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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Meus Escritos - Caçada ao Jacaré



Manhã prometendo muito sol e calor.
Parada Modêlo, um estroncamento de estradas.
Uma rumo à Teresópolis, uma bela cidade serrana
e a outra, contornando a Baía de Guanabara levando
à região dos lagos ou à capital Fluminense, na época, Niterói.
Ele e seu amigo, Manoelzinho, moradores da pequena Modelo
como era chamada, estavam em férias escolares.
Precisavam fazer alguma coisa nova e diferente.
Algo emocionante...






rio guapimirim


O rio de minha infância.
Nascia nos altos da serra de Teresópolis, e descia entre pedras
com muitas cachoeiras. Deu nome à uma pequena cidade
na base da serra, às suas margens. A estação ferroviária de
Guapimirim era o local de troca das locomotivas, nas composições
dos trens com destino serra acima. Em uma região de flora e fauna
exuberantes, dois meninos entediados tramavam uma aventura.
Precisavam urgente de ação. E depois de muito pensarem...


Uma caçada! Grande ideia! É isso!
Armas? Eles tinham espingardas. Caça? Em abundância.
E a escolha, após muitas deliberações, ficou entre o "Gato Bracaiá",
um pequeno e traiçoeiro felino da região e o já velho conhecido, o
"Jacaré da Lagoa", habitante do pequeno pântano onde faziam
suas pescarias diárias. Mas... e a coragem? Tinham de sobra.
Escolheram o jacaré. E o "grande safári" em terras "africanas"
em busca dos "terríveis crocodilos assassinos", ufa!,
começou a ser planejado.


a lagoa e o jacaré

A lagoa. Margem esquerda do rio que nas cheias transbordava
formando um pequeno pântano. Muitos peixes, muitas aves
e o jacaré que com sua presença os impediam de nadar na lagoa.
Os dois saíram à cata de informações sobre como caçá-lo
e com respostas daqui e dali, souberam que as melhores horas
para caçá-los, eram as da madrugada. Madrugada? Problema...
Tinham que fazer tudo escondido de seus pais.
Eles jamais permitiriam a "expedição à Africa sem guia e carregadores".
Então, a velha mentira seria a solução: ele iria dormir na casa
de seu amigo e seu amigo iria dormir em sua casa! Feito!
Acertados horário e rota, arrumaram suas armas, munições, bússolas
e partiram para o ponto de encontro. Mais ou menos vestidos
à caráter, formavam uma dupla estranha, mas invencível.
Autênticos e destemidos caçadores em um belo fim de tarde que prometia.


fim de tarde na lagoa

A chegada. Quase noite. Coração batendo mais forte.
Feito de tronco, dois remos, lá estava o velho bote aguardando.
Colocaram as tralhas dentro dele, entraram e foram para o
meio da lagoa, remando bem devagar para não assustar a caça.
Longe das margens, de suas retorcidas e assustadoras árvores...
Seu amigo remava e ele procurava o brilho dos olhos do jacaré
com a lanterna. A lagoa tinha muitos troncos das árvores
submersos pela cheia recente e aí ...O "tunc"....O bote parou,
balançando. O barulho veio do fundo. Ficaram imóveis.
Com muito medo e em sussurros, os dois dialogavam:

"O que foi isso? Jacaré?" ... 
"Acho que não. Tá tudo muito quieto." ... 
"O bote tá preso. Será que tá num tôco?" ... 
Acho que tá. A lagoa tá muito cheia." ...
"E agora? Nós estamos no meio da lagoa!" ...
"É fácil: você entra na água e solta o bote do tôco. Eu ajudo com o remo." ...  
Com jacaré eu não entro não! Vai você para a água!" ...  
Eu não. Não era eu que tava remando" ...

E assim ficaram muito tempo, culpando um ao outro,
até que o cansaço, a fome e a sede os venceram. Dormiram.
Esqueceram de trazer, água, comida e agasalho.


então, amanheceu...

Amanheceu. A neblina fria escondia tudo ao redor.
Ao longe, ruído de remos. Acordaram. Gritaram: 
"Estamos aqui! Ajuda a gente!". Uma voz pediu calma.
O ruído dos remos foi ficando mais próximo e pela voz
reconheceram seu salvador: "Seu" Joaquim! Amigo de seus pais!
Surra e castigo na certa! "Qui qui oceis tão fazendu aqui tudu moiado
i de madrugada?". Contaram o acontecido e ele perguntou:
"Tá bão, mais purqui é qui oceis num foram pra casa?".
Responderam o óbvio: "Com o bote preso não dá, né "Seu" Joaquim,
tem o jacaré". Ele retrucou: " Mai oceis num tão presu não,
tão encaiadu na bêra. Vão logu prá casa, mininus."
 
