As cafifas. Criadas como em um passe de mágica. Varetas de bambu e folhas
de papel de seda eram transformadas em obras de arte voadoras. Incríveis
estrelas, círculos, quadrados, retângulos, pássaros e em muitas outras formas.
Causavam inveja aos meninos da redondeza, eram atrações ao cortar os
ares ao sabor dos ventos. Sempre subiam aos céus. Eram lindas preces que
agradeciam o milagre de mais um belo dia.

Lembranças. Caras lembranças, alegres e por sua intensidade, nítidas em
seu coração. Seus Tios partiram, seu primo e primas constituíram família em
distantes lugares. Embora distantes, permanecem as recordações presentes em
sua vida, em suas memórias.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos