Encerrando o mês de fevereiro com uma publicação sobre a Música Brasileira, trazemos um dos mais
conhecidos Afro-Sambas da série composta por Baden Powell e Vinícius de Moraes que, ao lado
de uma outra composição, Berimbau, são os mais gravados e conhecidos. Trazem no tema
alusões à Cultura Afro-Brasileira em uma mistura de erudição no violão de Baden e o
lirismo poético de Vinícius, o qual inspirou-se nos cantos do Candoblé baiano e
rodas de samba com solos de berimbau. Foi o início das religiões na MPB.
A composição à qual refiro-me é "Canto de Ossanha". Mas quem, o que é "Ossanha"? Bem, os trabalhos
religiosos nas tradições africanas, não podem ser realizados sem a evocação de "Ossanha", um
Orixá conhecedor de todo tipo de ervas e seus usos. "Ossanha" tem uma característica: ele
é ambivalente, assim como todos os Orixás, e nesta composição mostra-se traidor, o
mediador das mandingas, aquele do qual Xangô nutre desconfiança. Mas como
é possuidor do Axé também é provocador, aquele que incita movimentos.
Isso é mostrado no refrão da Música, com a letra provocando, afirmando, "vai, vai, vai, vai", no mesmo
em seguida negando "não vou". Afirmam que não se cai no "Canto de Ossanha", a mandinga, para
que o que passou seja esquecido, mas sim para preparar-se para o novo. Mas, voltando já
para a composição, foi, segundo as palavras de Vinícius, que seu parceiro Baden fez o
Candomblé Afro-Brasileiro adquirir um jeitinho carioca no moderno Samba, que
tornou possível o cantar das religiões africanas entrar em nossa Música.
Ilustrando a postagem, um vídeo com aquele que foi e ainda o é, dos maiores nomes de nossa Música
que tão cedo nos deixou: Emílio Santiago, seu arranjo e domínio de palco com irradiante simpatia.
conhecidos Afro-Sambas da série composta por Baden Powell e Vinícius de Moraes que, ao lado
de uma outra composição, Berimbau, são os mais gravados e conhecidos. Trazem no tema
alusões à Cultura Afro-Brasileira em uma mistura de erudição no violão de Baden e o
lirismo poético de Vinícius, o qual inspirou-se nos cantos do Candoblé baiano e
rodas de samba com solos de berimbau. Foi o início das religiões na MPB.
A composição à qual refiro-me é "Canto de Ossanha". Mas quem, o que é "Ossanha"? Bem, os trabalhos
religiosos nas tradições africanas, não podem ser realizados sem a evocação de "Ossanha", um
Orixá conhecedor de todo tipo de ervas e seus usos. "Ossanha" tem uma característica: ele
é ambivalente, assim como todos os Orixás, e nesta composição mostra-se traidor, o
mediador das mandingas, aquele do qual Xangô nutre desconfiança. Mas como
é possuidor do Axé também é provocador, aquele que incita movimentos.
Isso é mostrado no refrão da Música, com a letra provocando, afirmando, "vai, vai, vai, vai", no mesmo
em seguida negando "não vou". Afirmam que não se cai no "Canto de Ossanha", a mandinga, para
que o que passou seja esquecido, mas sim para preparar-se para o novo. Mas, voltando já
para a composição, foi, segundo as palavras de Vinícius, que seu parceiro Baden fez o
Candomblé Afro-Brasileiro adquirir um jeitinho carioca no moderno Samba, que
tornou possível o cantar das religiões africanas entrar em nossa Música.
Ilustrando a postagem, um vídeo com aquele que foi e ainda o é, dos maiores nomes de nossa Música
que tão cedo nos deixou: Emílio Santiago, seu arranjo e domínio de palco com irradiante simpatia.
carlos miranda (betomelodia) ™
( vídeo em 360p )
O homem que diz dou não dá porque quem dá mesmo não diz
O homem que diz vou não vai porque quando foi Já não quis
O homem que diz sou não é porque quem é mesmo é não sou
O homem que diz tô não tá porque ninguém está quando quer
Coitado do homem que cai no canto de Ossanha Traidor
Coitado do homem que vai atrás de mandinga de amor
Vai vai vai vai não vou vai vai vai vai não vou
Vai vai vai vai não vou vai vai vai vai
Não vou que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não eu só vou se for prá ver uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor
Amigo sinhô Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte ao seu Orixá
O amor só é bom se doer
Vai vai vai vai não vou vai vai vai vai não vou
Vai vai vai vai não vou vai vai vai vai
Dizer que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não eu só vou se for prá ver uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor
baden powell / vinicius de moraes
fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google
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