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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Meus Escritos - Dois Fótons, um Destino

o big bang


Há aproximadamente 18 bilhões de anos,
uma violenta explosão, da qual pouco ou quase nada
sabemos, resultou na formação de todo esse
maravilhoso Universo em que hoje habitamos.
Foi denominada Big Bang.

Em sua infância, após uma inacreditável expansão, antes
mesmo que a Criação tivesse um segundo de vida e
pelos próximos trezentos mil anos seguintes, os
fótons dominavam o Universo. Espalhavam-se.
Aos poucos, começaram a surgir os átomos de hidrogênio
e hélio. Com a idade de cerca de um milhão de anos, um
novo fato começou a ocorrer. Em meio à nuvens de
quentes gases, que continham as sementes do que hoje
são as miríades de galáxias, repletas de milhões de sóis,
o que chamamos de força gravitacional começou a agir
e os primeiros aglomerados começaram a se formar.

Elementos que formam a vida, tais como
o carbono e o oxigênio, só surgiram bilhões de anos depois,
sintetizados no interior de imensas estrelas já moribundas.
Assim a Teoria do Big Bang consegue narrar, com um
grau de confiabilidade razoável, a infância remota
do Universo. Mas antes do marco zero, o que existia
quando ainda não tinha sequer começado?

A resposta mais honesta é: não sabemos.
O Big Bang deu origem a tudo, inclusive ao espaço e ao
tempo. Quer dizer, antes disso existia algo que só
podemos chamar de desconhecido. Esqueçamos então, aquelas
imagens que de vez em quando você vê em filmes, em que um
vasto espaço escuro é preenchido por uma explosão.
Não havia matéria, não havia espaço, não havia tempo,
não havia... nada.

carlos miranda (betomelodia) 




A lembrança. Em meio ao silêncio, foram ofuscados
por intenso brilho e violentamente separados.
Rápida e inexoravelmente, seguiram por caminhos
diferentes, opostos, rumo à escuridão, ao desconhecido.
A partir de então, a busca começara.

Após milhares de anos, em meio aos fótons que então
povoavam o Universo, continuou a buscar sua companheira
e ela, a ele. Cada um conhecia o luzir que almejavam
encontrar, tecendo na tarefa, planos para o
encontro. O vazio que os invadira era tão grande
quanto o espaço em que agora viviam e que
ante seus sentidos, lentamente se modificava.
Novos elementos surgiram e iniciaram uma nova
etapa na evolução do Universo de suas existências.
A determinação dos dois fótons de se
encontrarem, mesmo com o passar de milhões de anos,
não esmorecia. Continuavam a buscar-se.
Vagavam então pelo negro vazio. Buscando.

Assim, viram belas nuvens de gases se condensarem,
gigantescas estrelas nascerem e sucumbirem ante
seu colossal e insustentável tamanho. Assistiram
à formação de galáxias, sóis e planetas,
visitando a todos em sua incansável busca.

Certa feita, um milagre aconteceu.
Creio que o Criador se compadeceu de seus penares.
Ou então, os demais fótons e os
novos elementos que criados foram, souberam
de suas histórias e em todo o Universo,
resolveram ajudá-los. Uniram-se. Criaram novos elementos,
prepararam o vazio para receber a Vida, Vida que
os faria no futuro se encontrarem.

Com o passar de bilhões de anos o Universo tornou-se
mais estável. Novas estrelas nasceram e os guiaram com a
forte luz, existência por existência, tecendo
o destino que então poria fim à sua incansável
procura. Aconteceu que o Amor recíproco, não deixou
que neles ocorressem mudanças. Mesmo ainda separados.
Amavam-se desde o princípio dos tempos. Eram um só.
Fótons eram e fótons continuaram a ser, espalhando seu
puro luzir, primordial luzir, pelo espaço que continuavam
a singrar até então. E num planeta à beira de uma
galáxia, um dia sentiram a presença, um do outro e a
procura tornou-se frenética, louca e incansável.

