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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Meus Escritos - Primeira Expedição

dedo de deus - magé, rj

Teclado à frente. Pensamento lá para trás no
tempo e no espaço, em um mundo agora tão diferente e
distante. Mãos inertes, o monitor estático, aguardando.
Impaciente. A imagem do protetor de tela apareceu.
Uma dança da memória. Único movimento no ambiente.
Palpáveis recordações brotaram então.


 
Noite. Olhando pela janela de seu estúdio, observa
as nuvens tingidas de vermelho pelas luzes da cidade.
Parece estar em outro planeta. Céu vermelho é diferente,
mexe com a imaginação. Surrealismo e nostalgia. 
Guapimirim, Parada Modelo, Magé, Teresópolis,
nomes que sempre surgem em suas lembranças.

Lugares em que viveu, em que conquistou a liberdade aos 14 anos,
e que muitas recordações de aventuras e descobertas,
ele com carinho guarda e busca, como apoio em sua
solidão, em seu abandono. Boas lembranças que
marcaram sua vida para sempre.







Havia uma estrada de ferro que a serra vencia,
levando, trazendo passageiros e coisas
em seu ir e vir. Mas ele não chegou a ver sequer
os seus trilhos, retirados antes de sua
mudança para Parada Modelo. Deles, guias
seguros das locomotivas e vagões, só histórias
ouviu contarem e, saudades nas narrativas dos
moradores locais ele percebia. Não, ele não entendia
ainda o motivo da extinção de algo tão bom e
necessário, às pessoas que ali moravam.

a estrada de ferro

Disseram os mais velhos das belezas naturais
que pelas janelas dos vagões eram descortinadas, ao
recordarem sua construção em narrativas bonitas, poéticas
e interessantes das obras que iniciadas em 1901,
tiveram sua conclusão em Teresópolis no
ano de 1908. Lamentaram a desativação
em 1957, despertando sua curiosidade sobre o local.

ponte sobre o rio paquequer em 1925

Resolveu verificar as histórias e subiu o leito
abandonado da antiga estrada de ferro.
Foi em meio ao silêncio e a uma brisa suave, que sentou-se
e bebeu em grandes goles a beleza da paisagem.
Admirado ficou, imaginando a ousadia dos homens,
ao abrirem por tão acidentada região, caminho para uma
ferrovia, a engenhosidade para vencer grandes desafios,
a conquista da Natureza em nome do progresso.
Hoje, ao lembrar o abandono daquele belo trabalho, ele
pensa que deveria ter sido preservado como homenagem
aos seus idealizadores e construtores.

aterro que resistiu ao tempo

Não completou todo o percurso, o cansaço e o medo
de atravessar os restos da ponte sobre o Rio Paquequer
venceram, e ele pôs-se a descer , a fazer o caminho de volta,
mas não sem sentir-se um verdadeiro desbravador,
a imaginar que a vida em um lugar tão bonito e diferente,
Parada Modelo, haveria de ser muito boa e proveitosa.
E foi... foi o início de muitas aventuras.

ruínas da ponte sobre o rio paquequer

Ao chegar em casa, final de aventura, levantou os olhos

com respeito à serra que havia acabado de visitar e
saudando o entardecer, prometeu a si novas e
emocionantes expedições...


carlos miranda (betomelodia) 




Publicou a "Primeira Expedição", salvou seus arquivos,
recolheu o teclado, desligando em seguida o
monitor. Levantou de sua poltrona, olhou para seu
pequeno mundo e apagando as luzes, apagou
a si e as suas memórias até a manhã seguinte...


fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos

domingo, 7 de outubro de 2018

Alexander Pacheco - A Arte no Mundo - Brasil

white chest tucano - 2018


..." Pinto o povo, as ruas, as rodas de Capoeira. As manifestações pacíficas ou não.
Pinto gente sofrida e gente contente, Gente banguela e gente com dente.
Pinto sombra e pinto luz, Pinto o Carnaval e a mulata que seduz.
Pinto o Rio das praias e das favelas, Das belezas e das tristezas.
Pinto o céu escuro e o céu de anil, Porque se não fosse tudo isso, não seria Brasil "...

Alexander Pacheco

alexander pacheco - 1974 / in activity
oil on canvas - 70 x 90 cm - available for sale
rio de janeiro, rio de janeiro state - brazil
contact me to acquire: Alexander Pacheco 
fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: alexander pacheco
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Raul Seixas, Maluco Beleza



Seu estilo musical é considerado místico e contestador, como exemplo sua composição 'Gitá', que
influenciada foi por vários ocultistas, principalmente por Aleister Crowley, de origem britânica;
quanto ao título de contestador, sua obra assim o descreve.  Baiano, natural da capital do
Estado da Bahia,  Salvador,  nasceu em Junho de 1945 Raul Santos Seixas, e usando
Raul Seixas como nome artístico.  Embora o motivo artístico sobre a redução do
seu nome seja óbvia, casualmente o encontrei num raro momento, na rua à
noite, e caminhando na mesma direção. Apresentei-me, e conversa vai
conversa vem, falando sobre nossos nomes artísticos ele se saiu
com essa: "Raul Santos não pega, Raul Seixas é melhor. E eu
de santo não tenho nada
". Rimos muito, e depois de um
"tapinha"  nas costas,  seguimos  nossos caminhos.

