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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Caetano Veloso, Fora da Ordem



Bem, falar de Caetano é ser repetitivo, assim
penso , pois tudo que se podia falar à respeito
dele já foi dito. Essa postagem, é especial para mim,
pois certa vez, antes mesmo de chegar
ao final de minha interpretação, aconteceram vários
pedidos de bis, tendo eu que cantar por mais
duas vezes seguidas a mesma, entre aplausos do
público presente. Para vocês, Fora de Ordem.

carlos miranda (betomelodia) 



( vídeo em 360p )

Vapor barato
Um mero serviçal
Do narcotráfico
Foi encontrado na ruína
De uma escola em construção...
Aqui tudo parece
Que era ainda construção

E já é ruína
Tudo é menino, menina
No olho da rua
O asfalto, a ponte, o viaduto
Ganindo pra lua
Nada continua...

E o cano da pistola
Que as crianças mordem
Reflete todas as cores
Da paisagem da cidade
Que é muito mais bonita
E muito mais intensa
Do que no cartão postal...

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial...

Escuras coxas duras
Tuas duas de acrobata mulata
Tua batata da perna moderna
A trupe intrépida em que fluis...

Te encontro em Sampa
De onde mal se vê
Quem sobe ou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa
É quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova
Parece fogo, parece
Parece paz, parece paz...

Pletora de alegria
Um show de Jorge Ben Jor
Dentro de nós
É muito, é grande
É total...

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial...

Meu canto esconde-se
Como um bando de Ianomâmis
Na floresta
Na minha testa caem
Vem colocar-se plumas
De um velho cocar...

Estou de pé em cima
Do monte de imundo
Lixo baiano
Cuspo chicletes do ódio
No esgoto exposto do Leblon
Mas retribuo a piscadela
Do garoto de frete
Do Trianon
Eu sei o que é bom...

Eu não espero pelo dia
Em que todos
Os homens concordem
Apenas sei de diversas
Harmonias bonitas
Possíveis sem juízo final...

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial...

caetano veloso




fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google



sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Maurizio Bersani, O Sofrimento De Ninguém



Como de costume, meu gmail avisou me
do recebimento de comentários em meus blog's.
Em um deles, o título do blog do autor de
nome Maurizio, chamou minha atenção:
Instantes e Momentos. Acessei, para agradecer a
visita e veio o aviso de conteúdo adulto, que
me levou a pensar: mais um dos milhares
de sites e blogs desprovidos de conteúdo.

Surpresa. Belos poemas, odes ao amor e ao
prazer que ele proporciona em seus mais
íntimos momentos, ilustrados por belas
e eróticas imagens, retratando nossos desejos
e nossos atos, aqueles mais secretos,
em companhia da pessoa amada.
Eu recomendo uma visita.

Mas contém também textos sobre a vida, o pensar
por vezes dolorido, por vezes prazeroso
que ela provoca, evocando em nossa
mente lembranças vívidas, narrativas ouvidas
e arquivadas, experiências, atos que não
mais esqueceremos, contos como o
que abaixo transcrevo homenageando
meu conterrâneo lá do Leblon, Maurizio, em
minha cidade natal, o Rio de Janeiro.

carlos miranda (betomelodia) 





Era apenas um ser qualquer, mão esticada.
Era automático, num barulho de passos, um esticar
de mãos. Já nem pedia, pra que? Que se adivinhasse...

Às vezes uma moeda, uma nota, um tostão que fosse.
No fim do dia se levantava, ironicamente passava
as mãos na calça suja, rôta, limpando nada.
E ia sem pressa para lugar nenhum. Ia simplesmente.
Sem um rumo consciente, sem um destino,
sem um ponto final. Esperaria apenas o dormir
e deitaria numa ilusão de cama qualquer,
no instante que o sono chegasse.

De repente parou em frente uma vitrine. Olhava tudo
minuciosamente, viagens, cds, camisas, sapatos.
No reflexo do vidro na loja se viu. Pé descalço,
camisa rasgada, calça que era uma sujeira só. Sorriu.
Com tristeza, sorriu. Continuou seu caminho.Sem opções,
sem sonhos. Fome, frio, solidão. Nenhum bom dia, nenhum
boa noite. Nenhum sorriso, nenhum amigo, nenhum, ninguém.

No seu andar por andar, passou outra vez em frente
à mesma loja, olhou para a mesma vitrine. E desta vez,
só se olhou no vidro. Deitou ali mesmo e chorou.
Ninguém chorou com ele.