Vidas ainda separadas eram. A busca continuou em
meio à matéria. Encontraram-se. Estavam então
aprisionados. Corpos materiais, orgânicos, eram então.
Mas com seu brilhar ainda forte e decidido, tornariam
a ser novamente pequenas luzes, luzes guiadas e
protegidas pelo Amor Eterno, sem igual. Sei, com certeza,
que no futuro voltarão ao espaço sem fim, juntos,
percorrendo os mundos em que estiveram à procura
da paz e da ventura que como agora, vivem. Lado a lado.

" Sim, somos um só!
Isso, tenho certeza, pois além de nada mais saber,
apenas disso tenho certeza. "

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo pessoal - textos: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos

segunda-feira, 16 de março de 2009

Caetano Veloso, Carolina



O que falar sobre Caetano Veloso, que adjetivos
usar sem redundâncias, sem que haja plagio
no que se refere a elogios ou idolatria?
Interpreto suas composições há muitos anos, 
sendo sempre muito aplaudido ao cantar 
seus vários sucessos.




Esta interpretação de Carolina, autoria
de Chico Buarque, está em meu acervo de vídeos
que, nesta postagem, hoje divulgo para
matar as saudades de velhos tempos.

carlos miranda (betomelodia) 



( vídeo em 360p )



Carolina nos seus olhos fundos
Guarda tanta dor
A dor de todo esse mundo

Eu já lhe avisei que não vai dar
Seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar
É hora já sei de aproveitar
Lá fora amor uma rosa nasceu
Todo mundo sambou uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo
Pela janela oi que lindo
E só Carolina não viu

Carolina nos seus olhos tristes
Guarda tanto amor
O amor que já não existe

Eu bem que avisei vai acabar
De tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei para agradar
Agora não sei como explicar
Lá fora amor uma rosa morreu
Uma festa acabou nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela
O tempo passou na janela
E só Carolina não viu

chico buarque




fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 1 de março de 2009

André Abujamra, Atotô Baluaê

oxaguiãn


A cidade, São Paulo. O ano, 1965. O pai,
diretor, ator e ex-juvenil do Internacional de
Porto Alegre, Antonio Abujamra. O seu nome,
André Cibelli Abujamra, que compositor,
cantor, multi-instrumentista e ator,
montou na década de 80 a banda denominada
Os Mulheres Negra, junto com Maurício
Pereira, por eles classificada como a terceira
menor big-band do mundo.



andré abujamra


No zodíaco, é Touro com Gêmeos, ou seja,
pés no chão e cabeça na lua. Tem o Candoblé
como sua religião sendo guiado por Obaluaê,
que lhe legou a inquietação. Essa miscelânea de 
influências faz com que ele se auto-defina como ator, 
diretor, produtor e músico, simplesmente um 
multi-profissional. 

Começou sua carreira por volta de 1985, mas foi 
em 2003 que realizou seu mais difícil trabalho, 
ao compor a trilha para o longa de Hector Babenco, 
Carandiru, sucesso do cinema braileiro. 

Tendo feito parte da banda Karnac, realizou no mesmo 
ano, em junho, no Villagio Café, em São Paulo, o 
seu primeiro show e após pouco mais de um ano, 
lançou O Infinito de Pé. Abaixo, em um vídeo 
editado por giulianoscan, um de seus muitos 
sucessos, Atotô Baluaê.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo gravado em havana, cuba, 240p )



atotô atotô atotô atotô
atotô atotô atotô atotô

atotô (baluaê) atotô (baluaê)
atotô (baluaê) atotô...

iemanjá Iejju iejju iemanjá
iemanjá Iejju iejju iemanjá

iemanjá Iejju iejju iemanjá
iemanjá Iejju iejju iemanjá

oxaguian oxaguian

iemanjá Iejju iejju iemanjá
iemanjá Iejju iejju iemanjá


andré abujamra




fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Papas da Língua, Eu Sei



Papas da Língua. A banda de rock
idealizada em 1993, no Rio Grande do Sul,
pelo músico Léo Henkin, guitarrista e
compositor, que uniu velhos conhecidos
para levar o projeto adiante: Serginho Moah
nos vocais, Zé Natálio no baixo, Fernando Pezão
na bateria e Cau Netto na voz.


papas da língua


Interpreto suas composições, que são
muito bem recebidas pelo público
presente, sendo solicitadas e
aplaudidas por todos. Abaixo, em um vídeo
editado por iSaa xD, a banda interpreta
um de seus sucessos, Eu Sei.

carlos miranda (betomelodia) 


Eu sei tudo pode acontecer
Eu sei nosso amor não vai morrer
Vou pedir aos céus
Você aqui comigo vou jogar no mar
Flores pra te encontrar

Não sei por que você disse adeus
Guardei o beijo que você me deu
Vou pedir aos céus

Você aqui comigo vou jogar no mar
Flores para te encontrar

Hey Yei
You say good-bye and I say hello
You say good-bye and I say hello
Ô u ô u

Não sei por que você disse adeus não sei
Guardei o beijo que você me deu
Vou pedir aos céus
Você aqui comigo v
ou jogar no mar

Flores pra te encontrar

Hey Yei
You say good-bye and I say hello
You say good-bye and I say hello
Ô u ô u
Hey Yei

serginho moah e fernando pezão




fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google


quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

WWW.Sem Zé de Riba, Oito Pilha Hum Real



Iniciando 2009, falaremos sobre um
grande personagem da Música e da Arte
do nosso imenso Brasil, um artista que com
sua individualidade e uma criatividade ímpar,
nos leva ao seu mundo de composições e
interpretações que, fugindo das visões e dos
conceitos estereotipados, surpreende e encanta
a todos os que o conhecem.



Zé de Riba é acima de tudo um cara sério.
Quando é folclórico, quando é apocalíptico como
Conselheiro, quando é árido ou quando
é só um embolador de tudo, a abordagem do Nordeste
desse Zé é profundamente respeitosa e honesta.
Até quando ri de si mesmo, ele é assim.

E o show é forte, miscigenado, cheio de pontes
com o mundo. Ao lado de uma banda muito competente,
o maranhense migra por linguagens afinal de contas
parecidas sem deixar de ser ele mesmo,
acima de tudo coerente. Um trabalho de muita força.

carlos miranda (betomelodia) 



(vídeo em 360p )




Nos embalos desse trem cortador de unha tem
bala bombom pirulito tem até Sonrisal
Oito pilha hum real oito pilha hum real
guaraná cadeado relógio inglês
bilhete pra todo lado tem fiscal tomando tudo
e tem fiscal tomando tudo

E de repente um tumulto corre corre recomeça
gente perde a sacola no trilho o trem apita
vai pará é a polícia vai pará é a polícia
é porrada de respeito contra aquele cidadão

do jeito do jeito jeito que foi essa nação
pra você vê então todo dia na estação sujeito
bem disposto alho e tomate tesourinha de mão
nhaum... quando chegar o fiscal
nhaum... quando chegar o fiscal
olha aqui meu irmão tem que pagar na real
olha aqui meu irmão tem que pagar na real

E nesse vendaval aparece um pastor com as
bíblia na mão querendo me convencer... irmão
todo mundo vai morrer irmão todo mundo vai morrer
por causa do cigarro valei-me meu Pai Eterno
é o juízo final olha a pilha! Oito pilha hum real
olha a pilha! Oito pilha hum real vendido

Telefone e automóvel não tem Modess práamenina
tênis camisinha e a tal penicilina absorventes
higiênicos satélite computador Melhoral infantil
avião elevador cotonete de elefante viagem para a lua
roleta de corrida tem dó de mulher nua garrafa
de coca-cola geladeira cd cinto guitarra elétrica e o
carrinho de bebê é o Brasil está legal faz de conta
adicional fantasia real tem câmera digital
olha a pilha! Oito pilha hum real
olha a pilha! Oito pilha hum real tá na bolsa

