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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Maria Gadú e Caetano Veloso: Sampa

betomelodia.blogspot.com


A postagem de hoje é sobre uma composição de Caetano Veloso, que muito foi
por mim interpretada: Sampa. Pelos palcos em que perambulei, cantando
qualquer outra música dele, em seguida vinha o pedido para que eu a cantasse.

Traz lembranças dos lugares da cidade onde morei por muitos anos, para mim
narrando o que senti ao mudar-me do Rio de Janeiro para lá. Só não menciona a
fina garoa que de tão forte e constante ensopava totalmente meu sobretudo no
inverno. Morei a uma quadra do cruzamento das avenidas Ipiranga e São joão
e com o tempo,  fiquei fascinado pela grandeza e diversidade da cidade.



caetano veloso e maria gadú

Esta música traz muitas realidades em sua letra. O mais impressionante é
o assombro que toma conta de quem pela primeira vez passeia por suas ruas, em
meio à sua grandiosidade e uma constante confusão de pessoas, apressadas
em um vai e vem constante, oprimidas pelos altos prédios que as margeiam.

Mas aos poucos a cidade cativa a todos com beleza e poesia. No vídeo ilustrando
esta postagem, Caetano e Maria Gadú fazem ao cantar uma homenagem à maior
cidade brasileira, a capital do Estado de São Paulo, carinhosamente
chamada por seus moradores de... Sampa.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi de mau gosto mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos Mutantes

E foste um difícil começo
Afasta o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas nas vilas favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos espaços
Tuas oficinas de florestas teus deuses da chuva

Pan-Américas de Áfricas utópicas túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

caetano veloso



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 19 de janeiro de 2014

Maria Gadú e Caetano Veloso: Rapte-me Camaleoa



Mais uma postagem sobre esta incrível dupla, Caetano Veloso e Maria Gadú,
interpretando uma composição de Caê  que é sucesso até os dias atuais.
Rapte-me Camaleoa fala de uma maneira mágica e transcendental sobre o ato
de fazer Amor, com um pedido à parceira para captar seus desejos, emitidos
em uma espécie de transe, que o faça delirar.



maria gadú e caetano veloso

Abusando de seu conhecimento da língua portuguesa, Caetano
inova nesta composição de uma forma interessante, combinando nossa
língua com termos em inglês e finalizando com uma frase em francês.

Rapte-me Camaleoa com Maria Gadú e Caetano Veloso.

carlos miranda (betomelodia) 





Rapte-me camaleoa
Adapte-me a uma cama boa
Capte-me uma mensagem à toa
De um quasar pulsando lôa
Interestelar canoa

Leitos perfeitos
Seus peitos direitos
Me olham assim
Fino menino me inclino
Pro lado do sim

Rapte-me adapte-me capte-me it's up to me coração
Ser querer ser merecer ser um camaleão

Rapte-me camalea
Adapte-me ao seu
Ne me quitte pas

caetano veloso



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Maria Gadú e Caetano Veloso: Leãozinho

betomelodia.blogspot.com


A postagem de hoje é sobre uma das composições de Caetano que, logo
após seu lançamento gerou muitas e muitas controvérsias sobre como e
para quem a mesma foi escrita, dedicada. Na verdade, tudo o que ele faz
ou declara, gera polêmica. Sem papas na língua, o que pensa, torna claro.
Admiro muito este grande Compositor, não entendendo o porque de
tanto interesse em sua particular maneira de viver.


Mas motivos e discussões a parte, quando eu atuava nos palcos
sempre tive um grande número de suas composições que eram muito
pedidas em minhas apresentações, inclusive "Cavaleiro" e
"Samba em Paz", lançadas em um single na década de sessenta.


caetano veloso e maria gadú

Não é necessário à quem ouve a música, para mim principalmente, saber
o que motivou a letra, pois música por si fala e é interpretada neste caso,
graças a genialidade de Caetano, da maneira que o  ouvinte quiser,
dependendo apenas de seu estado emocional ao ouvi-la.

Mas voltemos ao poema que ilustra esta postagem, intitulado "Leãozinho"
e que neste vídeo, tem a participação de Maria Gadú, uma paulistana
que desde sua estréia nos palcos, cativou público e crítica, já tendo sido
indicada várias vezes para o Grammy Latino.


carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Gosto muito de te ver leãozinho
Caminhando sob o sol
Gosto muito de você leãozinho

Para desentristecer leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho

Um filhote de leão raio da manhã
Arrastando o meu olhar como um ímã
O meu coração é o sol, pai de toda cor
Quando ele lhe doura a pele ao léu

Gosto de te ver ao sol leãozinho
De te ver entrar no mar
Tua pele tua luz tua juba

Gosto de ficar ao sol leãozinho
De molhar minha juba
De estar perto de você e entrar no mar

caetano veloso



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 10 de novembro de 2013

Maria Gadú e Caetano Veloso: Trem das Onze

betomelodia.blogspot.com


Demônios da Garoa. Este é o nome do grupo que tornou popular esta
composição de Adoniran Barbosa, que em sua letra menciona um bairro
da capital paulista, o Jaçanã. Premiada no carnaval do Rio de Janeiro
em 1965, foi a escolhida em um concurso para representar a
cidade de São Paulo.

O Interessante á que o "trem das onze" existiu mesmo e quem perdesse
o horário de partida do mesmo, do centro aos bairros, só na manhã seguinte
poderia voltar para sua casa. Adoniran com esta composição imortalizou
a responsável por esta extinta linha, a Tramway que funcionava desde 1894.

Nesta postagem, com a dupla Caetano e Gadú em uma nova roupagem para
Trem das Onze, chamo a atenção para os timbres das vozes do Caê
e da Gadú, em perfeita harmonia. Na minha humilde opinião sobre
as muitas interpretações desta música,  esta homenagem prestada pelos
dois à Adoniran, está em primeiro lugar. Excelente.

carlos miranda (betomelodia) 




Não posso ficar
Nem mais um minuto com você
Sinto muito amor
Mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã

E além disso mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar

adoniran barbosa



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google 

sábado, 13 de abril de 2013

Maria Gadú e Caetano Veloso: O Quereres



Duas gerações da Música Popular Brasileira.
Caetano, um ícone, grande compositor e intérprete, do
qual nada podemos acrescentar a seu respeito que não seja
do conhecimento de seus fãs, nacionais ou internacionais.

Gadú. Compôs aos dez anos Shimbalaiê, que foi incluída
na trilha sonora de uma novela. Indicada duas vezes ao Grammy, 
uma das indicações como Revelação e outra como Melhor Álbum,
despertou a atenção de várias personalidades ligadas ao
universo musical, cativando público e críticos. 
Obteve destaque especial ao interpretar Ne Me Quitte Pas
para a minissérie de uma emissora de televisão.

Abaixo, o resultado da união de dois grandes astros, em
uma composição de Caetano Veloso.

carlos miranda (betomelodia) 




Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock?n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim

caetano veloso



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google