Só Ninguém chorou.

maurizio bersanni




fontes
imagem: arquivo pessoal - prefácio: carlos miranda (betomelodia)
conto: o sofrimento de ninguém - (do blog meus instantes e momentos)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Clóvis Graciano, a Diversidade em Arte

auto retrato


Nascido na cidade de Araras, SP,
em 29 de janeiro de 1907, Clóvis Graciano nos
deixou em São Paulo, SP, em 29 de junho 
de 1988. Nas Artes Plásticos nos legou diversos 
trabalhos em pintura, desenho, gravações, 
ilustrações, cenografia e figurinismos, enriquecendo 
sobremaneira a Arte Brasileira. 

Iniciou seus trabalhos na Estrada de Ferro 
Sorocabana, em Conchas, SP, pintando postes, 
tabuletas, letreiros e avisos para as estações 
ferroviárias. Transferido para São Paulo em 1934, 
passou a dividir seu tempo entre o trabalho e as artes, 
com preferencia para a última, tanto que após dez 
anos foi demitido por abandono de emprego. 
Em 1937 passou a integrar o grupo Santa Helena, 
indo ao final da década de quarenta para Paris, 
onde aprendeu as técnicas de produção de murais. 

De volta ao Brasil, executou diversos trabalhos 
em murais e em 1971, foi nomeado diretor 
da Pinacoteca do Estado de São Paulo e também 
Presidente da Comissão Estadual de Artes 
Plásticas e do Conselho Estadual de Cultura. 

Além da pintura, Graciano dedicou-se a diversas
atividades paralelas, lecionando cenografia na 
Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), 
ilustrando jornais, revistas e livros, principalmente 
nos anos 1980. No decurso de toda a sua carreira, 
Graciano permaneceu fiel ao Figurativismo, 
jamais tendo sequer de leve sentido a sedução 
pelo Abstracionismo. Tratou constantemente 
de temas sociais, como o dos retirantes, 
além de temas de músicos e de dança. 
Suas obras figuram em museus e coleções 
particulares do Brasil e do exterior. 

Abaixo, uma pequena mostra de suas obras,
algumas pinturas e uma parte do painel por ele feito
na Avenida Ruben Berta, São Paulo.

carlos miranda (betomelodia) 




passistas

frevo

figuras dançando

conversando no terraço

cavaleiros

retirantes

bombardeio


destaco: dança das bandeirolas

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Zé Ramalho, Chão de Giz




Chão de Giz.
Um clássico de autoria de Zé Ramalho,
uma de suas composições por mim preferidas
e que sempre provoca aplausos quando a canto.

Dono de voz e interpretações marcantes,
José Ramalho Neto, nasceu em Brejo do Cruz, Paraíba,
em 3 de outubro de 1949. Com uma maneira própria de
compor e cantar, sempre nos surpreende com a mistura de
ritmos e tendências diversas em suas composições.
Com carinho, para que apreciem, Chão de Giz.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )




Eu desço dessa solidão
disparo coisas sobre
um chão de giz
Há meros devaneios tolos
a me torturar
Fotografias recortadas
em jornais de folhas

Amiúde
Eu vou te jogar
num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
num pano de guardar confetes

Disparo balas de canhão
é inútil, pois existe
um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
sem um colibri
Queria usar quem sabe
uma camisa de força
ou de vênus

Mas não vou gozar de nós
apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
gastando assim o meu batom

Agora pego
um caminhão na lona
vou a nocaute outra vez
Prá sempre fui acorrentado
no seu calcanhar
Meus vinte anos de boy
that's over, baby
Freud explica
Não vou me sujar

fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
é assunto popular

No mais estou indo embora
No mais estou indo embora
No mais estou indo embora

No mais

zé ramalho




fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 6 de setembro de 2009

Taciana Lima, A Mulher


betomelodia.blogspot.com


Nesta página, com belas imagens de Alain Dumas
enriquecendo as palavras do poema de Taciana Lima,
uma vez mais homenageio a perfeição,
a Criação Divina chamada Mulher.



carlos miranda (betomelodia) 






Sou aquela linda luz por entre a fresta
Sou aquela que invade a tua sesta
Sou aquele amor eterno ignorado
Sou aquela saudade da tua festa




Sou o doce dos teus olhos abrasados
Sou a voz do vento que tu ouves
Sou a brisa da manhã do teu passado
Sou a sombra do teu rosto entrecortado




Sou a paz da alma que te resta
E a beleza destes anos teus dourados
Sou o encanto de teu riso lindo e puro
Nesta boca, tão sincero e tão marcado




Sou a força que te move nesta luta
Sou aquela que te espera eternamente
Sou a tua sempre terna namorada
Sou aquela que ficou em tua mente




Sou aquela que caminha entre teus passos
Sou a única que te fala ao ouvido
Sou a que se arrepende e não se cala
Sou aquela que devias ser marido




Sou a força desta vida que te move
Sou a tua coragem esbravejante
Sou aquela que sabes que tu tens
Sou a tua, a única tua, eterna amante...

taciana lima









fontes
imagens: arquivo pessoal - prefácio: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

( poema: "sombra de presença" de taciana lima )