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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Emílio Santiago, Canto de Ossanha



Encerrando o mês de fevereiro com uma publicação sobre a Música Brasileira, trazemos um dos mais
conhecidos Afro-Sambas da série composta por Baden Powell e Vinícius de Moraes que, ao lado
de uma outra composição, Berimbau, são os mais gravados e conhecidos. Trazem no tema
alusões à Cultura Afro-Brasileira em uma mistura de erudição no violão de Baden e o
lirismo poético de Vinícius, o qual inspirou-se nos cantos do Candoblé baiano e
rodas de samba com solos de berimbau. Foi o início das religiões na MPB.


A composição à qual refiro-me é "Canto de Ossanha". Mas quem, o que é "Ossanha"? Bem, os trabalhos
religiosos nas tradições africanas,  não podem ser realizados sem a evocação de "Ossanha", um
Orixá conhecedor de todo tipo de ervas e seus usos. "Ossanha" tem uma característica: ele
é ambivalente, assim como todos os Orixás, e nesta composição mostra-se traidor, o
mediador das mandingas, aquele do qual Xangô nutre desconfiança. Mas como
é possuidor do Axé também é provocador, aquele que incita movimentos.

Isso é mostrado no refrão da Música, com a letra provocando, afirmando, "vai, vai, vai, vai", no mesmo
em seguida negando "não vou". Afirmam que não se cai no "Canto de Ossanha", a mandinga, para
que o que passou seja esquecido, mas sim para preparar-se para o novo.  Mas, voltando já
para a composição, foi, segundo as palavras de Vinícius, que seu parceiro Baden fez o
Candomblé Afro-Brasileiro adquirir um jeitinho carioca no moderno Samba, que
tornou possível o cantar das religiões africanas  entrar em nossa  Música.

Ilustrando a postagem, um vídeo com aquele que foi e ainda o é, dos maiores nomes de nossa Música
que tão cedo nos deixou: Emílio Santiago, seu arranjo e domínio de palco com irradiante simpatia.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


O homem que diz dou não dá porque quem dá mesmo não diz
O homem que diz vou não vai porque quando foi Já não quis
O homem que diz sou não é porque quem é mesmo é não sou
O homem que diz tô não tá porque ninguém está quando quer
Coitado do homem que cai no canto de Ossanha Traidor
Coitado do homem que vai atrás de mandinga de amor

Vai vai vai vai não vou vai vai vai vai não vou
Vai vai vai vai não vou vai vai vai vai

Não vou que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não eu só vou se for prá ver uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Amigo sinhô Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte ao seu Orixá
O amor só é bom se doer

Vai vai vai vai não vou vai vai vai vai não vou
Vai vai vai vai não vou vai vai vai vai

Dizer que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não eu só vou se for prá ver uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

baden powell / vinicius de moraes



fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Emílio Santiago, Naquela Estação



Na publicação de hoje sobre a Música Brasileira, trago de volta um dos maiores, ou em minha opinião,
um dos melhores intérpretes de nossa  Música Popular,  Emílio Santiago. Ele nos deu uma lição
de vida ao superar preconceitos e por também ter preferido a carreira de Músico e não a da
advocacia, pois era formado em Direito pela Faculdade Nacional de Direito. Tido pelos
Fonoaudiólogos como o cantor que possuía a voz mais perfeita do Brasil, segundo
análises técnicas efetuadas,  a sua partida não deixou um vazio pois sua obra
permanece em muitas gravações e vídeos que,  enriqueceram nosso tão
belo Universo Musical. Seu talento inspirou-me nos palcos da vida.

No dia 20 de Março deste ano de 2016, serão três anos sem sua presença física entre nós, mas tenho
certeza que todos nós, Músicos, ao cantarmos uma composição por ele interpretada, buscamos
lá no fundo de nossos corações seguir seu exemplo de levar ao público ouvinte, o melhor
de nossa MPB. Escolhi para ilustrar essa postagem, um vídeo em que ele nos lembra
um grande sucesso, Naquela Estação, em uma bela performance no palco, claro,
de autoria de  João Donato,  Caetano Veloso e  Ronaldo Bastos. Apreciem.


carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Você entrou no trem
E eu na estação vendo um céu fugir
Também não dava mais para tentar
Lhe convencer a não partir e agora tudo bem

Você partiu para ver outras paisagens
E o meu coração embora finja fazer mil viagens
Fica batendo parado naquela estação


joão donato / caetano veloso / ronaldo bastos



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Rogério Abreu e suas Esculturas

árvore sensual - mármore e aço


Apresentação

Bem, a publicação de hoje sobre Artes Plásticas, inaugura uma nova série sobre Escultores e suas
criações mas, será uma pesquisa sobre Artistas Estrangeiros. Será uma publicação mensal
onde tentarei realizar os muitos pedidos sobre o assunto de escolas e também dos
próprios artistas. Com meus quatro cantos na Web  alcançando mais de três
milhões de visualizações, lanço com orgulho o espaço internacional.


O Artista

Rogério Manuel Dias de Abreu nasceu em Freiria, Torres Vedras, Portugal, em 19 de junho de 1967.
Filho de agricultores, desde a mais tenra infância já demonstrava interesse pelas Artes, antes
mesmo de cursar o primário na escola, o que levou-o ao universo da pintura à óleo aos  9
anos. Mas suas pinturas eram incompreensíveis aos olhos de todos os que as viam e
seus primeiros trabalhos em escultura datam desse período, que foi uma espécie
de exploração de técnicas que mais tarde seriam aprimoradas. Autodidata, foi
aos 13 anos que construiu sua roda de oleiro com poucos recursos, com
isso tendo sua primeira ligação com o barro, provavelmente devido
aos contatos com o Mestre Ceramista José Franco, em Mafra. E
foi também influenciado pelos livros sobre Artes e Museus
que,  assiduamente ele sempre procurava frequentar.



rogério abreu


Sua Obra

Ensino secundário completado, Rogério partiu para Genebra e também Vevey, na Suíça, onde ficou
por aproximadamente 7 anos, sempre em diversas atividades artísticas como pintura sobre a
porcelana e desenho. Em 1992,  retorna à Portugal realizando trabalhos na construção
civil, mas sua paixão pelas Artes Plásticas foi intensificando-se com o passar dos
anos e no ano 2000, ele resolveu tomar a decisão de dedicar-se à Escultura
como sua principal atividade. Atena, deusa grega das Artes, Minerva,
a deusa romana dos Artistas ficaram gratas. Também nós, seres
humanos ficamos gratos, pois é um privilégio podermos
admirar a bela obra,  o talento e a maestria que nos
é  proporcionada  pelo trabalho  de Fernando.

Apesar de autodidata,  teve como inspiração
em seus estudos os grandes Mestres da Escultura
tais como, Juan Muñoz, Nogushi, Rodin, Brancusi, Serra,
Oteísa e outros grandes nomes da Arte em sua formação, como
também buscado na Natureza materiais para seus trabalhos em suas
variadas e inigualáveis técnicas. Com esculturas em muitas instituições, em
coleções particulares e Museus de vários Países, Rogério é exemplo nas Artes
.

carlos miranda (betomelodia) 




musa III - lion salmon, aço corten e aço inox



deusa da guerra - basalto, mármore, granito e aço
pessoa - ferro, granito, lioz e mármore

figura - basalto e urmo
amanhecer - mármore e aço corten

lady - negro portugal e aço inox
marilia - mármore, aço corten e basalto

homem da bicicleta - mármore, pedra regional, aço inox e discos velhos 
rainha de tolstoi - ferro, aço inox, latão e lioz

sarraceno - negro portugal, granito e aço corten
rainha do baile - mármore e aço inox






destaco: fuga para o egito - basalto e lioz


fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Fernando Clóvis Pereira, a Figura Humana e o Paisagismo

pescadores


O Artista

Na publicação de hoje sobre as  Artes Plásticas Brasileiras e seus Autores, destaco a obra de mais um
Artista nascido na Capital do Estado do Maranhão, São Luís, que aqui no Brasil é a única cidade que
foi fundada pelos franceses. Lá nasceu em 1917, onde cursou a  Escola Técnica de Aprendizes
Artísticos, fazendo sua primeira mostra individual em 1938.  O sucesso da exposição levou
à mudança para o Rio de Janeiro em 1939, então Distrito Federal e sede da República
sob o regime chamado "Estado Novo", buscando novas técnicas para aprimorar o
seu trabalho nas Artes Plásticas.  Ganhador de um prêmio de viagem em 1953,
ao expor no Salão Nacional de Arte Moderna, partiu para Paris onde sob a
influência do cubista Gino e suas tendências nacionalistas, o que fez
com que ele voltando ao Brasil, Di Cavalcanti o convidasse para
trabalhar em seu ateliê como assistente, anos de 1957 à 1960.



fernando p


Sua Obra

Fernando Clóvis Pereira, ou como assina seus trabalhos, FernandoP, com fortes traços, tons intensos
em grande profusão de cores, teve singular preferência pelas figuras humanas em seu dia-a-dia,
também por paisagens em seu início de carreira na pintura, mas seu estilo foi influenciado
principalmente por Di Cavalcanti com quem trabalhou por muitos anos. Conhecido por
suas técnicas em vários estilos, possui obras em museus, coleções particulares
no Brasil e em muitos outros Países. Fernando morreu no do Rio de Janeiro,

em 14/08/2005. A seguir, uma pequena mostra de seu grande legado.

carlos miranda (betomelodia) 




pescador

casal de pescadores

nu feminino
crianças
casas
cena de bordel
baianas
cena de mercado
mulata
botequim antigo
mesa de bar





destaco: bordel


fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Celso Fonseca, Adeus Batucada



A publicação de hoje é sobre uma composição do ano de 1935, gravada por Carmem Miranda e tendo
por autor Synval Silva, a qual com o companhamento da "Orchestra Odeon" em 24 de setembro
do mesmo ano foi por ela lançada:  "Adeus Batucada",  um de seus conhecidos sucessos
que de acordo com o  ECAD,  responsável pelo controle dos direitos autorais, é a
sua  segunda gravação  mais executada  de julho de 2010, à março de 2015.

Foi diversas vezes regravadas pelos grandes nomes da  Música Brasileira,
tais como  Alaíde Costa, Ademilde Fonseca, Gal Costa, Marisa Monte, Lulu Santos,
Eduardo Dussek, Ney Matogrosso, além de outros mais.  Mas escolhi um vídeo em que o
nosso bem conhecido Celso Fonseca, em um ótimo arranjo, traz-nos de volta "Adeus Batucada"
em um excelente cantar que vale a pena ser conferido, uma bossa com certa dolência, com saudade.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Adeus adeus meu pandeiro do samba
Tamborim de bamba já é de madrugada
Vou-me embora chorando com meu coração sorrindo
Vou deixar todo mundo valorizando a batucada

Em criança com samba eu vivia sonhando
Acordava e estava tristonha chorando
Jóia que se perde no mar só se encontra no fundo
Samba mocidade sambando se goza nesse mundo

E do meu divino amor 
Sempre eu me despedi sambando
Mas da batucada agora me despeço chorando
E guardo no lenço uma lágrima sentida
Adeus batucada adeus batucada querida

synval silva



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google