Apelidado carinhosamente por seus fãs de "Rauzito",  foi um pioneiro do rock brasileiro. Com seu
estilo musical baseado no rock'n roll, usou muitas variações rítmicas brasileiras: do baião
ao xote em muitas composições. E por seu ceticismo e agnosticismo, a sua obra
tem como base seu interesse na história, literatura, filosofia metafísica
e ontológica (ramo da metafísica), latim e psicologia, o que foi
genialmente bem aproveitadas em sua obra musical.
Nos deixou em São Paulo, capital, em 1989.

carlos miranda (betomelodia) 



( vídeo em 360p )


Enquanto você se esforça pra ser
Um sujeito normal e fazer tudo igual
Eu doutro lado aprendendo a ser louco
Que loucura total mas na loucura real

Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez
Vou ficar ficar com certeza maluco beleza
Eu vou ficar ficar com certeza maluco beleza

Esse caminho que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir por não ter onde ir

Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez
Vou ficar ficar com certeza maluco beleza
Eu vou ficar ficar com certeza maluco beleza


raul seixas / cláudio roberto



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

José Corbiniano Lins, Arte Moderna e a Escultura no Brasil



Nascido em 1924 na cidade de Olinda, Estado de Pernambuco, José Corbiniano Lins é o destaque de
hoje nas Artes Plásticas Brasileiras.  Faleceu aos 94 anos na Capital do Estado, Recife, no mês
de Abril de 2018,  deixando um valioso legado  com seus trabalhos  em vias públicas, em
coleções particulares por várias cidades brasileiras, assim como em Museus. Sua
obra inclui também  painéis entalhados,  pinturas e álbuns com serigrafias,


corbiniano


Aos 8 anos Corbiniano já fazia cópias de quadros, gravuras e desenhos, e anos mais tarde, começou
a esculpir em isopor suas  primeiras esculturas,  isso no início da década de sessenta, usando
uma simplçes ferramenta: uma faca de cozinha.  A técnica de utilizar em primeiro lugar o
isopor para depois termina-las em metal, foi o método que por ele era preferido e
usado em seus trabalhos, embora anteriormente empregasse a terracota na
finalizaçao. Os destaques em suas esculturas vão para a sinuosidade
das formas da mulher, e segundo suas palavras, "Se hoje sou o
escultor  Corbiniano,  devo isso às mulheres
".  Apreciem.


carlos miranda (betomelodia) 



















fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal  / google
( tamanho das telas adaptados à diagramação - sem títulos disponíveis )

sábado, 22 de setembro de 2018

Sandra Duailibe, A Banca do Distinto



Para a publicação de hoje sobre a Música Popular Brasileira, escolhi uma que tem sua letra baseada em
fatos reais e composta por Billy Blanco sobre uma conversa entre ele e a cantora Dolores Duran,
que sofria  preconceito  por sua cor e sua então pobreza. Billy conta que o inusitado e raro
fato ocorreu em meados dos anos 1950, no auge do  'Beco das Garrafas',  bairro de
Copacabana,  no Rio de Janeiro, onde  Dolores  cantava em uma das boates.

Nas noites em ela apresentava-se, tinha um 'personagem' que sempre ia aos seus shows, pois gostava
muito de sua voz mas, odiava negros. Pelos membros da boate  epitetado de 'doutor', sentava-se
na primeira fila e de costas para o palco. Jamais a fitava ou dirigia-se a ela pois 'não falava
com negros
', e quando queria pedir uma Música dirigia-se ao garçom acenando com
um  recado na mão dizendo:  'manda a neguinha cantar essa Música aqui'. E
o tal 'doutor' que era solteiro, sempre comprava o seu jantar no final
da noite e para o levar para seu carro, como não carregava os
embrulhos por serem segundo ele,  'serviço de negro',
pedia ao garçom que o entregasse em seu carro.
Dolores, o garçom, atendiam aos pedidos.

Certa noite,  Dolores ficou irritada com a
insolência do tal 'doutor', e comentou em breve
conversa que teve com Billy o que estava se passando
com o 'doutor'.  Então, Billy compôs 'A Banca do Distinto' e
na noite seguinte ela cantou o novo Samba para o humilhado 'doutor'.

Depois deste pequeno texto revelando a origem da composição, eu escolhi em meus arquivos o vídeo
que traz de volta ao Blog a cantora Sandra Duailibe interpretando com sua peculiar elegância e
suavidade vocal, o Samba  que teve sua origem em  curioso e raro  episódio em um palco.

carlos miranda (betomelodia) 




Não fala com pobre não dá mão a preto não carrega embrulho
Pra que tanta pose doutor pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente a vida estanca
O enfarte lhe pega doutor e acaba essa banca

A vaidade é assim põe o bobo no alto e retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão

Mais alto o coqueiro maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando tudo termina
Com terra em cima e na horizontal


billy blanco



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google