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domingo, 10 de novembro de 2013

Maria Gadú e Caetano Veloso: Trem das Onze

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Demônios da Garoa. Este é o nome do grupo que tornou popular esta
composição de Adoniran Barbosa, que em sua letra menciona um bairro
da capital paulista, o Jaçanã. Premiada no carnaval do Rio de Janeiro
em 1965, foi a escolhida em um concurso para representar a
cidade de São Paulo.

O Interessante á que o "trem das onze" existiu mesmo e quem perdesse
o horário de partida do mesmo, do centro aos bairros, só na manhã seguinte
poderia voltar para sua casa. Adoniran com esta composição imortalizou
a responsável por esta extinta linha, a Tramway que funcionava desde 1894.

Nesta postagem, com a dupla Caetano e Gadú em uma nova roupagem para
Trem das Onze, chamo a atenção para os timbres das vozes do Caê
e da Gadú, em perfeita harmonia. Na minha humilde opinião sobre
as muitas interpretações desta música,  esta homenagem prestada pelos
dois à Adoniran, está em primeiro lugar. Excelente.

carlos miranda (betomelodia) 




Não posso ficar
Nem mais um minuto com você
Sinto muito amor
Mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã

E além disso mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar

adoniran barbosa



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Caetano Veloso, Você Não me Ensinou a Te Esquecer

betomelodia.blogspot.com


A música tem seus mistérios. Refiro-me aos rumos que uma composição
por vezes percorre ao ser lançada por seu criador. Muitas alcançam
imediato sucesso junto ao gosto popular, sendo regravadas inúmeras
vezes por diversos intérpretes. Já outras passam quase desapercebidas,
tais como Sozinho, de Peninha e esta que é o motivo desta postagem,
Você Não Me Ensinou a Te Querer, de Fernando Mendes. Citando
apenas estas duas, fica a pergunta: porque?


caetano veloso


A resposta que sempre me faço sem sucesso, veio com uma postagem
no Facebook, feita por uma grande amiga de longos anos no Youtube,
Tamara Baranov, a Mara de Pintando Música. Leiam  a seguir:

" Você não me ensinou a te esquecer, uma canção simples de amor do
compositor e cantor Fernando Mendes, um clássico de 1979, que se
convencionou chamar de brega. Em 2003, redescoberta por Caetano
Veloso foi gravada como tema do filme Lisbela e o prisioneiro, de
Guel Arraes. Na versão sofisticada de Caetano com cordas e batidas
eletrônicas arranjadas pelo pernambucano André Moraes, Você Não me
Você Não me Ensinou a Te Esquecer do antes desprezado compositor Fernando Mendes
chegou ao público dito culto e recebeu a indicação para o Grammy Latino
de Melhor Canção Brasileira. "

Rótulos. Sempre rótulos. Impostos pelo "cultos críticos" a influenciar o
"culto público", muitas vezes traçam o destino de uma composição
de forma completamente equivocada. Eu pessoalmente detesto "rótulos".
Para mim apenas o que importa é o estilo de cada compositor dentro
do universo da Música Popular Brasileira.

O vídeo à seguir, usando a expressão de Tamara, é um arranjo
"chique" de Você Não me Ensinou a Te Esquecer, na voz de Caetano
e que traz nova indagação: para os críticos, a composição só tem valor,
só agrada na voz de grandes e ricos nomes da MPB? Pelo que hoje
em dia vejo e ouço, a resposta é óbvia.

carlos miranda (betomelodia) 



( vídeo em 360p )


Não vejo mais você faz tanto tempo que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos ganhar seus abraços é verdade eu não minto
E nesse desespero em que me vejo já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar e só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agora que faço eu da vida sem você
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

E agora que faço eu da vida sem você
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar

E nesse desespero em que me vejo já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar e só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

E agora que faço eu da vida sem você
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora que faço eu da vida sem você
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora que faço eu da vida sem você
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar


fernando mendes




fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Benedito Calixto, Paisagens e História

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fundação de santos


No final de século XIX e início do século XX, quatro gigantes das
artes se destacaram em São Paulo. Entre eles, estava Benedito Calixto.

Tido como um dos maiores expoentes da pintura brasileira no início
do século XX, Benedito Calixto de Jesus nasceu em 14 de outubro de
1853, no município de Itanhaém, litoral sul do estado de São Paulo.
Um talento nato. Autodidata, com apenas oito anos faz seus primeiros
esboços. Ao sua família mudar-se para Santos, então com dezesseis anos,
precisou pintar muros e placas de propaganda para sobreviver.



benedito calixto - auto retrato


Pintor, historiador, professor e ensaísta, utiliza muito as paisagens
como tema. Em sua técnica apurada e um trabalho bastante pessoal, Calixto
apresenta uma pintura que podemos chamar de lisa, utilizando veladuras,
mantendo-se fiel às cenas locais quanto ao uso das cores. Em suas
telas com temas históricos e religiosos, utilizava de maneira ampla estudos
fotográficos como base e também a pesquisa histórica.

Como profundo conhecedor do litoral paulista, cartógrafo que era,
fez vários ensaios de mapas de Santos e ainda como historiador, escreveu
sobre as capitanias paulistas, tema preferido em suas aulas. Calixto
morreu em São Paulo no dia 31 de maio de 1927, deixando-nos como
legado, mais de setecentos obras.

carlos miranda (betomelodia) 




baía de são vicente

pescadores, baía de são vicente

barco no porto de santos

cubatão

descobrimento

igreja matriz de santos

praia josé menino e ilha de urubuqueçaba

partida de estácio de sá


destaco: cidade de santos


fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Almir Sater, Tocando em Frente

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Um presente que veio do céu. A Música que hoje apresentamos é
uma composição que nos traz uma mensagem sobre a vida de uma
forma bem simples. Sua letra fala da calma e beleza de estar vivo, 
admirando a natureza, amando, tendo paz, narrando que viver é um
belo e longo caminhar em que estrada somos, pois abrimos caminho
para outras pessoas, deixando claro que viver é amar em seu
amplo sentido porque sem amor, não há vida. 


almir sater


Almir afirma que Tocando em Frente é um presente que ele e Renato
Teixeira receberam. Ele conta que certa vez foi a um jantar na casa do
amigo. Lá chegando, papo vai, papo vem, ele notou um velho violão do
Chico, ainda menino na época, sem uma corda, encostado num canto.

Enquanto aguardava a esposa do amigo anunciar o jantar, ele começou
a dedilhar as cordas, nascendo uma melodia. Neste momento, Renato
olhou para ele com os olhos arregalados e começou rapidamente a escrever,
com sua esposa chamando-os para o jantar. Em cerca de dois minutos,
letra e música estavam prontas. Jantaram.

Chegando em sua casa, Almir falou à família sobre a nova composição
e todos pediram para ouvir. Ao término , afirmaram que era a melhor Música
que ele havia feito ultimamente, opinião de todos os demais a quem ele a
mostrava. Interessante é a afirmação dele, pensando não existir talento para
compor letra e música em dois minutos, achando que ela foi uma mensagem
sobre a vida que só pode ter sido psicografada.

Em seguida, o vídeo em que Almir Sater interpreta "Tocando em Frente",
uma composição sua em parceria com seu grande amigo, o Renato Teixeira,
um poema à vida magistralmente musicado.

carlos miranda (betomelodia) 




Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia todo mundo chora
Um dia a gente chega no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser... feliz...

almir sater / renato teixeira


 
fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 29 de outubro de 2013

André Macambira, Pau de Arara

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Macambira. Nome de um município no estado de Sergipe, que também
designa uma planta com folhas duras e espinhosas, endêmica da região
nordeste do Brasil. Mas, também é usado para nomear Talento em
se tratando de Música: André Macambira.

Natural de Pernambuco, André em suas composições usa um mix de
ritmos brasileiros e internacionais, principalmente os de sua terra natal
em suas composições. Xaxado, coco e xote são a base de seu estilo
pois seu interesse por música, foi moldado pelo que ouvia com seu avô
em sua adolescência. Seus arranjos, seu toque ao violão, completam
sua obra em perfeita harmonia com sua voz.


andré macambira

Como sempre afirmo, o nordeste brasileiro é um grande celeiro de
grandes Compositores e Músicos, onde André tem um lugar destacado,
como podemos comprovar no vídeo abaixo, uma "jam session" da
Música de Luiz Gonzaga em parceria com Guio de Morais, intitulada
"Pau de Arara", prestando uma grande homenagem ao eterno
Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

Gravado em em Recife, conta com a seguinte formação:
André Macambira na voz , violão e arranjo, Daniel Coimbra no cavaquinho
e Lucas Crasto no baixo acústico. Um trio de imenso Talento.

carlos miranda (betomelodia) 




Quando eu vim do sertão seu moço do meu Bodocó
A 'malota' era um saco e o cadeado era um nó
Só trazia a coragem e a cara viajando num pau-de-arara
Eu penei mas aqui cheguei eu penei mas aqui cheguei

Eu trouxe um triângulo no 'matolão'
Trouxe a sanfona no 'matolão'
Trouxe um gonguê dentro no 'matolão'

Xote Maracatu e Baião
Tudo isso eu trouxe no meu 'matolão'
Quando eu vim do sertão hum

Trouxe um triângulo no 'matolão'
Trouxe o gonguê no 'matolão'
Trouxe a zabumba dentro do 'matolão'

Xote Maracatu e Baião
Tudo isso eu trouxe no meu 'matolão'
Quando eu vim do sertão

" Tudo em 'vorta' é só beleza céu de abril e a mata em 'frô'
Mas Assum Preto cego dos 'óio' 'num' vendo a luz canta de 'dô'
Mas Assum Preto cego dos 'óio' 'num' vendo a luz canta de 'dô' "
Quando eu vim do sertão...

luiz gonzaga / guio de moraes

( trecho ao final: canção "assum preto", de luiz gonzaga e humberto teixeira )



fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google