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terça-feira, 8 de abril de 2014

Gal Costa e Zeca Baleiro: Vapor Barato

betomelodia.blogspot.com


São muitas as interpretações para esta composição, Vapor Barato.
Ditadura do regime militar, drogas e outras mais. Mas a minha
é diferente, assim como eu o sou dos demais que a analisam.

Vejo a letra por um lado romântico, uma paixão obsessiva que muita
desilusão causou, não importando o motivo. A fuga, uma tentativa
de esquecer mas sem fechar portas, deixando aberta a possível volta
ao almejado amor pois na vida, nada é impossível.


gal costa e zeca baleiro

Sobre a revisão, ou adaptação de Zeca Baleiro, "Flor da Pele",  não deixa
de lado o romantismo, o lirismo amoroso retratando seu desencanto
e que Gal Costa aqui reforça em sua performance, e que mostrei em
postagem por mim editada em 25-04-2011, na voz de Zeca Baleiro.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Oh sim eu estou tão cansado
Mas não p'rá dizer que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general cheio de anéis

Vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus e não me importa honey

Minha honey baby baby honey baby
Oh minha honey baby baby honey baby

Oh sim eu estou tão cansado
Mas não p'rá dizer que eu tô indo embora
Talvez eu volte um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la eu preciso

Oh minha grande oh minha pequena
Oh minha grande obsessão

Oh minha honey baby baby jovem baby
Oh minha honey baby honey baby honey baby

Ando tão a flor da pele
Qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão a flor da pele que teu olhar
Flor na janela me faz morrer

Ando tão a flor da pele que
Meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão a flor da pele que a minha pele tem o fogo
De um juízo final

Um barco sem porto sem rumo sem vela cavalo sem cela
Um bicho solto cão sem dono um menino bandido
As vezes me preservo noutras suicido

Baby honey baby baby baby baby baby baby
Honey baby oh minha honey baby honey baby
Honey baby baby baby baby baby baby

jards macalé / wally salomão
zeca baleiro: revisão da canção com o título "flor da pele"




fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 5 de abril de 2014

Ana Cañas, Esconderijo

betomelodia.blogspot.com


Que tal conhecer uma compositora, uma cantora diferente, que transmite emoção
nas letras que canta, que realmente sente a letra? A postagem de hoje é sobre
Ana Cañas, uma bela mulher que só descobriu sua verdadeira vocação, a Música,
após os vinte anos, ao contrário da maioria dos artistas que narram ter tido
interesse por ela, desde a mais tenra idade.

Na juventude Ana fez teatro e gostando, cursou Artes Cênicas na ECA-USP. E lá
ela teve contato com a Música em um teste, com Ella Fitzgerald cantando.
Segundo suas palavras, "Foi um momento-colisão". Depois disso, ela começou
a cantar jazz na noite paulistana. Simples assim. Talento nato.

" Tudo se esclareceu no meu coração, na minha alma. Eu sabia que havia
encontrado meu caminho através do profundo Amor que senti pela
beleza e transcendência do canto de Ella.


ana cañas

São raras as artistas que têm a força de interpretação de Ana Cañas. Sua voz
de contralto faz dela uma grande revelação da Música Brasileira, colocando
nas canções que interpreta um toque jazzistico imprevisível, com andamentos
musicais excelentes, inovadores.

Escolhi para mostrar um pouquinho do imenso talento de Ana Cañas, a
balada intitulada Esconderijo, lançada em 2009 em seu álbum "Hein?,
escrita por ela e que alcançou projeção nacional. Vamos ao vídeo.

carlos miranda (betomelodia) 




Procuro a solidão como o ar procura o chão
Como a chuva só desmancha pensamento sem razão
Procuro esconderijo encontro um novo abrigo
Como a arte do seu jeito e tudo faz sentido

Calma pra contar nos dedos
Beijo pra ficar aqui
Teto para desabar
Você para construir

Ara aundê aunde iê ara aundê aunde iê
Ara aundê aunde iê ú ú ú 

ana cañas 



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Zé Ramalho, Lamento Sertanejo



Zé Ramalho. Um dos maiores compositores e intérpretes da
Música Popular Brasileira, nesta postagem nos traz uma obra
do saudoso Dominguinhos e de Gilberto Gil, falando sobre
uma bela região do Brasil, o Nordeste, com o cerrado e a caatinga,
com seu povo valente e apegado ao chão onde nasceu. Uma brava
gente que apesar de seca, solidão e abandono, com a enxada planta a
semente e a esperança de dias melhores, cantando em seus muito
ritmos as tradições e agruras de sua adorada terra natal.
Neste vídeo, Zé presta uma homenagem ao povo nordestino,
cantando Lamento Sertanejo.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Por ser de lá do sertão lá do cerrado
Lá do interior do mato da caatinga do roçado
Eu quase não saio eu quase não tenho amigos
Eu quase que não consigo ficar na cidade sem viver contrariado

Por ser de lá na certa por isso mesmo
Não gosto de cama mole não sei comer sem torresmo
Eu quase não falo eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada nessa multidão boiada caminhando a esmo.


gilberto gil / dominguinhos




fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 30 de março de 2014

Romero Britto e a Arte Pop

betomelodia.blogspot.com


'' Nasci com um dom, e quero dividir com todos.'' 