Barriga bola de gude tem calcinha de fitinha
a bunda brasileira aqui tem de tudo e não precisa
ir à feira tem o rolo do rolo do rolo rolo ralá
enquanto lá em Brasília tão vendendo o País
atola acorda a vida por um triz quando o jogo do jogo
do jogo e quem entra no jogo inda não foi condenado
olha a pilha! Oito pilha hum real

olha a pilha! Oito pilha hum real

"Óquei" pessoal "óquei" pessoal
desculpem incomodá a viagem de vocês meu pai tá
no xadres minha mãe no hospital minha mana é
uma tarada ela não tá legal "porisso" te peço agora
aceito passe ou um Real aceito passe ou um Real
aceito passe aceito passe aceito passe aceito passe

zé de riba


O mais legal é que se fosse para rotular,
não daria para encaixá-lo no mesmo "world music"
de Lenine, por exemplo, a quem não deixa de lembrar.
Mas o que o pernambucano tem de "world",
esse maranhense tem de si próprio. O mesmo dá
para dizer de outra referência de Zé, André Abujamra,
esse citado nominalmente durante a interpretação
de Alma Não Tem Cor, do Karnak.

Explicando: se Lenine e Abujamra, cada um por
um caminho, exploram gêneros olhando para fora,
o maranhense tem as mesmas curiosidades com um
olhar para dentro. Cada gesto teatral, cada
estrutura de arranjo com a entrada da flauta transversa
ou o solo de guitarra, remete a anos do que se vive
repetidamente nos sertões, misturando cordel,
Armorial, Canudos, teatro mambembe,
trovas, alucinações, mitologias readaptadas,
tropicalismo e fome. E é isso que Zé apresenta
no picadeiro ao respeitável público.
Sem leões banguelas, macacos tabagistas
ou elefantes esquálidos.

A referência Karnak aparece de novo,
por acaso (para quem acredita) no título de uma Juvenal
que não é aquela, e mais explicitamente no maestro
da banda, Mano Bap, o baixista da banda de Abujamra.
Daí vir o humor e o conhecimento de causa ao passar por
tudo o que passa a banda, de três percussionistas,
um sopro, baixo e guitarra.

Aliás, um dos percussionistas se destaca pelo uso
de uma bateria eletrônica Roland HPD-15,
de dezesseis pads programáveis,
com um som de "surdo-mitidão" cheio de peso
e harmônicos que pouca gente
percebe de cara não ser o surdo mesmo.

bernando mortimer



( vídeo em 360p ) 


Sem amor sem ninguém
Sem nenhum sem cem
sem bondade sem maldade
sem saudade sem alguém
Sem agora sem passado
Sem futuro sem presente
Sem memoria
Sou www.sem

Sou www.sem
Sem sim sem não
Sem baião nem de dois
Sem tom sem som
Sem batom sem cachaça
Sem graça sem dó
sem pó sem pirraça
Sem feijão sem arroz
Sem teto sem chão
E o w do w do w ponto plugado

E nesse jogo inventado
Eu fico sem ponto sem
Sem amor sem ninguém
Sem Rimbaud sem cem
Sem queijo sem rato
Sem beijo sem Lacan
Sem Freud sem manhã
Sem sina sem menino sem menina
Sem karma sem cama sem drama sem gasolina
Sem comedia sem a mídia sem a media
Sou ponto sem sem cem
Sem sol sem Uol

Sem anzol sem mar sem lar
E o w do w do w ponto plugado
E nesse jogo inventado
Eu fico sem ponto sem
Sem verbo sem adverbio
Sou transitivo direto
E nesse verbo de amor e de paixão
Tão só tão tão tão só tão tão tão só tão tão
Tão só tão tão tão só

zé de riba e romildo soares





O engraçado é perceber que justamente no ponto
mais fraco da apresentação, Reprocesso,
tocada em duas versões, e nome do disco de Zé de Riba,
é que o artista aposta. Em uma letra com algo entre
B. Negão e Gabriel o Pensador, o artista abre mão de todo
um peso de excelência que carrega nas costas
para tentar ser palatável e falar uma língua que não
se encosta na dele. Entre tantas línguas tão ao alcance
e tão bem incorporadas, a que foi escolhida para representar
o artista é o tiro na culatra. Que ninguém se deixe levar por ela.
bernando mortimer




fontes
imagens e vídeos: arquivo pessoal - textos: carlos miranda (betomelodia) / bernardo mortimer
base das pesquisas: arquivo pessoal / google