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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fagner, Canteiros



Interpreto Fagner desde que a música Deslizes
foi lançada em 1987. Eu morava em
Piracicaba, interior paulista, quando Fagner a levou
aos primeiros lugares nas rádios.
Depois, acrescentei Canteiros, baseada no poema de
Cecília Meireles
, Marcha, que logo incluí em meu
repertório e que é o destaque neste mês.


carlos miranda (betomelodia) 





cecília meireles


" Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas
e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre
a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios
inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios
revelaram o segredo do seu mecanismo e as bonecas o jogo do seu olhar. "

As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes

Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebraram as formas do sono
com a ideia do movimento

Vamos a passo e de longe
entre nós dois anda o mundo
com alguns vivos pela tona
com alguns mortos pelo fundo

As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento
por mais que alargue as pupilas
mais minha dúvida aumento

Também não pretendo nada
senão ir andando à toa
como um número que se arma
e em seguida se esboroa

E cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento
onde o fim do tempo soma
pedras águas pensamento

Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste
mesmo quando é linda amarga
como qualquer fruto agreste

Mesmo assim amarga
é tudo que tenho
entre o sol e o vento
meu vestido minha música
meu sonho meu alimento

Quando penso no teu rosto
fecho os olhos de saudades
tenho visto muita coisa
menos a felicidade

Soltam-se os meus dedos tristes
dos sonhos claros que invento
nem aquilo que imagino
já me dá contentamento

Como tudo sempre acaba
oxalá seja bem cedo
a esperança que falava
tem lábios brancos de medo

O horizonte corta a vida
isento de tudo isento
não há lágrima nem grito
apenas consentimento

cecília meireles





" Definir a paixão pelo Fagner é difícil. Basta dizer que é humanamente essencial
ouvir sua voz acalmando nossas almas. A singularidade contida em suas
canções é ao mesmo tempo plural. Várias dimensões, viagens,
podem ser feitas ao ouvi-lo. Essa é a magia da canção e deste cantor."


Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade

Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Cedo claro feito o dia
Mas nada do que me dizem
Me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza

E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa cuidemos da vida
Senão nos chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida

* É pau é pedra é o fim do caminho
É um resto de toco é um pouco sozinho
É um caco de vidro é a vida é o sol
É a noite é a morte é um laço é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração.


fagner e cecília meireles

*
trecho de águas de março, tom jobim




fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Cássia Eller, Eu Preciso Dizer Que Te Amo



Cássia Eller nos deixou em 29 de dezembro de 2001,
após ter sido internada em um hospital no Rio de Janeiro.
Ela foi admitida em um estado delirante,  murmurando
palavras incoerentes. Sofreu uma série de ataques
de coração e um inquérito policial concluiu que, os ataques
foram  causados por uma condição cardíaca e não por
consumo de drogas, como alguns boatos alardeavam.

Aos 39 anos, deixou um filho cuja custódia foi assumida
por seu companheiro. Cássia Eller mantem um dedicado número
de fãs, no Brasil e no mundo e sua popularidade após sua
morte, inoportuna e precoce, tem continuado a crescer.

Sua música continua divulgada diariamente em várias rádios
brasileiras e seus CD's são destaques em vendas. Uma
edição de vídeo de Ivanete Souza nos traz Cássia Eller cantando
Eu Preciso Dizer Que Te Amo, autoria de Cazuza,
Dé e Bebel Gilberto.


carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Quando a gente conversa
Contando casos besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar
Segredos

E eu não sei
Que hora dizer
Me dá um medo
É que eu preciso dizer
Que eu te amo
Te ganhar ou perder
Sem engano
Eu preciso dizer
Que te amo tanto

E até o tempo passa
Arrastado
Só prá eu ficar
Do teu lado
Você me chora dores
De outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela
Eu não quero
Ser seu amigo

É que eu preciso dizer
Que te amo
Te ganhar ou perder
Sem engano
Eu preciso dizer
Que te amo tanto

Eu já nem sei
Se eu tô me estorando
Eu perco o sono uh! uh!
Lembrando cada gesto teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu não sei
Em que hora dizer
Me dá um medo
É que eu preciso dizer
Que te amo
Te ganhar ou perder
Sem engano
Eu preciso dizer
Que te amo tanto
Tanto


cazuza / dé / bebel gilberto 




fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Meus Escritos - Destino





Em suas mais remotas lembranças,
ele recordava a busca pela liberdade, fugidia e
utópica liberdade em uma desprezada
existência, inutilmente vivida para aqueles que
ele tanto havia amado. Tentando achar sua liberdade
na deles, aprisionou-se em uma gaiola de
frustrações e sem tempo para viver,
seu cantar morreu, seu coração se feriu.