Bem, talvez o vento... talvez a chuva na serra...
talvez o jacaré tenha ficado com pena deles... mas o fato é que 
realmente estavam encalhados próximos ao toco onde amarravam o bote.
Seu Joaquim foi pescar. Eles, sem uma palavra, sem jacaré,
com muita fome e frio, encharcados pela densa manita matutina,
voltaram para casa. E o "safari" terminou em surras e castigos,
além de terem sido a piada do lugar por muito tempo.
O troféu pela caçada foi uma forte gripe que levou dias
para passar. E a fauna local, salva, suspirou aliviada.


o bote


fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: meus escritos

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Silvio Pinto, Retratos da Alma Carioca


marinha

" Estávamos eu, Milton da Costa e o Sylvio Pinto na Ilha do Governador,
quando chegou um garoto vendendo pés-de-moleque.
O Pinto dirige-se ao guri e pergunta se ele quer trocar seis doces
pelo quadro que estava no seu cavalete e o garoto
se afastou, assustado: "Tá besta?!"
O pintor balançou a cabeça, pensou um pouco, 
olhou uma vez mais o quadro no cavalete e saiu-se com essa:
Isso é que é: não vale um pé-de-moleque..."
     Bustamante Sá 


 

Nascido na cidade de Rio de Janeiro em 17 de março de 1918,
Silvio Pinto da Silva, pintor, professor de artes plásticas
e cenarista,  lá veio a falecer em 03 de abril de 1997.
Em suas telas, retratou o modo de viver dos cariocas.
Pintou  as festas, as paisagens marinhas e outras mais, que fazem
com que o Rio de Janeiro tenha o título de Cidade Maravilhosa.
Nesta página, um pouco de sua vida e obras .

Filho de Bernardo Pinto da Silva, pintor, dele recebeu 
as primeiras noções de Artes Plásticas, vindo a formar-se no
Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.  

Na então Capital da República, no início da década de 1930, ele 
participou do grupo de artistas que incentivaram o movimento
modernista brasileiro, o Núcleo Bernadelli e no final dela,
criou vários cenários para o teatro além de várias alegorias
para os blocos carnavalescos da época.

Mas, vamos ao que interessa, ou seja, divulgar suas obras que, 
ao contrário do que disse o guri dos pés-de-moleque no texto de abertura
possuem grande mérito. A seguir uma pequena seleção
que tenho certeza, muito apreciarão.

Beijos no coração.

carlos miranda (betomelodia) 




a baiana no pelourinho

praia de búzios - rj

jacarézinho - rj
mosteiro de são bento - sp

natureza morta com uvas

o circo
ouro preto





destaco: sorriso
 

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 30 de julho de 2011

Carlos Miranda (betomelodia), Samba de Uma Nota Só

meu quintal, meu paraíso

Vamos encerrar o mês. Para tal, resolvi colocar nesta página
uma entrevista que dei ao programa Ruralidades, TV Cultura,  quando
ainda residia em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Foi ao ar
no ano de 2007.

Não gosto de promover-me por fazer isto ou aquilo.
Atualmente a finalidade deste blog é divulgar a Cultura Brasileira,
nossos Artistas Plásticos, Compositores e Intérpretes mas,
como tenho recebido alguns comentários e e-mail's
sobre minhas atividades profissionais  (sim sou profissional
de carteirinha oficial e tudo), embora haja quem duvide (risos),
resolvi explicar-me. É simples. Encerrei minha carreira de
Músico em Porto Alegre no ano de 2009; no entanto
o betomelodia Artista Plástico, ainda continua na ativa como
viram na página anterior, postada dia 25 deste mês.

Coloquei parte desta matéria no YouTube e agora aqui vai ela novamente,
para satisfazer à todos. Espero que apreciem a parte da entrevista e interpretação,
cansado, no fim de noite de um  "cantador" após quase sete horas no palco.
Beijos no coração...

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


eis aqui este sambinha feito numa nota só
outras notas vão entrar mas a base é uma só
esta outra é conseqüência do que acabo de dizer
como eu sou a conseqüência inevitável de você

quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada
ou quase nada
já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada
não deu em nada

e voltei pra minha nota como eu volto pra você
vou contar com uma nota como eu gosto de você
e quem quer todas as notas ré mi fá sol lá si dó
fica sempre sem nenhuma fique numa nota só


tom jobim / newton mendonça




fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal

( trecho extraído de uma entrevista concedida em 2007 )

terça-feira, 26 de julho de 2011

Carlos Miranda (betomelodia) e o Artesanato

betomelodia - litoral norte, rio grande do sul, brasil


Algum tempo atrás, recebi vários pedidos para que divulgasse
aos meus amigos do YouTube, as criações que realizo em meu ateliê.
Trata-se de um antigo projeto. Artesanato.
Assim como todos me pediram para que eu editasse um vídeo
interpretando uma música, o que já atendi dia 20 passado no
meu canal do YouTube, vou atende-los com esta
pequena mostra de meus trabalhos.

Antes, dedicava-me mais aos quadros em telas de linho,
utilizando a técnica de pintura à óleo. Mas agora, 
aqui no litoral, as encomendas de uma linha artesanal
abriram-me esta nova perspectiva de trabalho, 
possibilitando-me realizar mais esta nova experiência
nas Artes Plásticas.
São simples "handcrafts" e, espero que apreciem.
Beijos no coração...

carlos miranda (betomelodia) 




criações em metal sobre telas mdf,
bronze marchetado.

peixes - 60 x 80 - bronze
golfinhos - 90 x 120 - bronze
peixe - 90 x 90 - bronze
peixe - 60 x 120 - bronze



nova coleção:
alumínio sobre telhas cerâmicas,
marchetado.

vaso com flores
peixes ornamentais
nú feminino - costas
igreja 




    fachada em bronze - criação em alto relevo
     acabamento: alumínio marchetado - medidas 60 x 90... 
 




fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Raul Seixas, Coração Noturno



A página de hoje é dedicada à alguém muito especial.
Em 26/06/2008, o YouTube ganhou um verdadeiro tesouro.
Enriquecido com a adesão de uma mulher incrível que a
muitos, aos poucos cativou.  Sua sensibilidade aliada a

uma imensa vontade de viver, de criar novos laços de amizade,
mesmo que virtuais, disseminou as sementes do amor,
da beleza e do carinho ao próximo pela web.

Sou grato a ela por seus comentários e por sua ajuda,
de muito valor para a divulgação dos meus trabalhos de
edição de vídeos. Rendeu-me muitas menções honrosas,
inclusive a nível global, por divulgar entre suas centenas de
amizades os vídeos por mim editados. Tudo, graças ao carinho
que ela  tem aos amigos, sem esperar nada em troca.

Pra que todos tenham, uma ideia de quem é a mulher
que merece minha gratidão, leiam parte de seu perfil, um
belo texto, extraído de sua página no YouTube:


" Quero alguém que procure por mim e que me leve sempre com ele...
Que tenha minha imagem nos olhos e meu nome na boca...
Quero alguém que tenha mil perdões, para os meus erros...
Que tenha mil palavras, para meu silêncio...
Alguém que me ame como eu sou, e apesar do que eu sou...
Alguém que tome atitudes e não me faça promessas...
E que com pequenos gestos demonstre o seu amor...
Não quero alguém que enxugue as minhas lágrimas...
Mas sim alguém que não me faça chorar
E se fizer só se for de felicidade...
Não quero alguém que faça críticas a meu respeito...
Mas alguém que me aceite do jeito que sou...
Não quero alguém superficial, que viva de aparências ou fantasias...
Quero alguém que cuide de mim e que se deixe cuidar também...

Enfim, quero alguém que não seja perfeito...

Porque assim poderemos evoluir juntos. "

Naná


Ela encontrou com quem evoluir. É feliz.
Onde enxergamos dissabores, ela apenas mais experiência.
E coloca sua experiência à disposição dos amigos.
Fã do "Raulzito", com grande sensibilidade editou
o vídeo que abaixo está, um de meus favoritos e que é parte
muito especial de meu repertório. Com sua própria edição,
eu a homenageio e agradeço aos céus ter nela
uma verdadeira amiga.

Valeu Naná.
Beijos no coração...

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Amanhece amanhece amanhece
Amanhece amanhece o dia
Um leve toque de poesia
Com a certeza que a luz que se derrama
Nos traga um pouco um pouco um pouco de alegria

A frieza do relógio
Não compete com a quentura do meu coração
Coração que bate 4 por 4
Sem lógica sem lógica e sem nenhuma razão
Bom dia sol bom dia dia

Olha a fonte olha os montes horizonte
Olha a luz que enxovalha e guia
A lua se oferece ao dia
E eu e eu guardo cada pedacinho de mim
Pra mim mesmo rindo louco
Louco mais louco de euforia
Bom dia sol bom dia dia

Eu e o coração  companheiros de absurdos
No noturno no soturno
No entanto entretanto e por tanto
Bom dia sol  bom dia sol


raul seixas - kika seixas - raul varella seixas



fontes
imagem e vídeo: arquivo oessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google