O Brasil tem como tradição a criatividade de seu povo. Criatividade esta que
se bem orientada pelos pais e professores, fazem brotar grandes talentos
na Música e nas Artes Plásticas.

Foi em Recife, Pernambuco que, no ano de 1963, Romero Britto veio ao nosso
mundo. Mostrando grande interesse pelas Artes desde a mais tenra idade,
usando todo tipo de material como tela para suas criações; pintava em jornal,
sucata e papelão, copiando obras dos grandes mestres da pintura, dos
livros que sua família lhe dava.


romero britto

“Aos oito anos, eu ficava sentado e copiava Tolouse
e outros Mestres dos livros, por dias e dias.“

Seu nato talento  fez com que realizasse sua primeira exibição pública aos
14 anos, vendendo seu primeiro quadro para a Organização dos Estados
Americanos. O sucesso precoce encorajou-o a continuar pintando mas,
a vida modesta levou-o a planejar seu futuro:

" Na condição de criança pobre no Brasil, tive contato com o lado mais
sombrio da humanidade. Como resultado, passei a pintar para trazer
luz e cor para minha vida. "

Considerado um ícone da cultura pop moderna, é um dos mais premiados
Artistas dos tempos atuais, o mais jovem e bem-sucedido de sua geração.
Venerado pela comunidade internacional, Romero tem suas pinturas e
esculturas presentes nos cinco continentes e em mais de 100 galerias no
mundo e suas obras identificadas por "arte da cura". 

carlos miranda (betomelodia) 




b e i j o

doce neve

primeiro amor

gato - escultura

dança do menino - escultura

serpente - escultura


piano bar

coral

gato esnobe


destaco: releitura - mona gata

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo poessoal / google

quinta-feira, 27 de março de 2014

Gilberto Gil, A Novidade

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Hoje, nesta postagem, trago uma composição à princípio instrumental e
intitulada "Selvagem", de autoria dos três integrantes da banda Paralamas do
Sucesso, lançada em 1986. Após a letra de Gilberto Gil, o título foi mudado
para "A Novidade", com o tema central focado em uma baleia que encalhou,
realmente, na praia, causando divergência entre os observadores sobre seu
destino. Gil presenciou o fato e nasceu a letra.


gilberto gil

Como sempre acontece, nas Artes Plásticas e na Música, toda obra transmite
mensagens diferentes à cada apreciador. A letra narra a chegada à praia
da sereia assim: " O busto de uma deusa Maia, metade grande rabo de baleia."
Gil estava em seu apartamento, frente para o mar, e dela teve esta imagem.

E este é o paradoxo que tanta análise gerou e gera: a visão poética, salvar a
baleia e a visão realista, matar, dividir para alimentar os que tem fome. E é
verdade: enquanto uns veneram a "baleia", outros morrem famintos. No
vídeo abaixo, Gil interpreta  A Novidade em um ótimo arranjo.

carlos miranda (betomelodia) 




Uh uh uh uh uh uh uh ah aaaaah
Uh uh uh uh uh uh uh ah aaaaah
Uh uh uh uh uh uh uh ah aaaaah

A novidade veio dar à praia
Na qualidade rara de sereia
Metade o busto d'uma deusa Maia
Metade um grande rabo de baleia

A novidade era o máximo
Do paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia

Oh mundo tão desigual tudo é tão desigual ô ô ô ô ô ô
Oh de um lado esse carnaval do outro a fome total ô ô ô ô ô ô

Uh uh uh uh uh uh uh ah aaaaah
Uh uh uh uh uh uh uh ah aaaaah

E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia ali na areia

A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado

Oh mundo tão desigual tudo é tão desigual ô ô ô ô ô ô
Oh de um lado esse carnaval de outro a fome total ô ô ô ô ô ô

Uh uh uh uh uh uh uh ah aaaaah
Uh uh uh uh uh uh uh ah aaaaah
Uh uh uh uh uh uh uh ah aaaaah
Uh uh uh uh uh uh uh ah aaaaah
Ah aaaaah ah aaaaah ah aaaaah ah aaaaah

bi ribeiro / gilberto gil / herbert vianna / joão barone


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google