Hoje, com o olhar perdido na memória, só
lhe restam sonhos não realizados a desfilar em
calma solidão, inútil solidão, onde na
liberdade do vento ele voa, abrindo portas com
imensa paz estampada em seu triste olhar,
observando em silêncio, participando
sem se fazer notar, na tentativa
de mudar seu destino.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo oessoal - texto:carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Renato Russo, Vento no Litoral



Todas as pessoas que já ouviram as músicas
da banda Legião Urbana, principalmente as "clássicas"
e mais penosas como Será, Metal Contra as Nuvens,
Faroeste Caboclo, Tempo Perdido, Há Tempos e outras mais,
conseguem fazer uma interpretação pessoal.
Mas sempre há algumas similaridades quanto aos
sentimentos provocados, em todos que já ouviram e
apreciaram as músicas da banda quando se discute
a temática ou a moral das letras.

legião urbana

A tristeza, a abnegação, auto-contentamento quanto
à algo perdido ou irrecuperável, visão triste
quanto à perspectiva de futuro, sempre foram presentes
na maioria das músicas e álbuns do grupo. Há entre os fãs
um sentimento controverso de reflexão, alegria e de
coragem ao se ouvir e tentar fazer entender ou decifrar
as letras da banda, algo como se as letras quando foram
escritas fossem direcionadas à vida de todos os
brasileiros, mas como se desde os anos 80, passando
pelos anos 90 e até hoje, são constantes as mudanças no
nosso cotidiano, ainda assim as músicas impressionam.


renato russo

É exatamente essa a maior temática da banda, o
impressionismo individual, como se as letras fossem
escritas e contadas buscando algo comum a quase todos
que as ouvem, mas de absorção e assimilação
de acordo com a realidade de cada um.

Ilustrando esta página, um vídeo editado por Ivanete Souza, 
trazendo-nos Renato Russo em Vento no Litoral.


carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras sei
Que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora

Agora está tão longe vê
A linha do horizonte
Me distrai
Dos nossos planos
É que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui
Dentro de mim

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Ei ei ei ei ei!
Olha só o que eu achei
Hum! Hum! Hum! Hum!
Cavalos-marinhos

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora

renato russo




fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 23 de agosto de 2008

Minha Cidade Natal - Ipanema



Sempre tive vontade de divulgar,
mostrar os espaços nos quais passei minha infância
e adolescência em minha cidade natal,
Rio de Janeiro.
 Nunca fiquei satisfeito com o que escrevi,
com minhas descrições, pois não conseguia
dar a impressão exata da enorme importância
que esses lugares, muitas vezes
desconhecidos da quase totalidade dos cariocas,
possuem, não só em beleza ou tradição,
mas em termos históricos. Sempre me faltavam dados
confiáveis em minhas rápidas pesquisas.
Navegando pela web encontrei o que tentei fazer,
da maneira que sempre desejei mostrar
minha maravilhosa cidade e assim,
vou transcrever para vocês esse bonito trabalho
de pesquisa e divulgação que revelou
a mim alguns lugares que, também eu desconhecia.

carlos miranda (betomelodia) 





ipanema nos anos de 1920

Na cidade de Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa,
entre a beleza da Lagoa Rodrigo de Freitas
e o Oceano Atlántico, existe um lugar que é hoje
uma das mais valorizadas áreas urbanas do País.
Vamos voltar no tempo e saber um pouco mais
sobre a origem e o desenvolvimento deste lugar,
que é referência mundial quando se fala em Brasil,
revelando uma breve história sobre Ipanema, que 
em tupi-guarani significa "águas perigosas".


ipanema nos dias atuais

Era habitada pelos índios Tamoios ao chegarem
os colonizadores. Era, pois os índios foram
dizimados pelos portugueses por volta de 1574,
que ali instalaram o Engenho Del Rei.
Sebastião Fagundes Varela, recebeu o engenho
e as terras que dele faziam parte por volta
de 1608, mudando o nome do lugar para Engenho
Nossa Senhora da Conceição. Porém o empreendimento
acumulou prejuízos por mais de 200 anos,
até ser leiloado por Dom João VI, por volta 1808. 
Conhecida como Praia de Fora, as terras mudaram de
dono por muitas vezes, sendo então compradas pelo
comendador Francisco Fialho e herdadas por seu filho,
José Antônio Moreira Filho em 1886.
Ele era conhecido como Barão de Ipanema.
As terras, um imenso areal quase sem valor, eram
parte da Fazenda Copacabana e só podiam ser
acessadas à pé ou de canoa.



planta do loteamento leblon e ipanema

Em 1884, com várias ruas e praças já planejadas,
já surgia a Villa Ipanema, com seus lotes
colocados à venda.Dois anos antes, 1892,
entrou em funcionamento uma linha
de bondes, com tração animal e sobre trilhos
de madeira, entre Botafogo e Copacabana, percurso
ampliado até o Posto 6, em 1894, quando então o
Barão aproveitou e estendeu a linha até Ipanema.
Com o problema de acesso resolvido, o Barão vendeu as
suas terras e Ipanema cresceu, apesar de um pouco
afastada da cidade.


ipanema, entre o atlântico e a lagoa rodrigo de freitas

Foi na década de 60 que Ipanema começou a se destacar.
O advento da Bossa Nova, da Banda de Ipanema, da
projeção de Leila Diniz no cenário carioca, fez com
que Ipanema passasse a ser exportadora de modismos
e sua projeção nacional e internacional começou.
Surgiram, nos anos 70, as controvertidas
"dunas do barato", encontro da geração "desbunde",
nos anos 80, o Circo Voador e a partir de então, Ipanema
não parou de criar fatos marcantes como os verões
"da lata" e o "do apito", além de se tornar centro
da moda, das griffes mais badaladas.


ipanema, vista da ponta do arpoador

Palco do Tropicalismo, do tablóide Pasquim,
da Garota de Ipanema cantada em verso e prosa,
do biquini, da tanga, do top-less e de muitos
outros movimentos culturais, Ipanema não deve
ser descrita. Deve ser vista, admirada, ouvida, cheirada,
absorvida por todos os nossos sentidos,
para então ser entendida.


ipanema ao entardecer


fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google