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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Taiguara, Teu Sonho Não Acabou



Taiguara Chalar da Silva, nasceu em Montevidéu,
Uruguai, a 9 de outubro de 1945, e faleceu em São Paulo,
São Paulo, em 14 de fevereiro de 1996.

Em 1949 mudou para o Rio de Janeiro, voltando para
São Paulo em 1960. Deixou a faculdade de Direito
para se dedicar à música, participando de vários festivais
e programas da TV. Sucesso nas décadas de 60 e 70,
é autor de vários clássicos da Música Popular Brasileira
tais como Hoje, Universo do Teu Corpo, Piano e Viola,
Viagem, e Teu Sonho Não Acabou, entre outros.

Considerado um dos símbolos da resistência à censura
durante a ditadura militar brasileira, Taiguara foi o
compositor mais censurado na historia da MPB, tendo
cerca de 100 canções vetadas. Se autoexilou em Londres,
Inglaterra, em meados de 1973, onde estudou no
Guildhall School of Music & Drama, e gravou o disco
Let the Children Hear the Music, que nunca chegou
ao mercado, tornando-se o primeiro disco estrangeiro de
um brasileiro a ser censurado no Brasil.

Em 1975, voltou ao Brasil e gravou o Imyra, Tayra, Ipy,
Taiguara com Hermeto Paschoal e uma orquestra
sinfônica composta por 80 músicos. O espetáculo de
lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias foram
recolhidas pela ditadura militar em poucos dias.

Taiguara então, partiu para um segundo autoexílio que o
levaria a África e à Europa por vários anos. Quando
finalmente voltou a cantar no Brasil, em meados
dos anos 80, não obteve mais o sucesso de outros tempos.

É, Taiguara. "Teu Sonho Não Acabou". No vídeo abaixo,
gravado num programa de TV em São Paulo, Taiguara ao piano
interpreta este que foi um de seus maiores sucessos.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Hoje a minha pele já não tem cor
Vivo a minha vida seja onde for
Hoje entrei na dança e não vou sair
Vem que eu sou criança não sei fingir

Eu preciso eu preciso de você
Ah! Eu preciso eu preciso eu preciso muito de você

Lá onde eu estive o sonho acabou
Cá onde eu te encontro só começou
Lá colhi uma estrela pra te trazer
Bebe o brilho dela até entender

Que eu preciso eu preciso de você
Ah! Eu preciso eu preciso eu preciso muito de você

Só feche o seu livro quem já aprendeu
Só peça outro amor quem já deu o seu
Quem não soube a sombra não sabe a luz
Vem não perde o amor de quem te conduz

Eu preciso eu preciso de você
Ah! Eu preciso eu preciso eu preciso muito de você

Nós precisamos precisamos sim
Você de mim eu de você


taiguara




fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Jota Quest, Só Hoje



Tudo começou quando PJ, baixista
e Paulinho Fonseca, baterista, uniram suas afinidades
por black music e decidiram montar uma banda.
Logo depois, juntaram-se a eles Márcio Buzelin, teclados
e Marco Túlio Lara, guitarrista.


Após alguns testes e treze cantores depois,
Rogério Flausino, que foi o décimo terceiro, completou a
banda que mantém a sua formação original até os dias atuais.


A página de hoje nos traz a banda interpretando uma
música que é parte de meu repertório,  uma
composição de Fernanda Mello e Rogério Flausino,
intitulada Só Hoje, um poema de amor.

carlos miranda (betomelodia) 




Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir
que te faça rir

Hoje eu preciso te abraçar
Sentir teu cheiro de roupa limpa
Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria
Em estar vivo

Hoje eu preciso tomar um café ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia
Que eu faço tudo errado sempre sempre

Hoje preciso de você
Com qualquer humor com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje

fernanda mello / rogério flausino 



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fagner, Canteiros



Interpreto Fagner desde que a música Deslizes
foi lançada em 1987. Eu morava em
Piracicaba, interior paulista, quando Fagner a levou
aos primeiros lugares nas rádios.
Depois, acrescentei Canteiros, baseada no poema de
Cecília Meireles
, Marcha, que logo incluí em meu
repertório e que é o destaque neste mês.


carlos miranda (betomelodia) 





cecília meireles


" Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas
e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre
a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios
inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios
revelaram o segredo do seu mecanismo e as bonecas o jogo do seu olhar. "

As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes

Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebraram as formas do sono
com a ideia do movimento

Vamos a passo e de longe
entre nós dois anda o mundo
com alguns vivos pela tona
com alguns mortos pelo fundo

As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento
por mais que alargue as pupilas
mais minha dúvida aumento

Também não pretendo nada
senão ir andando à toa
como um número que se arma
e em seguida se esboroa

E cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento
onde o fim do tempo soma
pedras águas pensamento

Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste
mesmo quando é linda amarga
como qualquer fruto agreste

Mesmo assim amarga
é tudo que tenho
entre o sol e o vento
meu vestido minha música
meu sonho meu alimento

Quando penso no teu rosto
fecho os olhos de saudades
tenho visto muita coisa
menos a felicidade

Soltam-se os meus dedos tristes
dos sonhos claros que invento
nem aquilo que imagino
já me dá contentamento

Como tudo sempre acaba
oxalá seja bem cedo
a esperança que falava
tem lábios brancos de medo

O horizonte corta a vida
isento de tudo isento
não há lágrima nem grito
apenas consentimento

cecília meireles





" Definir a paixão pelo Fagner é difícil. Basta dizer que é humanamente essencial
ouvir sua voz acalmando nossas almas. A singularidade contida em suas
canções é ao mesmo tempo plural. Várias dimensões, viagens,
podem ser feitas ao ouvi-lo. Essa é a magia da canção e deste cantor."


Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade

Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Cedo claro feito o dia
Mas nada do que me dizem
Me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza

E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa cuidemos da vida
Senão nos chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida

* É pau é pedra é o fim do caminho
É um resto de toco é um pouco sozinho
É um caco de vidro é a vida é o sol
É a noite é a morte é um laço é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração.


fagner e cecília meireles

*
trecho de águas de março, tom jobim




fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Cássia Eller, Eu Preciso Dizer Que Te Amo



Cássia Eller nos deixou em 29 de dezembro de 2001,
após ter sido internada em um hospital no Rio de Janeiro.
Ela foi admitida em um estado delirante,  murmurando
palavras incoerentes. Sofreu uma série de ataques
de coração e um inquérito policial concluiu que, os ataques
foram  causados por uma condição cardíaca e não por
consumo de drogas, como alguns boatos alardeavam.

Aos 39 anos, deixou um filho cuja custódia foi assumida
por seu companheiro. Cássia Eller mantem um dedicado número
de fãs, no Brasil e no mundo e sua popularidade após sua
morte, inoportuna e precoce, tem continuado a crescer.

Sua música continua divulgada diariamente em várias rádios
brasileiras e seus CD's são destaques em vendas. Uma
edição de vídeo de Ivanete Souza nos traz Cássia Eller cantando
Eu Preciso Dizer Que Te Amo, autoria de Cazuza,
Dé e Bebel Gilberto.


carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Quando a gente conversa
Contando casos besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar
Segredos

E eu não sei
Que hora dizer
Me dá um medo
É que eu preciso dizer
Que eu te amo
Te ganhar ou perder
Sem engano
Eu preciso dizer
Que te amo tanto

E até o tempo passa
Arrastado
Só prá eu ficar
Do teu lado
Você me chora dores
De outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela
Eu não quero
Ser seu amigo

É que eu preciso dizer
Que te amo
Te ganhar ou perder
Sem engano
Eu preciso dizer
Que te amo tanto

Eu já nem sei
Se eu tô me estorando
Eu perco o sono uh! uh!
Lembrando cada gesto teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu não sei
Em que hora dizer
Me dá um medo
É que eu preciso dizer
Que te amo
Te ganhar ou perder
Sem engano
Eu preciso dizer
Que te amo tanto
Tanto


cazuza / dé / bebel gilberto 




fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Meus Escritos - Destino





Em suas mais remotas lembranças,
ele recordava a busca pela liberdade, fugidia e
utópica liberdade em uma desprezada
existência, inutilmente vivida para aqueles que
ele tanto havia amado. Tentando achar sua liberdade
na deles, aprisionou-se em uma gaiola de
frustrações e sem tempo para viver,
seu cantar morreu, seu coração se feriu.

Hoje, com o olhar perdido na memória, só
lhe restam sonhos não realizados a desfilar em
calma solidão, inútil solidão, onde na
liberdade do vento ele voa, abrindo portas com
imensa paz estampada em seu triste olhar,
observando em silêncio, participando
sem se fazer notar, na tentativa
de mudar seu destino.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo oessoal - texto:carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos