Em muitas suas composições, Caetano Veloso sempre nos traz uma
crítica em defesa da cultura brasileira, valorizando suas diversas
facetas, seja no idioma pátrio ou nos costumes de nosso miscigenado
povo tais como a música, poesia, literatura ou seja, artes e costumes
regionais, lembrando-nos que tudo isso foi absorvido das várias
etnias formadoras de nossa população, criando nosso próprio
conceito cultural. Um celeiro mundial de tradições.
crítica em defesa da cultura brasileira, valorizando suas diversas
facetas, seja no idioma pátrio ou nos costumes de nosso miscigenado
povo tais como a música, poesia, literatura ou seja, artes e costumes
regionais, lembrando-nos que tudo isso foi absorvido das várias
etnias formadoras de nossa população, criando nosso próprio
conceito cultural. Um celeiro mundial de tradições.
caetano veloso |
No vídeo que ilustra esta postagem, Caetano enfatiza os valores
étnicos e culturais do Brasil com muita brasilidade, enfocando a língua
portuguesa como um marco dentro de nossa Nação e também, como
crítica aos que gostam de acrescentar modismos estrangeiros à
gramática já tão diferenciada de nossa lingua Pátria. Eis como
ele descreve seu patriotismo:
"Pátria não, Mátria! ... Mátria? Sim, mas também Fátria!"
Uma perfeita alusão à letra do Hino Nacional Brasileiro que, em
duas de suas estrofes cita: "Dos filhos deste solo és mãe gentil...",
a Mátria todos nós e, "Se o penhor dessa igualdade...", a Fátria,
a fraternidade de nossos irmãos brasileiros.
carlos miranda (betomelodia) ™
( vídeo em 360p )
Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixe os Portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua" fala Mangueira fala
Flor do Lácio sambódromo lusamérica latim em pó
O que quer o que pode esta língua
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas cadê sejamos imperialistas cadê
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E xeque-mate explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes nomes em ã de coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier Glauco Mattoso
e Arrigo Barnabé e Maria da Fé e Arrigo Barnabé
Flor do Lácio sambódromo lusamérica latim em pó
O que quer o que pode esta língua
Incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Se você tem uma ideia Incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo e o Recôncavo e o Recôncavo meu medo
A língua é minha Pátria e eu não tenho Pátria
tenho Mátria e quero Fátria
Poesia concreta prosa caótica ótica futura
Samba-rap chic-left com banana
( Será que ele está no Pão de Açúcar - Tá 'craude brô' - Você e tu -
Lhe amo - 'Qu'é qu'eu' te faço nego - Bate ligeiro - 'Arigatô arigatô' )
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no gueto do Harlem
Livros discos vídeos à mancheia
E deixa que digam que pensem que falem
caetano veloso
fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google