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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Zé Ramalho, A Terceira Lâmina



Creio ter sido no início da década de 80, quando comprei o LP de Zé Ramalho
do qual fazia parte a canção A Terceira Lâmina, que deu título ao álbum.
Ele traz nesta sua composição, misticismo e mensagens veladas
que em suas excelentes interpretações, nos fazem pensar sobre o
conteúdo oculto nas letras das mesmas, sobre o que na verdade ele
tenta transmitir aos seus ouvintes.


zé ramalho

Poesia em todos os sentidos, os trechos das músicas que compõem
sua fantástica obra, falam à todos os níveis sociais sobre tudo o que
nós, seres humanos, deveríamos conhecer e combater com solidariedade.
A tristeza, solidão, abandono e injustiça que, há muito é o destino
de grande parte da humanidade, são cantadas de maneira a alertar-nos
a muitos fatos negativos para os quais cerramos nosso olhar, fingimos não
ouvir e calamos nosso falar.

Zé Ramalho, no vídeo que ilustra esta página, alerta-nos cantando
A Terceira Lâmina, uma canção que é muito adequada aos tempos atuais.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )
( vídeo oficial, remasterizado no formato original )


É aquela que fere que virá mais tranquila 
Com a fome do povo com pedaços da vida 
Com a dura semente que se prende no fogo de toda multidão 

Acho bem mais do que pedras na mão dos que vivem calados 
Pendurados no tempo esquecendo os momentos 
Na fundura do poço na garganta do fosso na voz de um cantador 

E virá como guerra a terceira mensagem 
Na cabeça do homem aflição e coragem 
Afastado da terra ele pensa na fera que o começa a devorar 

Acho que os anos irão se passar com aquela certeza 
Que teremos no olho novamente a ideia 
De sairmos do poço na garganta do fosso na voz de um cantador 

zé ramalho



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Alexander Pacheco, Teu Nome é Amor à Arte

betomelodia.blogspot.com


" Meu Brasil."

" Pinto o povo nas ruas, as rodas de capoeira e manifestações
pacíficas ou não. Pinto gente sofrida e gente contente.
Gente banguela e com dente. Pinto a sombra e pinto a luz.
Pinto o carnaval e a mulata que seduz. Pinto o Rio das praias
e o Rio das favelas. Das belezas e das tristezas. Pinto o
céu escuro mas também o anil. Porque se não fosse tudo isso,
não seria o Brasil. "
alexander pacheco




Alexander Pacheco.
Natural da cidade de Rio de Janeiro, veio ao nosso mundo em 1974,
para brindar-nos com seu imenso dom nas Artes Plásticas. E o faz
com enorme talento e maestria.

Em todas suas pinturas é observada a técnica única e primorosa, 
que nos revelam as cenas do cotidiano do Rio de Janeiro e de toda
esta nossa tão amada pátria, com seus personagens e seus encantos
retratando a diversidade cultural do Brasil. É Alexander, teu 
nome também é Amor à Arte. 

carlos miranda (betomelodia) 




pilão e gamela

maria lata d'água

casal de cangaceiros

dom quixote

carraspana

mulher no pilão

baiana na igrejinha

maria lata d'água II

saudades da infância

carnaval


destaco: lavadeiras da favela

  fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google 

sábado, 5 de outubro de 2013

Ivan Lins, Porta Entreaberta

betomelodia.blogspot.com


" Não vou deixar a porta entreaberta.  Vou escancara-la ou fecha-la de vez.
Porque pelos vãos, brechas e fendas... passam semi-ventos, meias verdades...
e muita insensatez ".

autora: flora figueiredo, do livro"calçada de verão"


ivan lins

Sim, Flora... mas uma porta entreaberta também deixa entrar a esperança,
deixa entrar as boas recordações, deixa entrar o Amor e a Luz.
Uma porta entreaberta deixa sair a solidão, as dores e os obstáculos para
uma reconciliação, para um novo recomeço, para uma nova vida.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )


Quando você disse que bateu saudade que queria me encontrar
Arrumei a casa perfumei a cama preparei um bom jantar
Separei um vinho coloquei no gelo desliguei meu celular
Fui pensando em coisas fui armando um clima pus um disco pra tocar

Vem que eu deixei de propósito a porta entreaberta
Vem que eu fiz tudo a seu jeito você vai gostar
Vem que a paixão me desperta
É vontade de amar quando você chegar

Já deixei a sala só à luz de vela que reflete o seu olhar
Pus rosa vermelha no centro da mesa que sensualiza o ar
Botei nossa foto do primeiro encontro na estante sobre o bar
Me ajeitei no espelho me sentei à espera no meu canto do sofá

Vem porque sem você essa casa é deserta
Vem que vai ser sempre assim que você vai me achar
Vem que a paixão me desperta
É vontade de amar quando você chegar
É vontade de amar quando você chegar

ivan lins / paulo césar pinheiro



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - textos: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Rita Lee, Nem Luxo Nem Lixo

betomelodia.blogspot.com


A Rainha do Rock Brasileiro.
Rita Lee Jones Carvalho, apenas Rita Lee para o universo da
Música Popular Brasileira, paulista e paulistana, compositora, além de
instrumentista e cantora, bateu recorde de vendas na história de nossa música.

Rita, em seus mais de cinquenta anos de carreira, agraciada com vários
discos de platina, diamante e ouro, iniciou sua carreira com o rock
mas, com o decorrer dos anos passeou por outros gêneros como o pop rock,
o popular e o tropicalismo, criando um estilo próprio que resultou em muito
sucesso e fama no Brasil e no exterior.

Rita Lee é tida como a artista que mais influenciou os músicos do Brasil
 a usar guitarra, a partir de meados dos anos 70, sobretudo as mulheres.
Seu disco "Fruto Proibido", lançado em 1975, é considerado sua obra prima.


Ilustrando a postagem, no vídeo uma de suas composições em parceria com
Roberto de Carvalho intitulada "Nem Luxo Nem Lixo", integrante do disco
"The Greatest Hits", lançado em 2004.


carlos miranda (betomelodia) 


 ( vídeo em 360p )


Como vai você assim como eu
Uma pessoa comum um filho de Deus
Nessa canoa furada remando contra a maré
Não acredito em nada só não duvido da fé

E como vai você assim como eu
Uma pessoa comum um filho de Deus
Nessa canoa furada remando contra a maré
Não acredito em nada não até duvido da fé

Não quero luxo nem lixo meu sonho é ser imortal
Meu amor não quero luxo nem lixo
Quero saúde pra gozar no final luxo lixo
Meu sonho é ser imortal meu amor
Não quero luxo nem lixo quero saúde pra gozar no final

Não quero luxo nem lixo meu sonho é ser imortal
Meu amor não quero luxo nem lixo
Quero saúde pra gozar no final luxo lixo
Meu sonho é ser imortal meu amor
Luxo nem lixo quero saúde pra gozar no final
E como vai você

rita lee / roberto de carvalho 



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 29 de setembro de 2013

Meus Escritos - Expedição Africana



Na selva africana, o povoado em que ele mantinha sua base de operações
parecia ter parado no tempo. Nada se movia, o silêncio era total. Um sol
abrasador, a única coisa sentida naquela tarde modorrenta, fazia com que a
vida parecesse irreal. Se algo não acontecesse logo, acho que ele morreria
de tédio ou afogado no próprio suor.

" Se a temporada acabar e eu não conseguir um cliente,
não sei como pagarei minhas contas... "





Logo ao iniciar o negócio como guia de expedições, teve que comprar
todo o equipamento necessário para substituir o que foi confiscado pelo
governo africano. Alegaram que os mesmos haviam sido introduzidos
ilegalmente no país e assim, ele teve que providenciar os novos.
Sem dinheiro, em um país estranho, deu como garantia seus veículos,
um jeep e um ônibus, adaptado para abrigar a todos enquanto durassem
as expedições. Mas, nada de clientes, nada.

Mas naquela mesma tarde, ele recebeu um telegrama com uma notícia
que o deixou aliviado. Chegando do Brasil, Rio de Janeiro, sua cidade natal,
dois turistas iriam procurá-lo, pois precisavam de guia e carregadores
para uma expedição até uma longínqua cidade, outrora liderada por um
grande imperador. A distância era longa e o percurso pela densa floresta,
era acidentado. Mas enfim, trabalho, dinheiro para pagar os equipamentos!
Aventura! Uma grande aventura!


o entardecer em solo africano

E os preparativos começaram. Uma semana se passou e no dia marcado,
os turistas desembarcaram no aeroporto. Voo como sempre, atrasado,
bagagens misturadas e a irritante demora para vistos e demais procedimentos
legais de entrada no país. Então. depois de algumas "burocráticas" horas,
mil recomendações aos turistas e um breve descanso, ficou decidido durante
o jantar que a expedição partiria na manhã seguinte às seis horas, pois a
temporada de chuvas, aproximava-se.

