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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Rita Lee, Nem Luxo Nem Lixo

betomelodia.blogspot.com


A Rainha do Rock Brasileiro.
Rita Lee Jones Carvalho, apenas Rita Lee para o universo da
Música Popular Brasileira, paulista e paulistana, compositora, além de
instrumentista e cantora, bateu recorde de vendas na história de nossa música.

Rita, em seus mais de cinquenta anos de carreira, agraciada com vários
discos de platina, diamante e ouro, iniciou sua carreira com o rock
mas, com o decorrer dos anos passeou por outros gêneros como o pop rock,
o popular e o tropicalismo, criando um estilo próprio que resultou em muito
sucesso e fama no Brasil e no exterior.

Rita Lee é tida como a artista que mais influenciou os músicos do Brasil
 a usar guitarra, a partir de meados dos anos 70, sobretudo as mulheres.
Seu disco "Fruto Proibido", lançado em 1975, é considerado sua obra prima.


Ilustrando a postagem, no vídeo uma de suas composições em parceria com
Roberto de Carvalho intitulada "Nem Luxo Nem Lixo", integrante do disco
"The Greatest Hits", lançado em 2004.


carlos miranda (betomelodia) 


 ( vídeo em 360p )


Como vai você assim como eu
Uma pessoa comum um filho de Deus
Nessa canoa furada remando contra a maré
Não acredito em nada só não duvido da fé

E como vai você assim como eu
Uma pessoa comum um filho de Deus
Nessa canoa furada remando contra a maré
Não acredito em nada não até duvido da fé

Não quero luxo nem lixo meu sonho é ser imortal
Meu amor não quero luxo nem lixo
Quero saúde pra gozar no final luxo lixo
Meu sonho é ser imortal meu amor
Não quero luxo nem lixo quero saúde pra gozar no final

Não quero luxo nem lixo meu sonho é ser imortal
Meu amor não quero luxo nem lixo
Quero saúde pra gozar no final luxo lixo
Meu sonho é ser imortal meu amor
Luxo nem lixo quero saúde pra gozar no final
E como vai você

rita lee / roberto de carvalho 



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 29 de setembro de 2013

Meus Escritos - Expedição Africana



Na selva africana, o povoado em que ele mantinha sua base de operações
parecia ter parado no tempo. Nada se movia, o silêncio era total. Um sol
abrasador, a única coisa sentida naquela tarde modorrenta, fazia com que a
vida parecesse irreal. Se algo não acontecesse logo, acho que ele morreria
de tédio ou afogado no próprio suor.

" Se a temporada acabar e eu não conseguir um cliente,
não sei como pagarei minhas contas... "





Logo ao iniciar o negócio como guia de expedições, teve que comprar
todo o equipamento necessário para substituir o que foi confiscado pelo
governo africano. Alegaram que os mesmos haviam sido introduzidos
ilegalmente no país e assim, ele teve que providenciar os novos.
Sem dinheiro, em um país estranho, deu como garantia seus veículos,
um jeep e um ônibus, adaptado para abrigar a todos enquanto durassem
as expedições. Mas, nada de clientes, nada.

Mas naquela mesma tarde, ele recebeu um telegrama com uma notícia
que o deixou aliviado. Chegando do Brasil, Rio de Janeiro, sua cidade natal,
dois turistas iriam procurá-lo, pois precisavam de guia e carregadores
para uma expedição até uma longínqua cidade, outrora liderada por um
grande imperador. A distância era longa e o percurso pela densa floresta,
era acidentado. Mas enfim, trabalho, dinheiro para pagar os equipamentos!
Aventura! Uma grande aventura!


o entardecer em solo africano

E os preparativos começaram. Uma semana se passou e no dia marcado,
os turistas desembarcaram no aeroporto. Voo como sempre, atrasado,
bagagens misturadas e a irritante demora para vistos e demais procedimentos
legais de entrada no país. Então. depois de algumas "burocráticas" horas,
mil recomendações aos turistas e um breve descanso, ficou decidido durante
o jantar que a expedição partiria na manhã seguinte às seis horas, pois a
temporada de chuvas, aproximava-se.

Equipamentos, mochilas e armas em ordem, às seis horas em ponto iniciaram
a longa jornada. A bússola indicaria a direção através da densa floresta em
que teriam que abrir o próprio caminho, onde a luz do sol quase não conseguia
penetrar. Fariam apenas duas paradas por dia: a primeira para alimentação
e um breve descanso e a segunda, para passarem a noite.

A primeira etapa do percurso transcorreu como o programado. Cinco horas
por mata fechada, atravessando pequenos rios que montanha abaixo jogavam
suas águas, perigosas, caudalosas, principalmente na estação das monções.
Após o almoço e o breve repouso, à caminho novamente.


os temíveis habitantes da savana africana

A subida em direção à cidade perdida era muito íngreme, cansativa. Seus
clientes, não acostumados ao esforço, começaram a reclamar de calor, cansaço
e fome, mas ele avisou que precisavam chegar à base da serra para passarem
a noite. E continuaram pela mata a dentro, até o lugar onde passariam a noite.
E que noite. Mesmo assustados pelos ruídos noturnos da selva, dormiram.

Na manhã seguinte, seis horas, já estavam prontos para a etapa final, a subida
da serra que estava entre eles e o destino da expedição. Começaram a subir.
Preocupado com o tempo muito carregado de pesadas nuvens, reuniu
o grupo, conversaram com os carregadores e resolveram escalar um pequeno
rochedo para seguir rumo ao destino, cortando caminho.

" Puxa, que tempestade vai vir! Vai ser difícil levar todos
até lá em cima, mas é a única opção, o único abrigo está lá."

À frente do grupo, com seu sócio à retaguarda, viu que não ia ser fácil pois
a pedra estava muito escorregadia e seus clientes, assustados. Mas chegaram.
Então um incidente preocupante aconteceu. O chefe dos carregadores,
ao cuidar das cordas, escorregou na pedra molhada e com limo. Deixou-as
cair paredão abaixo quase indo com elas. E agora? Todos, em silêncio,
trocaram olhares apreensivos. Estavam com muito medo pois a chuva era
na realidade uma forte tempestade, e sem as cordas, não poderiam continuar a
subida e tampouco descer. Estavam isolados em uma pequena plataforma.


a encosta do morro açú

Droga! A brincadeira perdeu a graça, a aventura mais uma vez, não estava dando
certo. Mas tinha tudo para dar certo!  "Merda de chuva!", ele gritava, chutando
as mochilas, as pedras e a forte chuva. "Bosta de chuva! E você tinha que
deixar as cordas caírem! E agora? Como vamos sair daqui?" Seus primos, os
turistas, começaram a chorar e seu melhor amigo, de muitas e muitas aventuras,
cabeça baixa, só sabia pedir desculpas aos berros.

Bem, passaram aquela tarde e a noite na pequena plataforma do Morro Açú,
vendo as luzes das cidades lá em baixo com a Baía da Guanabara ao fundo, por
entre a forte chuva. Molhados, com frio, apavorados com a violência da
tempestade, sem saber como sairiam dali, choraram em coro. Ele, mais velho,
quatorze anos era o responsável por seu amigo e primos nas "selvas africanas",
arrependido e com medo pensava:.

"Mas que droga, só me meto em encrenca. Tenho uma enorme
coleção de castigos por isso."

Ao clarear o dia, chuva passada, um lindo amanhecer, talvez o mais bonito
que ele já tinha visto e a pergunta era: como sair dali sem as cordas para
subir ou descer? A resposta estava ao seu lado esquerdo: a plataforma
continuava em direção à Teresópolis e eles estavam completamente fora
da rota que pretendiam seguir. Estavam a pouca distância da estrada
Rio-Teresópolis, na serra, não tão longe de Parada Modelo, de onde partiram.


o dedo de deus, próximo a teresópolis

Eles não estavam no Morro Açú! Mas não disse nada. Ficou quieto e
juntando as coisas que sobraram, voltaram ainda molhados e bem sujos,
sem as cordas que ele havia comprado deixando a sua bicicleta,
o "jeep", como garantia de pagamento. Adeus bicicleta e mais uma surra.

Sua coleção de castigos aumentou, seus primos também tiveram os seus,
assim como seu amigo, o dele. Mas até que valeu a pena. A culpa foi dele
pois se não tivesse invertido o mostrador da bússola, quando ele a desmontou
para ver como era dentro, talvez tivessem chegado até a cidade serrana de
Pau Grande, onde nasceu Garricha.

"Manelzinho, na próxima vez, vou levar uma bússola melhor. E mais corda.
Tá legal, tá legal... não vou mais mexer na porcaria da bússola."

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

MPB-4, Amigo é Pra Essas Coisas

betomelodia.blogspot.com


O ano foi 1962. Ruy, Aquiles e Miltinho formaram um trio de vozes, na
Universidade Federal Fluminense. Sucesso. No ano seguinte, mais um
membro juntou-se a eles, o Magro. Estava formado o quarteto do CPC. Mas
em 1964, os CPC's foram extintos e então, Magro e Miltinho
batizaram o quarteto como MPB-4, nome que permanece até os dias atuais.

Ano após ano, os integrantes originais do grupo permaneceram unidos
até 2004, quando com a saída de Ruy, Dalmo passou a fazer parte
do mesmo. Mas em agosto de 2012, Magro veio a falecer, sendo então
substituído pelo cantor e tecladista Paulo Malaguti que passou a integrar
a nova formação do grupo.


mpb-4, ano de 1966

E as apresentações deste incrível quarteto, após décadas de dedicação
à Música Popular Brasileira, continua  a proporcionar-nos
ótimos momentos em seus muitos shows. Ilustrando esta página, o vídeo
com a composição de Aldir Blanc e Silvio da Silva Jr. intitulada,
Amigo é Prá Essas Coisas.

carlos miranda (betomelodia) 





Salve - Como é que vai
Amigo há quanto tempo - Um ano ou mais
Posso sentar um pouco - Faça o favor
A vida é um dilema - Nem sempre vale a pena
Pô - O que é que há
Rosa acabou comigo - Meu Deus por quê
Nem Deus sabe o motivo - Deus é bom
Mas não foi bom pra mim - Todo amor um dia chega ao fim

Triste - É sempre assim
Eu desejava um trago - Garçom mais dois
Não sei quando eu lhe pago - Se vê depois
Estou desempregado - Você está mais velho
É - Vida ruim
Você está bem disposto - Também sofri
Mas não se vê no rosto - Pode ser
Você foi mais feliz - Dei mais sorte com a Beatriz

Pois é - Pra frente é que se anda
Você se lembra dela - Não
Lhe apresentei - Minha memória é fogo
E o l´argent - Defendo algum no jogo
E amanhã - Que bom se eu morresse
Pra quê, rapaz - Talvez Rosa sofresse
Vá atrás - Na morte a gente esquece
Mas no amor a gente fica em paz

Adeus - Toma mais um
Já amolei bastante - De jeito algum
Muito obrigado amigo - Não tem de quê
Por você ter me ouvido - Amigo é prá essas coisas
Tá - Tome um 'cabral'
Sua amizade basta - Pode faltar
O apreço não tem preço eu vivo ao Deus dará
O apreço não tem preço eu vivo ao Deus dará

aldir blanc / sílvio da silva jr



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Rolando Boldrin, Vide Vida Marvada



A postagem de hoje, eu a dedico como exemplo aos jovens compositores
deste meu tão amado Brasil, com um exemplo de vida dedicado à
preservação da cultura brasileira, de nossa pura, autêntica
e maravilhosa música de raiz, a sertaneja de viola. O nome de um
dos maiores perpetuadores por isso é Rolando Boldrin.

A música sertaneja de raiz tem como símbolo a viola, composta por
cinco cordas de aço duplas, e as músicas entoadas em suas
cordas atravessaram décadas e gerações e até hoje estão presentes
no nosso dia a dia da cultura brasileira. Por tradição, em certas
regiões,  as violas carregam pequenos chocalhos feitos de guizo
de cascavel que, segundo a lenda, possuem um grande poder
de proteção para a viola e para o violeiro. Mas antes de
falar sobre Boldrin, faço um pedido à juventude. Entendam.


A música está presente em todas as culturas por este mundão de Deus à fora.
Belas composições que em sons colocam o modo de vida de um povo
ao nosso alcance, narrando em música sua cultura, sua arte e suas tradições,
não importando sua localização geográfica. Muitas canções ouvimos e
admiramos pois revelam-nos o estilo musical  de cada Nação.

Por isso, meus queridos jovens compositores brasileiros, não os convido a
compor a música de raiz ou a sertaneja de viola. Apenas peço em
nome da Música Popular Brasileira que, abdiquem do inglês ao compor,
não sigam os inúmeros exemplos que por aí vemos e ouvimos na mídia.
Abdiquem do funk, do rap e de outras influências estrangeiras que,
parte da cultura de outras terras, nada acrescentam à nossa cultura musical,
seja pela vulgaridade de letras que seus ditos "compositores" utilizam,
seja pela má execução dos instrumentos musicais que os "músicos"
usam para apenas muito barulhos fazer, e o que é pior, pela total falta de
conhecimento de sua lingua pátria, o português, quanto mais outro idioma.

Antes de aventurarem-se a compor, estudem música, estudem português
para então comporem, cantarem, tocarem um instrumento. Ou,
apenas continuem a ter muitas "clicadas" no face ou no youtube, sem
acrescentarem nada à nossa cultura musical. Nada.


rolando boldrin

“ E vendo e ouvindo este campeiro tão íntimo da terra e da vida tão iluminado
pela sabedoria do coração, você compreenderá que o homem brasileiro
é milagrosamente um só de norte a sul de leste a oeste, a despeito de suas
distâncias geográficas, um só no que possui de essencial: a cordialidade
o horror à violência, a capacidade de dar-se e também de rir da vida
dos outros e de si mesmo.”

érico veríssimo


Rolando Boldrin é um artista completo. Compositor, cantor e ator.
Mas primeiramente ele é um ator, tanto no compor, cantar ou atuar, sempre
divulgando a cultura brasileira de todos os rincões, as histórias de todas
as pessoas. Apesar de inúmeros papéis que viveu e interpretou, ele jamais
deixou de representar o principal personagem, o brasileiro.

Desde a mais tenta infância, Boldrin jamais deixou de divulgar a Arte e a
Cultura Brasileira em todos os seus aspectos e como Ator, jamais
separou-se de seu violão. Em sua trajetória foram centenas, talvez milhares
de apresentações em rádios, grandes festivais, teleteatros, cinemas, teatros,
novelas, shows e gravações de discos. Mas sempre divulgando o Brasil.

Com sua genialidade, Boldrin no vídeo que ilustra esta postagem,
nos brinda com sua voz em  Vide Vida Marvada, com seu inseparável violão,
em um vídeo em bela edição com pinturas do interior brasileiro.

carlos miranda (betomelodia) 



( vídeo em 360p )


Corre um boato aqui donde eu moro
Que as mágoa que eu choro são 'mar' ponteadas
Que no capim mascado do meu boi
A baba sempre foi santa e purificada
Diz que eu rumino desde menininho
Fraco e mirradinho a ração da estrada
Vou mastigando o mundo e ruminando
E assim vou tocando essa vida 'marvada'

É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meus desengano
É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda mágoa é um mistério fora deste plano
Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega lá em casa pruma visitinha
Que no verso ou no reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me num cateretê

Tem um ditado tido como certo
Que cavalo esperto não espanta a boiada
E quem refuga o mundo resmungando
Passará berrando essa vida 'marvada'
'Cumpadi' meu que 'inveieceu' cantando
Diz que ruminando dá pra ser feliz
Por isso eu vaqueio ponteando
E assim procurando minha flor-de-lis


rolando boldrin



vídeo
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / oogle

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Raimundo Santos, o Bida, e a Cultura Nordestina



" A Arte é o espelho da alma e o reflexo da vida. "
bida

Bida, assim como muitos artistas da atualidade, é detentor de uma
maneira própria de executar seus trabalhos, pois não estão inseridos
em nenhum rótulo quanto à sua arte. Em determinadas fases usa
cenas do cotidiano tais como músicos, crianças, vendedoras,
lavadeiras e paisagens. Reconhecido internacionalmente é um 
artista com sua carreira consolidada e respeitada.

raimundo santos, o bida

Nascido na cidade de Nazaré das Farinhas, cidade do Recôncavo Baiano,
Raimundo começou a desenhar desde a mais tenra idade, três anos,
gravando suas lembranças de sua terra natal ao mudar para a capital,
Salvador. Aos dez anos, com o desenvolvimento de seus dons artísticos,
pintou seu primeiro quadro e mais tarde, atraído pelas Artes Plásticas
abandonou o curso de desenho arquitetônico dedicando-se
inteiramente à pintura, assumindo assim a carreira de pintor.

Após fazer sua primeira exposição coletiva, sua trajetória foi direcionada
à várias mostras nacionais e internacionais. Além de executar seus
trabalhos voltados para a divulgação das paisagens e personagens
do nordeste brasileiro, Bida apresenta-se também como cantor,
compositor e músico, sempre dentro de um contexto cultural.

carlos miranda (betomelodia) 

























fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

( títulos das obras não disponíveis )