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sábado, 3 de maio de 2008

Je T'Aimé, Lara Fabian




Feche os olhos e imagine comigo.
Sua banda já está posicionada no imenso palco.
Você, sempre com um frio na barriga antes de cada
apresentação, arrisca um olhar para o público presente,
por uma fresta do cenário de fundo.

Uma multidão de cinco, dez, vinte mil pessoas
preenche todos os espaços à frente.
Um mar de rostos até onde a vista alcança.
Um burburinho de vozes tal um surdo rumorejar,
algo indefinível, um som estranho que chega a assustar.

Então, aos primeiros acordes da música
de abertura, você se dirige ao centro do palco,
o foco das luzes dos refletores sobre você, seguindo seu
caminhar em direção ao público, agora em silêncio e
imóvel, na expectativa de ouvir sua voz.
Ledo engano. Você não consegue cantar.
Sua banda segue sozinha e sua voz, silenciada.

Não consegue entender ao certo aquilo que está
acontecendo na multidão, o que está
impedindo sua voz de projetar-se do seu mais
profundo interpretar, do seu cantar.
Seu coração acelera, o nervosismo toma conta de você.
" Isso nunca aconteceu...", você pensa.

Aos poucos começa à distinguir os sons, mas
não acredita ainda no que ouve. Tenta cantar,
tenta sobrepor sua voz à da multidão e não consegue.
Então a forte emoção que de seu peito brotou,
faz sua voz embargar, faz com que seus lábios sorriam,
tímidos, sem compreender o que se passa.
E seu olhar extasiado, mareja a noite.

Tenta se acalmar, juntar-se à multidão, ela que
nesse momento lhe presta a mais bela
homenagem, cantando com energia
uma declaração de amor, que nunca imaginou
possível ser merecedor. Sua voz quase cala.
Consegue se recompor e ela soa forte,
embora emocionada, ao com a multidão
terminar a canção.

Acompanhe o desejo, sonho de todo intérprete
neste show, do público e de Lara Fabian,
para que entendam o que quero dizer.




Nunca vi nada igual, tamanha
homenagem, tamanha energia e amor
dedicados a uma cantora de maneira tão
espontânea e inesperada, e penso
que falo por todos nós, intérpretes.

Como no vídeo que acima assistiram,
todos nós gostaríamos de ao
menos uma vez emudecermos,
sermos impedidos de soltar
nossa voz em um palco da maneira
que o foi Lara Fabian em seu show Nude.
Nos sentiríamos realizados ao nos faltar a voz,
quando emocionados e por entre lágrimas
víssemos a multidão cantar, quando
apenas ouvintes de nosso público fôssemos.

carlos miranda (betomelodia) 




fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

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