Equipamentos, mochilas e armas em ordem, às seis horas em ponto iniciaram
a longa jornada. A bússola indicaria a direção através da densa floresta em
que teriam que abrir o próprio caminho, onde a luz do sol quase não conseguia
penetrar. Fariam apenas duas paradas por dia: a primeira para alimentação
e um breve descanso e a segunda, para passarem a noite.

A primeira etapa do percurso transcorreu como o programado. Cinco horas
por mata fechada, atravessando pequenos rios que montanha abaixo jogavam
suas águas, perigosas, caudalosas, principalmente na estação das monções.
Após o almoço e o breve repouso, à caminho novamente.


os temíveis habitantes da savana africana

A subida em direção à cidade perdida era muito íngreme, cansativa. Seus
clientes, não acostumados ao esforço, começaram a reclamar de calor, cansaço
e fome, mas ele avisou que precisavam chegar à base da serra para passarem
a noite. E continuaram pela mata a dentro, até o lugar onde passariam a noite.
E que noite. Mesmo assustados pelos ruídos noturnos da selva, dormiram.

Na manhã seguinte, seis horas, já estavam prontos para a etapa final, a subida
da serra que estava entre eles e o destino da expedição. Começaram a subir.
Preocupado com o tempo muito carregado de pesadas nuvens, reuniu
o grupo, conversaram com os carregadores e resolveram escalar um pequeno
rochedo para seguir rumo ao destino, cortando caminho.

" Puxa, que tempestade vai vir! Vai ser difícil levar todos
até lá em cima, mas é a única opção, o único abrigo está lá."

À frente do grupo, com seu sócio à retaguarda, viu que não ia ser fácil pois
a pedra estava muito escorregadia e seus clientes, assustados. Mas chegaram.
Então um incidente preocupante aconteceu. O chefe dos carregadores,
ao cuidar das cordas, escorregou na pedra molhada e com limo. Deixou-as
cair paredão abaixo quase indo com elas. E agora? Todos, em silêncio,
trocaram olhares apreensivos. Estavam com muito medo pois a chuva era
na realidade uma forte tempestade, e sem as cordas, não poderiam continuar a
subida e tampouco descer. Estavam isolados em uma pequena plataforma.


a encosta do morro açú

Droga! A brincadeira perdeu a graça, a aventura mais uma vez, não estava dando
certo. Mas tinha tudo para dar certo!  "Merda de chuva!", ele gritava, chutando
as mochilas, as pedras e a forte chuva. "Bosta de chuva! E você tinha que
deixar as cordas caírem! E agora? Como vamos sair daqui?" Seus primos, os
turistas, começaram a chorar e seu melhor amigo, de muitas e muitas aventuras,
cabeça baixa, só sabia pedir desculpas aos berros.

Bem, passaram aquela tarde e a noite na pequena plataforma do Morro Açú,
vendo as luzes das cidades lá em baixo com a Baía da Guanabara ao fundo, por
entre a forte chuva. Molhados, com frio, apavorados com a violência da
tempestade, sem saber como sairiam dali, choraram em coro. Ele, mais velho,
quatorze anos era o responsável por seu amigo e primos nas "selvas africanas",
arrependido e com medo pensava:.

"Mas que droga, só me meto em encrenca. Tenho uma enorme
coleção de castigos por isso."

Ao clarear o dia, chuva passada, um lindo amanhecer, talvez o mais bonito
que ele já tinha visto e a pergunta era: como sair dali sem as cordas para
subir ou descer? A resposta estava ao seu lado esquerdo: a plataforma
continuava em direção à Teresópolis e eles estavam completamente fora
da rota que pretendiam seguir. Estavam a pouca distância da estrada
Rio-Teresópolis, na serra, não tão longe de Parada Modelo, de onde partiram.


o dedo de deus, próximo a teresópolis

Eles não estavam no Morro Açú! Mas não disse nada. Ficou quieto e
juntando as coisas que sobraram, voltaram ainda molhados e bem sujos,
sem as cordas que ele havia comprado deixando a sua bicicleta,
o "jeep", como garantia de pagamento. Adeus bicicleta e mais uma surra.

Sua coleção de castigos aumentou, seus primos também tiveram os seus,
assim como seu amigo, o dele. Mas até que valeu a pena. A culpa foi dele
pois se não tivesse invertido o mostrador da bússola, quando ele a desmontou
para ver como era dentro, talvez tivessem chegado até a cidade serrana de
Pau Grande, onde nasceu Garricha.

"Manelzinho, na próxima vez, vou levar uma bússola melhor. E mais corda.
Tá legal, tá legal... não vou mais mexer na porcaria da bússola."

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos