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quarta-feira, 17 de abril de 2019

Meus Escritos - Saudade

pablo picasso
"le vieux guitarriste aveugle", barcelona, outono de 1903

A primeira vez que vi esta tela de Picasso,
um sentimento de tristeza e abandono assolou-me.
Profundamente.

Pensamentos sobre meu futuro não foram felizes.

Por muitas e muitas manhãs, acordei lembrando de
um sonho, um pesadelo em que eu estava estendido
em uma sarjeta,  mãos erguidas pedindo auxílio aos que
passavam mas, só olhares vazios, nenhuma ajuda.
Isso deixou-me inquieto por muitos anos.

Os sonhos e esta bela obra de Picasso, motivaram-me

a escrever este texto que, embora triste, é a realidade
de muitos  de nós, Músicos.

carlos miranda (betomelodia) 




Eu fui um cantador. É isso mesmo que vocês leram,
um cantador, não um cantor, que a muitos encantava.
Desde cedo aprendera que a vida é Música,
é a beleza de um acorde, o som do mar,
do vento nas folhas da vegetação,
e é também o som do silêncio.

Assim, regido por acordes de inúmeras canções,
dediquei-me à tarefa de difundir o Amor e a Vida nas
muitas melodias que entoava por esse mundo afora.

Em o fazer, retirava dos sons que no ar pairavam,
o sustento material, o sustento emocional e espiritual.
Eram os alimentos que necessitava para viver,
para sonhar e para cantar.

Décadas passaram. As canções entoadas
em inúmeros palcos das cidades e países por onde vaguei,
perderam-se no tempo e no espaço, restando apenas
recordações queridas mas, dolorosas.

Ocaso de uma vida de sonhares, realizados ou não,
ocaso de ilusões desfeitas. Mas cedi à realidade.

Meu corpo agora tão frágil, cansado, meu olhar,
revelam a certeza do abandono e do esquecimento.

Assim hoje me vejo só e sem um palco, um microfone,

platéia, com meu olhar perdido nas brumas do passado,
saudoso, buscando sons esquecidos e aguardando.
Mas aguardando o que, com minhas mãos e voz trêmulas?
Me vejo sem esperança, ouvindo apenas a Música da vida,

suave, não suportando ter sido abandonado por meus acordes,
por minha voz outrora forte e bela. Triste e solitário
eu um Velho Cantador, sonho apenas ser lembrado
por minha platéia, pedindo apenas para ser
amado como outrora o foi ao cantar o Amor,
sonha apenas ser lembrado quando

nos palcos era ouvido...

carlos miranda (betomelodia) 




imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base da pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Djavan, Vesúvio



Foi a partir do ano de 1972 que o compositor, cantor e instrumentista alagoano revelou sua paixão pela
Natureza, a poesia, com suas criações musicais viajando por jazz, bossa nova, samba,  e em minha
humilde opinião,  também com toques soul, tudo com a forte brasilidade resultante dos ritmos e
inovações em composições repletas de improváveis mesclas de estilos.  Destaque em meio
a muitos artistas pelo vigor de suas letras, sua vivacidade ao cantar com expressividade,
Djavan nos traz nesta postagem a Música título de seu mais novo trabalho:  Vesúvio.


( assista ao vídeo do artista em seu início de carreira, clicando aqui )

carlos miranda (betomelodia) 




Você quis namorar e eu achei divertido mas o mar tem onda
Começou a rolar foi ganhando sentido todo mar tem onda
Quando vi já não havia nada no prumo o sol é de ouro
O que dá pra fazer quando se perde o rumo

O sol cai no mar no mar cai no mar
E a onda é de ouro de ouro de ouro
Eu nunca achei que fosse nada pra ficar e fazer o que fez
E ver você sempre ligada no que faz pra ter mais toda vez

Você é do amargo e eu sou do azedo mas o mar tem onda
Quando for demorar nunca se vá tão cedo todo mar tem onda
Nunca tive pra mim que você fosse tanto o sol é de ouro
Mas se vai-se de mim deixa um jardim em pranto

O sol cai no mar no mar cai no mar
E a onda é de ouro de ouro de ouro
Eu nunca achei que fosse nada pra ficar e fazer o que fez
E ver você sempre ligada no que faz pra ter mais toda vez

Quem me dera saber o que nunca foi dito mas o mar tem onda
Pra tentar descrever outras formas que habito todo mar tem onda
Você tem um poder que me lembra o Vesúvio o sol é de ouro
Que na foz do prazer me transforma em dilúvio

E o sol cai no mar no mar cai no mar
E a onda é de ouro de ouro de ouro


djavan



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 7 de abril de 2019

Crisfonseca e os seus Grafites

cidade do cairo, 2008



" O meu fascínio pelo grafite me faz ver não só com os olhos mas também com a alma.
Desenhando, aprendi a ver o mundo de uma maneira especial. "
cris fonseca

E assim, creio não são necessárias palavras para descrever seu talento
agora representado por esta pequena mostra de sua arte.

( veja a publicação completa clicando aqui )

carlos miranda (betomelodia) 


cris fonseca, 1989 / until current days
staedtler HB-2B sobre papel - dimensions: 55 cm x 35 cm - sold to private collection
uberaba city - minas gerais state - brazil

fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 2 de abril de 2019

Paula Fernandes, com Renato Teixeira e Sérgio Reis: Tristeza do Jeca



Paula, Renato e Sérgio já foram destaques aqui no Blog em várias publicações, e
por este motivo dispensam nossas apresentações no destaque de de hoje, que
traz um clássico da  Música Regional do Brasil: Tristeza do Jeca, uma
composição de Angelino de Oliveira. E nesta publicação, um vídeo
do trio destes três grandes ícones da Música Regional que é
uma constatação da perenidade da boa Música Brasileira.

Se optarem por mais exemplos, basta clicarem nos links
abaixo para serem conduzidos à outras  publicações com mais
exemplos de riqueza da Música Sertaneja Brasileira com segurança:
"Sensações" - "Raízes" - "Boiadeiro Errante".   Certeza que  irão gostar.


carlos miranda (betomelodia) 



( vídeo em 360p )


Nestes versos tão singelos minha bela meu amor
Pra você quero contar o meu sofrer e a minha dor
Eu sou como um sabiá quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está

Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Eu nasci naquela serra num ranchinho beira-chão
Todo cheio de buracos onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada lá no mato a passarada
Principia um barulhão

Nesta viola canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Lá no mato tudo é triste desde o jeito de falar
Pois o Jeca quando canta dá vontade de chorar
E o choro que vai caindo devagar vai-se sumindo
Como as águas vão pro mar

Nesta viola canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Eu sou como um sabiá quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está...

angelino de oliveira



fontes
imageM
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 27 de março de 2019

Ivanete Souza e Sua Sensibilidade

nosso paraíso - 2013, ost


Nasceu na cidade de Viamão, no Rio Grande do Sul, onde sempre viveu. 
Possuidora de um grande talento e de uma vontade intensa de retratar
a vida tal qual ela via, a partir do ano 2003 optou por dividir o tempo
entre o trabalho e as artes visuais, que é o tema da página de hoje.

( veja a publicação completa clicando aqui )


ivanete terezinha de souza, 1958 / until current days
oil on canvas - dimensions: 30 cm x 70 cm - private collection
porto alegre city - rio grande do sul state - brazil

fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google